Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Um final de semana de incidentes e acidentes PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 20 August 2018 14:53

Olá leitores!

 

O período pode ser de férias na Fórmula 1, mas o automobilismo como um todo está fervendo, tanto quanto as temperaturas no verão do continente europeu.

 

Mas vamos começar com o Brasil, com a Stock Car voltando ao autódromo de Campo Grande após quase 3 anos de ausência, e na primeira corrida quem fez a alegria do público foi Felipe Fraga, que não fez a pole mas largou na primeira fila e fez uma corrida de estratégia atrás do pole position Daniel Serra até assumir a liderança da corrida, vencendo com mérito e louvor em uma pista de ultrapassagens difíceis e travada, ops, “seletiva”, como preferem os brasileiros. Não que Serra não tenha tentado reassumir a liderança, mas Fraga não deu chance para que isso acontecesse e cruzou a linha de chegada quase 2 segundos à frente do Serrinha. Completando o pódio tivemos o ótimo Max Wilson, que venceu o duelo com Cacá Bueno (voltando a fazer uma prova em grande forma) pelo degrau mais baixo do pódio, já que os dois primeiros abriram uma vantagem razoável para os outros pilotos. O momento estranho da prova foi protagonizado pelo enrosco entre os pilotos Nelsinho Piquet e Diego Nunes, ambos da Full Time e que se enroscaram na pista, com o filho da lenda (que fez 66 anos na última sexta-feira) levando a pior e saindo da pista. Antes disso, o badalado Lucas di Grassi já tinha abandonado a prova. A segunda corrida, vencida por Ricardo Zonta, foi obscurecida pela baderna dos comissários perante o procedimento de pit-stop, já que alguns pilotos aproveitaram o safety-car provocado pela escapada de pista do César Ramos, que atolado na área de escape precisou de ajuda para sair da zona perigosa da pista. Mesmo não sendo previsto pelo regulamento, alguns pilotos entraram para fazer o reabastecimento durante o safety-car, e nem todos foram punidos ao final... pois é, provavelmente até o final do ano essa etapa vai ser discutida nos tribunais desportivos. Se eu fosse um piloto que se sentiu prejudicado por esses que pararam durante o safety-car e não foram punidos, eu entraria com protesto. Enfim, após as punições o segundo lugar ficou com Cacá Bueno (um dos que pararam e não foram punidos) e o 3º com Átila Abreu, fazendo a equipe Shell ter 2 pilotos no pódio, 1º e 3º lugares. Ou, ao menos até a noite de domingo, o resultado oficial foi esse...

 

No sábado tivemos uma empolgante corrida da Nascar em Bristol, 500 voltas que começaram com o “big one” logo na 3ª volta, com a rodada de Kyle Busch que, mesmo permanecendo com a maior parte do carro fora do traçado da pista, acabou sendo abalroado por outros pilotos e iniciando uma carambola que envolveu 11 carros... a equipe Joe Gibbs fez um belo trabalho remendando o carro para ele retornar à pista, e na segunda metade da corrida Kyle Busch alcançou a 3ª posição da corrida, fazendo acreditar em uma improvável (para quem tinha perdido voltas no começo da prova e estava com o carro bem remendado) vitória, mas não foi assim que aconteceu: Buschinho teve o pneu traseiro esquerdo furado em um momento de 3-Wide na pista (sim, o pessoal estava com 3 carros lado a lado numa pista estreita... a receita perfeita para dar caca), bateu no muro, e dessa vez a coisa deu errado de verdade, com ele terminando em 20º lugar, 3 voltas atrás dos líderes. Mas a família ficou feliz, afinal quem venceu com muita competência foi o quarentão Kurt Busch, cujo carro da Stewart-Haas estava muito veloz no final da prova e permitiu que ele conquistasse sua 6ª vitória nessa pista e a 26ª na categoria principal da NASCAR. Logo atrás dele chegou o pole position Kyle Larson, que teve um carro muito consistente a prova toda e mostrou novamente que a vitória dele está amadurecendo, em algum momento sairá... em 3º chegou Chase Elliott, outro dos bons talentos da nova geração, em 4º O batalhador Joey Logano, vencedor do 2º segmento (o 1º foi vencido por Ryan Blaney, seu companheiro de equipe e que terminou em 7º lugar), e fechando o Top-5 chegou o garoto Erik Jones, melhor dos Toyota na bandeirada e aposta do Buschinho na categoria.

 

Domingo o WEC visitou a Inglaterra para as 6 Horas de Silverstone, e o pós corrida foi surpreendente: o previsível era a dobradinha dos Toyota na bandeirada, mas o que ninguém esperava era que os dois carros fossem reprovados na inspeção pós corrida. Provavelmente devido ao ataque efetuado nas zebras, o assoalho dos dois carros da equipe estavam com desgaste acima do previsto no regulamento, e foram desclassificados. Alonso “pé de iceberg” (de quem comentarei mais à frente) ganhou, mas não levou... a vitória caiu no colo do Rebellion #3 de Mathias Beche/Thomas Laurent/Gustavo Menezes, imediatamente à frente do outro carro da equipe, o #1, da dupla Neel Jani/Andre Lotterer (era para ter também o Bruno Senna, mas ele machucou o tornozelo em uma forte batida nos treinos livres de 6ª feira e não participou da corrida), e em 3º lugar ficou o carro da SMP Racing de Sarrazin/Orudzhev. Na LMP2 dobradinha da Jackie Chan Racing, com o Alpine do brasileiro André Negrão/Nicolas Lapierre/Pierre Thiriet completando o pódio. Na LM GTE-Pro vitória dos atuais campeões Calado/Pier Guidi, com Ferrari 488, seguidos pelo Ford GT de Tincknell/Priaulx e pelo Porsche 911 de Christensen/Estre. Infelizmente o BMW de Farfus/Felix da Costa abandonou com suspensão quebrada.

 

A Indy foi competir em um dos meus ovais favoritos, Pocono, e a prova começou muito conturbada, com Graham Rahal tentando se antecipar aos líderes e batendo em Spencer Pigot, que perdeu o controle, foi parar no muro e já propiciou a primeira bandeira amarela logo na largada. Dada a relargada, parece que não adianta ter 20 metros de largura de pista, pois Wickens e Hunter-Reay se tocaram rodas, com o canadense levando a pior, decolando e indo parar nas telas de proteção acima do muro, em um acidente plasticamente impressionante e que assustou muita, mas muita gente... o piloto saiu da pista para o hospital de helicóptero, consciente e conversando com a equipe de socorro. No boletim médico divulgado no final da noite do domingo, foram confirmadas fraturas nas pernas (provavelmente tornozelos), braço direito e alguma vértebra. Pelo grau do acidente, acho que acabou saindo no lucro de estar vivo... a mesma pancada 20 anos atrás traria mais um óbito à categoria. Após 2 horas de interrupção, boa parte utilizada no remendo da cerca (não dava pra chamar efetivamente de “conserto” o que fizeram... se acontecesse mais um acidente no mesmo lugar a batata iria se carbonizar, não apenas assar) e na limpeza da pista, a corrida recomeçou, com os pilotos mostrando falta de adaptação com o kit aerodinâmico padronizado para superspeedways e transformando a corrida em alguma coisa parecida com a Fórmula 1 de antes do DRS, com pouquíssimas ultrapassagens. A modorrenta corrida foi vencida por Alexander Rossi, seguido a quase 5 segundos por Will Power (que chegou a liderar, mas ainda não foi dessa vez que venceu em Pocono) em 2º lugar e pelo excelente Scott Dixon em 3º lugar. No tocante aos brasileiros, Matheus Leist conseguiu um honroso 11º lugar, Tony Kanaan abandonou por problemas mecânicos no seu carro e ficou em 17º lugar, e Pietro Fittipaldi conseguiu ser envolvido nos 2 acidentes do começo da corrida, terminando em 22º e último lugar. Que zica, Pietro...

 

O WRC foi competir nas estreitíssimas estradas entre os vinhedos da Alemanha e por alguns traiçoeiros campos de testes de tanques de guerra, e novamente o degrau mais alto do pódio ficou com Ott Tänak (Toyota), sua 3ª vitória este ano. Em 2º terminou o líder do campeonato, Thierry Neuville (Hyundai), seguido pelo outro Toyota de Esapekka Lappi em 3º. Curioso para ver como se desenrolará a temporada, já que a briga pelo vice está bastante acirrada, e se o Neuville não se cuidar essa liderança relativamente folgada pode escorrer por entre os dedos...

 

Mesmo nas férias da categoria (que volta à ação próximo final de semana em Spa) a Fórmula 1 voltou aos holofotes da imprensa, com Fernando Alonso anunciando que abandona a categoria ao final da temporada 2018. Provavelmente ano que vem deverá dividir seu tempo entre o WEC e a Indy, já que a busca pela Tríplice Coroa (Mônaco, Le Mans e Indianapolis) é o seu foco atual. E convenhamos, com seu temperamento “afável” ele fechou algumas portas para ele na categoria... que seja feliz e menos rabugento para onde for. No seu lugar na McLaren deve ir Carlos Sainz Jr., que perdeu a vaga na Renault para Daniel Ricciardo, que será primeiro piloto com o Hülkemberg de segundo piloto. Vamos esperar a definição de quem será o segundo piloto do “Mad Max” na Red Bull...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini