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Um final de semana de muita velocidade PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 06 August 2018 01:01

Olá leitores!

 

Final de semana com diversas opções de diversão com o esporte a motor, espalhadas por aí, desde o automobilismo regional (teve etapa do Campeonato Paulista de Velocidade no Asfalto em Interlagos, que infelizmente por outros compromissos previamente assumidos não consegui ir assistir) até a volta das férias da MotoGP, NASCAR fazendo curvas pra direita, entre outras atrações.

 

Começando com a prova talvez mais “cardíaca” do final de semana, a MotoGP em Brno (não faço a menor ideia de como se pronuncia isso, a propósito), com dobradinha da Ducati, com o #4 Andrea Dovizioso em 1º lugar após uma corrida cerebral, de controlar as investidas de Valentino Rossi no meio da corrida e de segurar os ataques fortes de seu companheiro Jorge Lorenzo, que estava determinado a passar o italiano mas não conseguiu o induzir ao erro nem achar a necessária “brecha” para a ultrapassagem – “brecha” essa que ele criou de maneira magistral na ultrapassagem sobre Marc Márquez, que tentou recuperar a posição mas teve de se contentar com o 3º lugar. Destaque para “Il Dottore”, que ultrapassou a marca de 6000 pontos conquistados no Mundial de Motovelocidade, e para a liderança (ainda mais) ampliada de Márquez, que já ostenta 49 pontos de vantagem para o segundo colocado, Rossi.

 

Aqui no Brasil, tivemos a “Corrida do Milhão” da Stock Car, no velocíssimo anel externo de Goiânia, talvez uma das mais belas pistas da América Latina, com acidentes “previsíveis” (afinal, a paixão do brasileiro por pista travada, ops, “técnica” é tão grande que quando os pilotos andam em um traçado de alta velocidade alguns enfiam os pés pelas mãos mesmo) e mais uma prova que a RGT (Rede Globo de Televisão) está pouco se lixando pro fã de automobilismo deixando mais uma vez de mostrar o pódio. Entretanto, devo dizer que não foi de todo ruim: afinal, a cena do Rubinho Barrichello tentando sambar no pódio costuma se deprimente... de qualquer forma, vitória merecida de Rubinho, que soube usar a estratégia correta para assumir a liderança no final em uma bela disputa contra seu amigo pessoal Max Wilson, que fez uma grande corrida até as voltas finais, mas teve que se contentar com o 2º lugar. Completando o pódio, um dos pilotos mais brilhantes da etapa, o português António Félix da Costa, que teve chances reais de vencer e talvez não o tenha conseguido apenas por falta de experiência com o carro – afinal, ao término da prova ele ainda tinha push-to-pass para utilizar... o momento de maior tensão da prova, provavelmente, foi quando Thiago Camilo rodou sozinho na saída da curva 1 e foi atingido em cheio por Cacá Bueno, que tentou escapar pelo lado de fora e acabou acertando com violência o carro do Thiago. A força da panca foi tal que ele perdeu a porta do lado esquerdo do carro, e enquanto Cacá não saiu andando do próprio carro a tensão pairava no ar, por medo dele ter se machucado.

 

A NASCAR foi visitar a pista de Watkins Glen, e tanto a prova da Xfinity (onde o pessoal finalmente usou aqueles pneus de chuva que ficam guardados ad aeternum) como a da Monster Energy foram muito boas, no caso dessa última ainda por cima propiciando a primeira vitória de um dos melhores nomes da nova geração, Chase Elliott, filho de Bill Elliott, que aos 22 anos conseguiu com muita garra e competência alcançar seu primeiro triunfo na categoria principal, que já estava para acontecer há algumas provas mas sempre acontecia alguma coisa no final que o afastava da liderança. Desta vez o garoto sustentou a pressão imposta por Martin Truex Jr. nas voltas finais e não arredou o pé da primeira posição, conquistando com méritos aquela que foi a primeira de muitas vitórias, afinal ele tem tudo para se tornar um dos grandes da categoria. Agora que a porteira foi aberta, é só deixar o rebanho de vitórias passar... e apenas para complementar que, efetivamente, era o dia de Chase Elliott ganhar: o 2º colocado, Martin Truex Jr., ficou sem gasolina um pouco antes de cruzar a linha de chegada, e o garoto Elliott não conseguiu chegar sozinho ao Victory Lane, pois acabou a gasolina antes de retornar aos boxes, tendo retornado empurrado pelo companheiro de equipe Jimmie Johnson (que foi apenas o 30º colocado). Atrás de Chase e Martin, uma trinca de carros da Joe Gibbs Racing: Kyle Busch (#18) em 3º, Daniel Suarez (#19) em 4º e Eric Jones (#20)em 5º, e isso porquê Buschinho teve que fazer uma parada a mais nos boxes já que deu problema no reabastecimento que ele fez na volta 55, precisando retornar na volta seguinte para completar o tanque; mesmo assim, ele continua líder do campeonato. Também foi a primeira vitória da Chevrolet desde a prova de abertura da temporada em Daytona e a primeira da Hendrick desde que Kasey Kahne venceu em Indianapolis em julho do ano passado...

 

Tivemos prova do IMSA WeatherTech em Road America (a.k.a. Elkhart Lake), em que 3 brasileiros figuraram entre os 10 primeiros colocados, e onde uma série de bandeiras amarelas na parte final da prova levaram a um verdadeiro jogo de pôquer na estratégia entre as equipes, jogo esse em que quem levou a pior foi Felipe Nasr, que poderia ter tranquilamente vencido se a prova tivesse uma volta a mais... afinal esteve na liderança por boa parte da segunda metade da corrida e os dois carros que terminaram à frente dele pararam na volta de retorno aos boxes por falta de combustível. Faz parte do jogo... a vitória ficou com a dupla Bennett/Braun (Oreca LMP2) e o 2º lugar com o duo Goikhberg/Simpson, também de Oreca LMP2, à frente de Nasr/Curran em 3º com Cadillac DPi. E aqui vai a explicação para essa vitória na base do “pôquer” dos LMP2 sobre os DPi: a forma que encontraram de equalizar os carros LMP2 (que seguem, lembrando, o regulamento definido pela FIA/ACO para a categoria secundária de Protótipos que correm em Le Mans) com os Daytona Prototipe foi deixar os DPi com um tanque 17 litros menor, já que esses últimos têm desempenho superior... e nessas de tanque maior, quem corre de LMP2 e se arriscou a economizar mais combustível no final acabou levando uma vantagem. Quem se deu bem com a estratégia, parando na hora certa e ganhando posições, foi Pipo Derani, que pilotou MUITO no final da prova e conseguiu um 6º lugar razoavelmente acima das expectativas para seu Nissan DPi. Já a dupla Castroneves/Taylor batalhou bastante com o Acura DPi da equipe Penske, e o 10º lugar acabou ficando de bom tamanho. Na GTD, a dupla Piovanetti/Negri Jr. não teve uma boa prova, e lutando contra os problemas terminaram em 29º lugar.

 

E estamos nas férias de verão da Fórmula 1, mas o mercado de pilotos acaba de pegar fogo (acompanhando as altíssimas temperaturas que tem feito na Europa, com máxima de 47°C na Grécia) com a anúncio da ida de Daniel Ricciardo para a Renault ano que vem, para ser o primeiro piloto daquela que deve ser uma das mais fortes duplas de pilotos da categoria nos últimos anos: Ricciardo dividirá a equipe com Nico Hülkemberg, piloto de enorme talento, apenas sobrepujado pelo tamanho do seu “pé frio”, que certamente impediu que ele tivesse uma posição de maior destaque até hoje. E agora fica a dúvida, quem irá para o lugar dele na Red Bull, e como as outras equipes definirão seus pilotos? Deve ocorrer muita movimentação do meio para trás do pelotão, já que com a morte de Marcchione em tese Kimi Räikkönen deve renovar por mais uma temporada na Ferrari até que em 2020 o Leclerc tenha mais experiência para ir sentar no carro de Maranello. Vamos esperar para ver os próximos movimentos...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini