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Helio Castro Neves, o nosso campeão sem título PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 04 June 2018 20:23

A exemplo do inglês Stirling Moss, considerado um dos dois campeões sem título da Fórmula 1 (o outro é o sueco Ronnie Peterson), o brasileiro Hélio Castro Neves, que lá nos Estados Unidos virou Castroneves para facilitar os norte-americanos, nunca conquistou um título sequer. Isso mesmo: apesar de já ter vencido inúmeras vezes em toda a carreira Helinho nunca foi campeão com carros nas várias categorias por onde passou.

 

Você dirá que ele ganhou três vezes as 500 Milhas de Indianápolis e fez três segundos lugares e isso vale muito mais do que um simples título. Sem dúvida alguma. Vencer em Indianápolis faz um piloto entrar para a história do automobilismo dos Estados Unidos e do mundo. Três, então, transformaram o Helinho numa celebridade, como mostraram as imagens de dezenas de entrevistas que ele deu depois do acidente que o levou a abandonar a última edição deste ano. Não estou aqui para questionar a indiscutível habilidade dele. Só para mostrar um fato sem tentar arranhar a imagem do piloto.

 

E tem mais, ele pode entrar para a relação dos campeões sem título, pois em 1993, quando iniciava a vitoriosa carreira, e corria na antiga Fórmula 3 Sul-americana, Helinho tinha tudo para ser campeão da então importantíssima categoria que dava ao vencedor a superlicença, uma espécie de carteira de motorista para pilotar na Fórmula 1. Graças à prodigiosa memória do jornalista Alan Magalhães, a corrida era em Buenos Aires (eu imaginava em Interlagos) e Helinho liderava a prova, resultado que lhe daria o título, caso Fernando Croceri não ficasse em segundo.

 

 

Aí aconteceu uma das maiores sacanagens (esse é o termo exato!) da história do automobilismo. A poucas voltas do final, o argentino Croceri vinha na sexta colocação. Aí, abriram passagem, de maneira acintosa e deliberada, para ser educado, os também argentinos Nestor Furlan, Fabián Malta, Guillermo Kissling e o brasileiro Gualter Salles. Tudo para Croceri fazer o resultado que lhe garantiria a conquista. Vale destacar que Gualtinho era companheiro de Croceri na Cesário Fórmula, equipe do brasileiro Augusto Cesário, o Formigão. Ele estava sem opção, pois tinha de obedecer a ordem do chefe da escuderia. Foi o que fez Gualter Salles participar de uma das maiores vergonhas da história do esporte.

 

Gualtinho ficou numa situação parecida com a de Rubens Barrichello, que abriu passagem para a vitória de Michael Schumacher (a diferença é que mais à frente o alemão devolveu a vitória) na Fórmula 1. O caso da F3 foi bem mais desavergonhado. Infinitamente mais. Essa maracutaia sul-americana, sem igual e sem precedentes na história deste continente, faz de Helinho um campeão sem título.

 

Mudando de assunto: ironia das ironias, a greve dos caminhoneiros foi o ponto fundamental para que a etapa da Copa Truck, em Curvelo, fosse adiada. Coisas da vida. Até agora, 13 horas desta segunda-feira, dia 4 de junho, ainda não temos uma data para a segunda etapa da Copa Sudeste. Talvez tenha sido melhor não enfrentar o último amistoso da seleção brasileira antes da Copa do Mundo.

 

Milton Alves


Last Updated ( Tuesday, 05 June 2018 11:28 )