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Expectativas PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 21 March 2018 22:57

Caros Amigos, nestes próximos dias estaremos vivendo alguns momentos onde o sentimento é o de expectativa. Por definição, o sentimento de expectativa só pode existir na ausência da realidade, ou seja, quando o objeto que motiva a expectativa ainda não se tornou viável e real, sendo apenas uma condição presente no desejo de posse do indivíduo, por exemplo.

 

A expectativa é uma suposição incerta, que está mais ou menos influenciada por fatos realistas. Normalmente, quando um indivíduo espera ou deseja muito por algo ou alguma coisa e, eventualmente, a expectativa não cumpre a realidade, surge o sentimento de desilusão. Por outro lado, quando a realidade supera o esperado, diz-se que determinada coisa ou situação “superou as expectativas”.

 

A primeira expectativa que estamos vivendo será dirimida na manhã desta quinta-feira, sobre um assunto que há muito temos falado em algumas de nossas publicações. Às onze horas da manhã desta quinta-feira será apresentado o projeto para o retorno do Campeonato Mundial de Endurance ao Brasil, após um intervalo de cinco anos e depois de terem sido realizadas três corridas no autódromo de Interlagos entre 2012 e 2014.

 

O projeto visa a inclusão do Brasil no Calendário na temporada 2019/2020, com a realização da prova no mês de dezembro de 2019. Pelos nossos contatos frequentes com o ACO (Automobile Club de L’Ouest) era evidente o interesse da organização do evento bem como do clube que criou as 24 Horas de Le Mans da permanência da etapa sulamericana no calendário da categoria.

 

Quando o campeonato passou a ter nove etapas, na temporada de 2015, era plano da direção da categoria estabelecer a temporada com dez etapas (isto, claro, antes da retirada da Audi e da Porsche do campeonato, o que obrigou os promotores do campeonato a mudar radicalmente a estrutura, a formatação do mesmo). A “décima etapa” era a etapa do Brasil. Contudo, naquele ano, a data reservada às 6 Horas de Interlagos foi ocupada pelas 6 Horas de Hurburgring, apesar do promotor local ter um contrato de 5 anos para realização do evento, o que não ocorreu por motivos de não atendimento de algumas clausulas de contrato por parte do promotor local. Assim, o evento não mais retornou ao país.

 

No evento desta quinta-feira (lembro aos meus estimados leitores que eu fecho minha coluna na noite da quarta-feira) estarão presentes o CEO da empresa promotora do campeonato, Gérard Neveu e o Gerente de Eventos da empresa, Cédric Vilatte. Com eles estará o piloto da equipe Rebellion, que este ano volta a disputar a categoria LMP1, Bruno Senna, que será apresentado como “embaixador do evento”.

 

Mas quem estaria promovendo o evento? Há um grande “mistério” em torno do nome da empresa que estaria promovendo o retorno do Mundial de Endurance ao Brasil, mas conseguimos apurar que o empresário Nicholas Duduch, CEO da N/Duduch, uma empresa especializada na produção de eventos corporativos que se apresenta como focada na entrega de solução completa e integrada para a
realização dos eventos dos seus clientes, assumindo a produção técnica e operacionalização dos eventos, enquanto o cliente fica mais focado em suas ações de marketing e comercial seria a pessoa à frente deste projeto no Brasil.

 

Nicholas Duduch, CEO da Duduch Motorsports será mesmo o novo promotor de eventos de automobilismo no Brasil? Mas quem é Nicholas Duduch? É um jovem empresário que em 2005 foi o co-fundador da N/Duduch Cenografia e Eventos. Segundo seu perfil numa famosa rede de relacionamento social corporativo, a N/Duduch Motorsport foi criada apenas neste mês de março de 2018.

 

Antes que eu seja rotulado como um alarmista de plantão, fatalista ou alguém que esteja torcendo contra o sucesso dos novos promotores, faço uso da minha coluna semanal para lembrar o exemplo de que uma empresa que nada tem a ver com automobilismo vir a ser promotora de eventos no seguimento pode ser efetivamente funcional. A Promotora da Stock Car Brasil, proprietária da VICAR, é uma empresa de promoção de eventos para grandes públicos e nem vou entrar no mérito do grupo Liberty Media, que hoje é proprietária da Fórmula 1.

 

Contudo, com toda a torcida que possa empenhar para o sucesso deste projeto, não posso deixar de lembrar o que aconteceu com o empresário Julio Anguita, CEO da Loyal Sports Promo Entretainment, que em 2013 firmou contrato com a SRO, promotora de diversos campeonatos de Gran Turismo pelo mundo para realizar o evento brasileiro. Após apenas um ano, o contrato foi interrompido e o campeonato não teve continuidade.

 

Que a N/Duduch consiga vir a ser um pilar forte de sustentação para o  automobilismo junto com os promotores atuais e já estabelecidos e assim possamos não apenas trazer o WEC de volta, mas que o novo promotor venha a fazer, efetivamente, parte do meio e que este evento no calendário internacional possa ser um ponto de inflexão na curva do esporte a motor brasileiro, com o crescimento do automobilismo, o surgimento de novas categorias nacionais e na vinda de outros eventos internacionais para o país.

 

A outra expectativa começará a ser dirimida na noite da mesma quinta-feira, quando for acesa a luz verde liberando a pista do Albert Park, na Austrália para o primeiro treino livre da temporada 2018 da Fórmula 1.

 

Depois das duas semanas de treinos pré-temporada onde as suspeitas de ter gente escondendo o jogo (Mercedes), de excelentes tempos obtidos por Ferrari e Red Bull, por uma resistência – para alguns – surpreendente dos motores Honda, agora na Toro Rosso, dos problemas de performance da Williams – que não surpreendeu outros tantos – e de termos que lidar com o halo, é chegada a hora da verdade.

 

Na noite da quinta-feira, horário do Brasil, começa o primeiro treino livre da temporada e aí não veremos mais ninguém escondendo o jogo e o início do balanço de forças da Fórmula 1 será apresentado a todos que acompanham a categoria. Especular é um direito de todos e ao longo destes dias entre o final da pré-temporada e a vinda do circo para a Austrália muito se falou em todas as direções. Veremos quem terá suas expectativas preenchidas ou frustradas.

 

Espero não ser um dos frustrados em meu desejo de ver um campeonato com seis carros com reais condições técnicas de vitória. Sou um otimista confesso.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva