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Um final de semana topzera! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 18 March 2018 23:07

Olá leitores!

 

O idioma português, apesar de riquíssimo em expressões e vocabulário (basta perguntar aos estrangeiros que vêm para o Brasil se o aprendizado do idioma é fácil), sofre consideravelmente com a “síndrome de vira lata” que acomete o povo brasileiro. Assim sendo, muitas expressões que antigamente eram descritas em português hoje sofrem com a anglicização desnecessária. Começou com as pessoas que faziam cursos de MBA, onde parece que se você não utilizar desnecessariamente o inglês você não recebe o diploma de conclusão do curso, e se espalhou para todas as camadas da sociedade. Hoje em dia, se você for comprar um carro usado e ele estiver em bom estado (ao menos aparente, sabem como é conversa de vendedor...) e estiver recheado de opcionais de conforto e/ou conveniência, o vendedor vai descrever o carro como “topzera”. Além do absurdo do prefixo em inglês e o sufixo em português, é o tipo de neologismo absolutamente desnecessário em um idioma que possui as expressões “ótimo”, “excelente”, “maravilhoso”, “estupendo”, “deslumbrante”, entre outros que podem ser utilizados para enriquecer a descrição do bem de consumo em questão. “E onde isso tem a ver com a coluna, Alexandre?”, vocês perguntarão. Fácil, estimados leitores, pois se um fanático por automobilismo na faixa dos 20 anos ou menos fosse descrever como foi o final de semana, ao invés das palavras que eu usaria para o descrever (“ótimo”, “excelente”, “maravilhoso”, “estupendo”, “deslumbrante”), provavelmente o jovem diria que foi “topzera”. Como para mim esse negócio de “topzera” é coisa de toupeira (até rimou...), eu diria que foi maravilhoso, estupendo, ou qualquer outro adjetivo do idioma pátrio que vós queirais utilizar para o descrever.

 

Começando pela grande competição do final de semana, as 12 Horas de Sebring, que alegraram o sábado de quem não estava exatamente disposto a ir a um pub ou cervejaria comemorar (talvez fosse mais correto dizer “bebemorar”...) o Dia de São Patrício, padroeiro da Irlanda e cuja data tradicionalmente é comemorada com litros e litros de cerveja... e teve Brasil no pódio, sim senhores! O protótipo Nissan da equipe Tequila Patrón ESM #22 pilotado por Johannes van Overbeek, Nicolas Lapierre e o jovem (24 anos) brasileiro Luis Felipe “Pipo” Derani venceu com velocidade e autoridade uma das mais tradicionais corridas do Endurance mundial (foi a 66ª edição da prova), com o brasileiro fazendo o trecho final ao volante e pilotando MUITO no período noturno. Segunda vitória nessa corrida para o brasileiro, que também esteve no degrau mais alto do pódio em 2016, e nesta edição o destaque veio para as disputas de posição que ele protagonizou, notadamente aquela no final da prova contra o carro então pilotado pelo compatriota Felipe Nasr, que dividia o carro #31 da Whelen Racing com Eric Curran e Mike Conway e que acabou terminando a prova em 3º lugar. Entre os dois carros com participação brasileira chegou o protótipo Cadillac #10 da Wayne Taylor Racing, atual campeão da categoria, pilotado por Jordan Taylor, Ryan Huntar-Ray e Renger van der Zande. O protótipo Cadillac #5, vencedor de Daytona, no qual estava o brasileiro Christian Fittipaldi, sofreu dois acidentes durante a prova e não passou do 10º lugar na categoria e 16º na Geral, e o Acura #7 onde estava Helinho Castroneves sofreu severo problema de motor quando era pilotado por Rick Taylor e abandonou. Na GT Le Mans, vitória do Porsche 911 RSR #911 pilotado por Patrick Pilet, Nick Tandy e Frederick Makowiecki, que foi acompanhado no pódio pelo BMW M8 GTLM #25 de Bill Auberlein, Alexander Sims e Connor de Philippi no 2º lugar e pelo 3º colocado, o outro Porsche 911 RSR #912 pilotado por Laurens Vanthoor, Gianmaria Bruni e Earl Bamber. Na GT Daytona, a vitória ficou com o único Lamborghini Huracán GT3 que participa do campeonato, o carro #48 pilotado por Bryan Sellers, Corey Lewis e Madison Snow, seguidos pela Ferrari 488 GT3 de Alessandro Balzan, Cooper MacNeil e Gunnar Jeanette em 2º e pelo Mercedes AMG GT3 de Jeroen Bleekemolen, Bem Keating e Luca Stolz. A Ferrari 488 GT3 #51 que Daniel Serra dividia com Mathias Lauda, Paul Dalla Lana e Pedro Lamy acabou em 12º na categoria, 1 volta atrás do líder da categoria, o que acabou sendo um ótimo trabalho, já que após o enorme azar de sofrer um furo de pneu logo na 1ª volta e perder de cara 2 voltas, até que conseguiram recuperar algum terreno...

 

Também no sábado tivemos a etapa de Punta del Este da Fórmula Furadeira, digo, Fórmula E (aquela corrida que na divulgação original do calendário era para ser disputada em São Paulo, mas aí o “intelectualíssimo” eleitor paulistano elegeu um inimigo declarado do esporte a motor e acabou sendo transferida para um lugar com pessoas mais cultas e civilizadas), e confesso que tendo em vista as edições anteriores eu esperava um pouco mais da corrida. Não foi ruim, longe disso, mas... a mesma pista já produziu duelos melhores. A vitória, mais do que merecida, ficou com Jean-Éric Vergne, líder folgado (30 pontos de vantagem) do campeonato e que soube aproveitar com maestria a pole position para resistir aos constantes porém pouco efetivos ataques de Lucas Di Grassi, que teve que se contentar com o segundo lugar. Em terceiro, a uma distância considerável dos dois primeiros, chegou Sam Bird, que assim se aproxima consideravelmente do 2º colocado na pontuação (Felix Rosenqvist), que não passou de um 5º lugar neste sábado. Foi um sábado para esquecer para o brasileiro Nelsinho Piquet, que largou lá atrás, se envolveu em acidente, precisou trocar de carro antes da hora e – claro – ficou sem bateria no final da prova, terminando na mesma 19ª posição na qual se classificou... Aliás, para alegria do paulistano médio, que demonstrou nas urnas que está pouco se lixando (eu usaria outra expressão, muito mais verdadeira porém de baixo calão, para me referir a isso, mas prefiro respeitar meus leitores...) para o esporte a motor, a cidade de São Paulo, ao menos por enquanto, está fora dos planos da categoria para a temporada 2018/2019.

 

No domingo tivemos a abertura da temporada 2018 da Motovelocidade, e o destaque foi o “Fratelli D’Italia”, com as vitórias de Francesco Bagnaia na Moto2 (onde, por sinal, a estreia de Eric Granado foi complicadíssima, já que a equipe Forward teve diversos problemas o final de semana todo, e acabou com o brasileiro terminando a prova em 30º lugar e o companheiro dele, Stefano Manzi, em 26º) e de Andrea Dovizioso na MotoGP, após a corrida ser dominada por cerca de 2/3 da duração pelo ótimo Johan Zarco (que mostrou que sua Yamaha Tech3 está muito mais rápida que as motos de fábrica, mas que ficou sem pneus no final da prova, terminando apenas em 8º lugar). Dovi correu com a cabeça, e soube esperar o momento certo de ultrapassar os pilotos à sua frente (incluindo Márquez e “Il Dottore”), e no final ainda soube resistir à pressão do Marc Márquez, que mais uma vez tentou passar o italiano na última curva mas não conseguiu resistir à velocidade de saída de curva da Ducati, tendo de se contentar com a 2ª posição. Completando o pódio chegou Valentino Rossi, que pressionou muito durante a prova, batalhou muito, mas definitivamente possui um equipamento inferior à Ducati e à Honda. E não é só inferior em velocidade de reta, mas também nas curvas, ítem que no passado fazia a diferença a favor da marca dos 3 diapasões – e que parece ter perdido a mão na afinação da moto. Notável a corrida do Maverick Viñalez, que largou em 12º e terminou em 6º, com apenas um abandono de piloto à sua frente, as outras posições foi galgando na marra e na raça mesmo. Outro que pilotou muito mesmo foi Cal Crutchlow, o orgulhoso papai que após o nascimento da filhota passou a acelerar mais, e terminou em um ótimo 4º lugar.

 

E também tivemos a 5ª etapa da temporada da NASCAR, na pista que é a irmã mais nova e mais pobre de Michigan, Fontana (explicando: Michigan recebe manutenção, ao passo que desde que Fontana foi inaugurada o asfalto ainda é o mesmo, sendo o mais velho da atual temporada), onde Martin Truex Jr. voltou à velha forma: pole position, vitória no 1º segmento, vitória no 2º segmento, e vitória na bandeirada final. Uma performance absolutamente dominante, quase um “doutrinador” da pista, liderou 125 das 200 voltas da corrida, e no último segmento ainda propiciou aos espectadores um belo duelo com Kyle Busch. Em 2º lugar terminou Kyle Larson, que estava rápido mas não o suficiente para duelar com Truex (tanto que cruzou a linha de chegada pouco mais de 11 segundos e meio atrás do vencedor), em 3º chegou Kyle Busch (que liderou 62 voltas mas no final não conseguiu segurar o atual campeão), e em 4º e 5º os “bad boys” da Penske, respectivamente Brad Keselowski e Joey Logano. Após uma série de resultados ruins, Jimmie Johnson conseguiu um 9º lugar, alguns dias após o seu principal patrocinador, a Lowe’s, anunciar que ano que vem não patrocinará mais o carro #48. Esperava-se um bom desempenho do vencedor das últimas 3 etapas, Kevin Harvick, mas ele teve uma “pane cerebral” (se conseguirem achar explicação melhor, por favor, me avisem) durante uma disputa com Kyle Larson, tentou “fechar” o garoto do carro #42 na reta e foi parar no muro. Conseguiu voltar à prova, mas terminou 9 voltas atrás, na 35ª posição.

 

Para encerrar, algo que parece piada, mas não é: a McLaren conseguiu, para o GP da Austrália, o patrocínio de uma fabricante australiana de... chinelos de dedo. Alpargatas, vocês deixaram passar essa oportunidade, logo agora que os carros todos estão parecendo o seu produto mais famoso? Francamente...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini