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Os descaminhos da estrada PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 24 May 2018 00:07

Caros Amigos, os estimados leitores com um pouco mais de milhagem como eu certamente ouviram alguém dizer – ou mesmo já disseram – que “a grama do vizinho é sempre mais verde”. Algo que por vezes é uma verdade insofismável, nem sempre, porém, é a exata tradução da realidade. De fato, as vezes é só uma questão de ponto de vista ou de autodepreciação da parte de quem faz este tipo de observação.

 

Ao longo das últimas semanas, desde o cancelamento da etapa de abertura da Superfórmula Brasil, que nada mais foi do que a tentativa de renomear uma categoria obsoleta e cara, por mais boa vontade que possamos ter com Augusto Cesário, Dárcio dos Santos e o Dragão, eles colheram o pior dos reveses nesta tentativa de fazer mais uma temporada com seus carros: a falta de interesse dos pilotos.

 

Pouco depois, veio o anúncio da Linardi Sports, do empresário e piloto Lineu Linardi, em fazer uma categoria de entrada para os pilotos oriundos do kart que desejam tentar a sorte nos monopostos aqui em terras brasileiras. Para isso, associou-se com um promotor argentino e juntos tiraram das garagens do Uruguai os monopostos que Felipe Massa trouxe para o Brasil em 2010 com a criação da “Fórmula Futuro”, com suporte da Fiat... e que teve apenas duas temporadas.

 

A primeira etapa do campeonato desta “Fórmula Academy” seria no final de semana passado, em Interlagos. Contudo, toda a mídia foi informada de que, devido a embaraços na alfândega, muitos carros estavam retidos e não chegariam a tempo para a realização da prova, que acabou adiada para o segundo final de semana de junho, nos dias 9 e 10, no autódromo Zilmar Beux, em Cascavel. Contudo, em nossas apurações, os 17 (ou 18, as fontes divergem) carros não teriam encontrado pilotos para o preenchimento das vagas, tendo apenas 7 pilotos confirmados.

 

Quando estes carros vieram para o Brasil, com todo o projeto envolvendo um piloto de Fórmula 1, uma gigante da indústria automotiva, apoio da televisão por assinatura que transmitia ao Fórmula 1, o sentimento (na verdade, mais um desejo) de que “agora vai”, que teríamos uma categoria forte como foi a Super Vê nos anos 70 ou a Fórmula Ford nos anos 80/90 simplesmente não aconteceu. Nunca tivemos um grid com mais de 10 ou 11 carros, apesar de ter revelado bons pilotos como Nicholas Costa, entre outros.

 

Nestas horas, é sempre muito fácil apontar dedos e culpar os outros, em geral, e a Confederação Brasileira de Automobilismo, em particular. Afinal, os projetos são perfeitos, os custos são suportáveis, as categorias são estimulantes, formadoras, tem visibilidade e os pilotos sairão prontos para representar o Brasil no exterior com a competência que sempre fizeram...

 

Agora vamos olhar para um jardim bem verde... o dos Estados Unidos. Há dois meses temos um novo colunista no site, Genilson Santos. Ele tem acompanhado de perto as categorias de acesso em todo o mundo onde temos brasileiros correndo e eu tenho acompanhado de perto o trabalho que ele tem feito, sendo responsável por convidá-lo a fazer parte da nossa equipe. Genilson comentou comigo sobre – palavras dele – o Road to Indy, programa para levar pilotos desde a USF2000 até a Fórmula Indy, custeando a temporada do campeão na categoria acima. É assim que Victor Franzoni está correndo na Fórmula Indy Lights este ano.

 

No ano passado, quando assisti o VT da vitória de Matheus Leist na Freedom 100, a corrida de 100 milhas da Indy Lights no mítico oval de Indianápolis no ano passado, percebi que o grid era pequeno, com 12 ou 13 carros. Se uma categoria com todo envolvimento do show business dos eventos esportivos dos Estados Unidos tem um grid tão pequeno, algo deve estar errado.

 

Este ano o grid da Indy Lights está ainda menor. Na etapa acontecida duas semanas atrás, no traçado misto dentro do Indianápolis Motor Speedway, apenas sete carros alinharam para a largada. Eram quatro carros da Andretti, dois carros da Belardi e um carro da Juncos. Muito pouco para uma categoria de acesso que deveria levar o melhor piloto entre os novos.

 

O problema é que a categoria vem patinando rodas há alguns anos. Em 2016 chegou ao melhor grid dos últimos cinco anos, com 16 carros. Nos anos anteriores oscilava entre 11 e 13 carros. Este ano a situação se agravou e aparentemente os promotores não sabem como encontrar um caminho e a categoria que antecede a Indy Lights, a Pro Mazda, passa pela mesma situação, com o grid variando nos últimos anos entre 14 e 16 carros, muito pouco se pensarmos no prêmio dado ao campeão e em se tratando de um país com as condições econômicas que os Estados Unidos possui.

 

Talvez seja culpa da CBA.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva