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Written by Administrator   
Sunday, 01 April 2018 23:21

Olá leitores!

 

Espero sinceramente que todos vocês tenham passado um ótimo feriado de Páscoa com suas famílias. O mundo do automobilismo também respeitou o feriado cristão e não tivemos competições de grande porte no final de semana, o que deixa a esse vosso escriba maior liberdade de assuntos... claro, não foi um final de semana completamente isento de competições. No sábado tivemos corridas da F-3 inglesa – aquela que corre com carros da F-4 – e uma ilustre presença na pista: Billy Monger. Sim, aquele garoto que há quase um ano teve um seríssimo acidente a amputou ambas as pernas abaixo do joelho, voltou a correr, por enquanto apenas na etapa de estreia da temporada em Oulton Park. Se ele conseguir o patrocínio para as etapas seguintes, o carro adaptado (com acelerador na mão esquerda, freio com uma prótese na perna direita e troca de marchas na mão direita) estará na garagem da equipe Carlin o aguardando. Geralmente essa época do ano as empresas já fecharam o pacote de verba para patrocínio, mas mesmo com toda a dificuldade de uma estreia o garoto chegou em 3º, então... eu acho que ele merece uma chance. Se Kubica teve sua chance, ele merece ter.

 

Falar em Kubica lembra F-1, e na F-1 a semana pós abertura do campeonato foi um festival de abobrinhas de deixar qualquer feirante com inveja. A pior foi a suposta “ajuda” da Haas à Ferrari... gente, na boa, se é para fazer um negócio desses, dá para fazer com um carro apenas, enquanto o outro segue lutando por posição de pontuar no campeonato. Já ouvi as teorias da conspiração mais absurdas, mas essa deve estar entre as 10 piores. Também colocarei na lista de abobrinhas as declarações da dupla da Ferrari elogiando o Halo. E o campeonato nem começou direito e já estão inventando crise na Toro Rosso por causa do motor Honda. Digam-me, qual a grande expectativa da Toro Rosso? Descobrir talentos que possam ir correr na Red Bull, essa é a expectativa. Duvido que a própria Red Bull queira uma equipe satélite incomodando a equipe principal nas disputas de posição... Só quem realmente precisa ficar atenta é a Williams. O garoto que paga as contas, Lance Stroll, andou dando declarações que mostraram claro desconforto com o desempenho (ou falta de) do carro na Austrália. Se ele resolve pegar o carro forte e ir bater na porta de outra equipe, a casa da Williams pode cair de vez.

 

No mundo da MotoGP, uma notícia no meio da semana que pode ser interessante também para o mundo das 4 rodas: começou o processo de asfaltamento do autódromo finlandês de KymiRing, cujas obras estão atrasadas mas o contrato para o retorno do Mundial para lá já estava assinado desde 2016. Com os finlandeses fazendo figura bonita na F-1, a chance de um GP da Finlândia (ou um GP da Europa, pra resgatar um nome já usado) nessa pista pode ficar mais palpável. Parece que o problema atual é achar uma composição de asfalto que dê aderência e resista ao “suave” inverno de 6 meses da Finlândia... não deve ser fácil. O ano de 2018 mal começou sua temporada e o foco já é 2019. Motivo: uma quantidade razoável de pilotos bons estão no final de seus contratos, notadamente Dovizioso, que deve ser o fiel da balança; todos devem esperar ele definir se renova com a Ducati ou se muda de equipe (esse é o último ano de contrato do Pedrosa, por exemplo, e uma dupla Márquez e Dovizioso no HRC seria incendiária) antes de “moverem suas peças” nesse intrincado jogo de xadrez que prometem ser as negociações esse ano. Outra questão que deve levar algum tempo de conversas deve ser qual será a equipe satélite da Yamaha, já que ano que vem a Tech3 deixa a marca dos diapasões para se aliar à KTM. Por enquanto as chances maiores estão com a Marc VDS, mas a equipe já disse que tem outras sondagens... até quanto isso é verdade ou apenas tentativa de conseguir um contrato melhor, é muito cedo para saber.

 

Em terras tapuias, finalmente a Dona Stock Car definiu onde será a segunda etapa do campeonato desse ano, e a pista escolhida foi o excelente autódromo de Pinhais, na periferia de Curitiba, em uma etapa que apesar da transmissão ser apenas pelo canal de TV por assinatura a primeira corrida começará às 11 horas da manhã... já que não tem que entrar no meio do programa futebolístico da manhã de domingo, poderia começar por volta das 12h, 12h30m, algo assim, mas enfim, coisas desse país aqui.

 

Essa semana teve sessão de testes com o Batmóvel, ops, novo carro da Fórmula E. O fabricante de carenagem vai ficar felicíssimo, pois qualquer toquinho entre os carros e voarão pedaços de tamanho bem significativo do pacote aerodinâmico. Diria que a carenagem tem um toque de nostalgia, pois são monopostos sem capota com rodas cobertas, lembrando uma versão moderna daqueles carros da segunda fase da Can-Am (a partir de 1977), que eram as máquinas da (então) recém extinta Fórmula 5000 com carenagens cobrindo as rodas. Claro que, com motores V-8 de 5 litros, os carros da Can-Am tinham um ronco muito, mas muito mais interessante que o barulho de furadeira feito pelos modelos da F-E. Dizem que esse carro terá baterias com autonomia para a corrida inteira, tornando o atual rito de troca de carros no meio da corrida coisa do passado. Eu vejo com certa preocupação isso: o momento de troca de carros propicia algumas ultrapassagens em circuitos mais estreitos, se retirarem isso as corridas poder se tornar versões sem barulho do GP de Mônaco... e aí haja interação com o público para manter o interesse na corrida.

 

E mais duas presenças ilustres foram confirmadas para as 24 Horas de Le Mans desse ano, Juan-Pablo Montoya e Paul Di Resta correrão na LMP2 pela equipe United Autosports. Por sinal, dois pilotos que gosto de ver correndo. Espero que tenham uma boa estreia em La Sarthe, definitivamente a corrida apenas tem a ganhar com a presença deles. Pena que o Alonso estará na LMP1, imaginaram um duelo de posição entre Montoya e Alonso? Seria maravilhoso!

 

E semana que vem – claro, sem transmissão para um certo país lusófono da América Latina – começa no Marrocos a primeira temporada do WTCR, a categoria que surgiu quando o WTCC percebeu que a fórmula dele deu (muito) errado e adotou o regulamento dos campeonatos europeus de turismo com carros de motor turbo de 2 litros. Mais baratos de manter que os 1,6 litro do WTCC, portanto com maior número de corridas (será uma corrida no sábado e outras duas no domingo) e mais carros disputando. Detalhe: não haverá premiação para fabricante, apenas para pilotos e equipes, tanto que o status na FIA mudou de Campeonato Mundial para Copa Mundial. O vídeo de apresentação no site da categoria chega a dar medo, quando citam “more overtakings; more touching; more everything”... mais toques ainda entre os carros? Vai ter brasileiro “surtando” se assistir uma prova dessas... eu vou tentar algum jeito de ver, já que acredito piamente que corridas de carros de turismo são esporte de contato. Já estão confirmados carros Peugeot 308, Hyundai i30, Seat León Cupra, Honda Civic Type R, Alfa Romeo Giulietta, VW Golf GTI e Audi RS3. Deve ser lindo de assistir... além daquele pessoal que “não sabe nada” de volante, como Norbert Michelisz, Tom Coronel, Gianni Morbidelli, o campeão de 2017 do WTCC Thed Björk, Robert Huff, James Thompson, Tiago Monteiro, Gabrielle Tarquini, Yann Erlacher, entre outros. O mais legal: mantiveram a etapa da Alemanha (10 a 12/05) no Nürburgring com Nordschleife!! A de Portugal (23 e 24/06) continua sendo no histórico circuito de rua de Vila Real, a da Argentina (04 a 05/08) será no belíssimo Termas de Rio Hondo e após duas etapas na China e uma no Japão a temporada encerra no fantástico Circuito da Guia em Macau.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini