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Uma questão de visão e gestão PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 25 April 2018 22:54

Caros Amigos, as pessoas se deixar levar por suas paixões pessoais é algo muito mais comum do que possamos imaginar. Este comportamento se aplica a todos os seguimentos das nossas vidas e ants que eu seja questionado por nossa psicóloga, Catarina Soares, sobre meus conhecimentos na área, talvez seja melhor eu ser mais específico.

 

Temos no meio do automobilismo aqueles que acham a Fórmula 1 o máximo... e as outras sendo categorias menores. Tem pessoas que consideram a NASCAR como uma corrida no sentido pleno da palavra... sendo as outras categorias menos relevantes. Temos aqueles que consideram a Fórmula Indy como a melhor categoria de monopostos do mundo ao invés da Fórmula 1, que tem “corridas chatas”.

 

Eu pretendo focar a coluna desta semana numa questão comum vista no final de semana anterior e que afetou duas categorias distintas: a Stock Car no Brasil e a Fórmula Indy nos Estados Unidos. Os dois eventos tiveram problemas com um, digamos, “adversário comum”: a chuva. Esta atrapalhou bastante a classificação da categoria brasileira e no caso da norte americana, chegou a adiar a corrida por um dia, mesmo sendo esta realizada em um circuito misto permanente.

 

É justamente este o ponto que pretendo desenvolver. Não a questão dos carros correrem ou não na chuva ou a quantidade de chuva que caiu em um ou outro evento, mas a questão específica do autódromo de Barber, no Alabama, um dos autódromos permanentes dos Estados Unidos e tido pelos pilotos da Fórmula Indy como um dos melhores circuitos da categoria. Na opinião do vencedor da prova, Josef Newgarden, o melhor!

 

Enquanto a chuva caia na tarde do domingo passado e ficamos assistindo por mais de duas horas os comentaristas da televisão que transmitia o evento falando sobre o trabalho que as equipes de serviços faziam para tentar secar a pista eu me perguntava: como um sistema de drenagem de um autódromo pode ser tão ineficiente? Não é um autódromo qualquer.

 

O Barber Motorsport Park é um complexo de fazer inveja para nós, brasileiros em termos de tudo que se pode encontrar em um espaço voltado para a velocidade. Com mais de 3,2 milhões de metros quadrados (3 vezes maior que Interlagos) ele foi construído por George Barber e inclui o Barber Vintage Motorsport Museum, que foi nomeado “World's Largest Motorcycle Museum” pelo Guinness Book. Além disso tem lojas, parques para crianças, áreas para exposição, tudo o que nossos autódromos não tem.

 

Barber foi inaugurado em 2003, tem um uma extensão 3,83 Km, com 17 curvas, em sentido horário. Foi projetado Alan Wilson, que valorizou a possibilidade de se ver os trechos das encostas gramadas e arborizadas. É uma pista com variações de elevação e possui uma opção de traçado menor, para eventos de track Day e festas de clubes. visível de vários bancos naturalmente arborizados ou cobertos de grama. A pista foi projetada para ser executada no sentido horário. O layout é compacto, com várias alterações de elevação, o que deixa o traçado ainda mais interessante, apesar de ser “estreito”, com 12 metros de largura em praticamente toda a sua extensão.

 

Tirando todo o entorno, algo que dificilmente veremos em um autódromo por aqui, exceção feita ao Velopark, a pista onde a Fórmula Indy correu no último final de semana não conseguiria uma classificação além de um FIA 3, seja por suas áreas de escape, sua largura de pista, seu precário pitlane, os poucos e pequenos boxes no prédio que se vê na parte final dos pits.

 

Em termos de pista, sem levar em conta a estrutura do entorno, com o devido cuidado, Santa Cruz do Sul, Curitiba, Velocittà e Goiânia estariam no mesmo platamar de segurança e condição de pista para a realização de um evento da Fórmula Indy no Brasil. Inclusive, a pista do empresário Eduardo Souza Ramos localizada nas proximidades de Mogi-Guaçu, em termos de pista, seria um padrão bem parecido, apesar de um pouco menor.

 

Não podemos negar que nossos autódromos precisam ter uma atenção maior por parte de seus administradores, sejam eles públicos ou privados, mas também precisamos lembrar que não é fácil fazer as coisas aqui no Brasil. Um bom início seria enxergar as possibilidades de se fazer espaços multiuso como é o autódromo de Barber, mas principalmente as pessoas que trabalham com o automobilismo deixarem de ser reclamões e ao invés de queixas, apresentarem alternativas. Deixar de lado o “complexo de vira-lata”, em que somos menores do que somos também ajudaria bastante.

 

Se em outros países o automobilismo e a existência de autódromos consegue funcionar e ser interessante, não podemos ser tão incompetentes assim para não conseguir fazer algo do gênero no Brasil. O Velopark está operando no azul há 3 anos e o autódromo de Curitiba era um exemplo até novembro passado.

 

Podemos ter um “Barber Motorsport Park” em pelo menos metade dos estados do país. É uma questão de visão e gestão!

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva