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O dia em que assustei, e muito, Felipe Nasr PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 26 February 2018 18:54

Apesar de não fazer tanto tempo assim, sou péssimo em datas e não me recordo o ano exato em que isso aconteceu. Estava tranquilo na praia quando recebi uma ligação do amigo Doro Jr. da melhor assessoria de imprensa do Brasil, a ZDL, para quem já trabalhei e, vez ou outra, faço alguns bicos. Ele foi direto, bem do jeito que eu gosto (ou alguém duvida disso?) e perguntou se eu toparia ajudá-lo num media training.

 

Media Training á um trabalho que jornalistas fazem para preparar os entrevistados para futuras, normalmente próximas, entrevistas. Nós dois juntos já havíamos feio com diretores da Unilever, patrocinadora do então time de feminino de vôlei do Rexona (hoje Sesc RJ), e com as jogadoras. Ele me perguntou se eu conhecia Felipe Nasr, o piloto brasileiro que, na época, estava bem próximo de chegar à Fórmula 1. Respondi que, pessoalmente, não. Conheço bem o pai, Samir, e o tio Amir, com quem convivi muito tempo na Fórmula 3 Sul-americana e na Stock Car.

 

Felipe era o cara a ser treinado. Topei na hora e combinamos nos encontrar para acertar detalhes daquele trabalho que tinha sido contratado por Carlos Col, o maior responsável pela ressurreição da Stock Car no final do século passado, ou seja, em 1998, 1999. No local combinado encontramos o cinegrafista, daqueles com muita experiência em tevês diárias, acertamos vários detalhes e pegadinhas e no meio de tudo descobri que quem viria junto com o Felipe seria, além do Amir, o Carlos Cintra Mauro, conhecido como Lua.

 

Outro amigo velho desde os tempos em que trabalhava com o tricampeão mundial Nelson Piquet. Amir passou para o Lua alguns detalhes do que aconteceria - nem eles sabiam o que faríamos com o Felipe - e tudo ficou acertado. Eles desembarcaram do carro e logo começamos a bombardear o ``moleque``. Perguntei o nome dele, tudo sendo gravado, disse que fazia economia e não entendia nada de esportes e que tinham me mandado ali e tinha caído de paraquedas, detestava corridas de carros e tal.

 

Ele ficou espantado (vi no rosto dele) e emendei uma série de perguntas sem sentido para quem conhece um pouco de automobilismo (esse é o meu caso) e muito de corridas, como é o caso dele. Entramos na vida pessoal, pois conhecia detalhes de sua adolescência e foi aí que ele mordeu a isca. Falou o que não deveria e contou fatos que jamais poderá revelar para a imprensa, pois se cair na mão de uma imprensa sensacionalista isso poderia atrapalhá-lo.

 

 

Eu, Doro e o cinegrafista o levamos a uma rua movimentada ao lado do Hospital das Clínicas, em São Paulo, e enquanto eu o entrevistava, para ver sua reação diante de gente parando e olhando para ele, esperto, Doro encontrou uma pessoa e lhe pediu que cortasse a entrevista no meio para pedir um autógrafo. Ele o fez, Felipe o atendeu com muita educação, e a coisa continuou. Ele se assustou muito com a inesperada chegada da pessoa, mas manteve a tranquilidade.

 

Durante a tarde lá fomos nós para o escritório do Col para ver o vídeo gravado e conversar com o Felipe, Amir e Lua sobre os pontos positivos e negativos daquele media training. Por questão ética, não vou revelar o que ele disse nem quais os problemas encontrados na entrevista do Felipe Nasr, mas destaco que ele é um piloto com uma boa, agradável e confiável figura, sabe falar direito, não comete graves erros de português e é muito boa gente!

 

Neste ano estará na abertura da mais tradicional categoria sul-americana e no Campeonato SportsCar nos Estados Unidos, a versão norte-americana do Mundial de Endurance da FIA. Sorte dos torcedores dos dois países, que poderão vê-lo de perto mostrar a pilotagem limpa que o caracteriza.

 

Milton Alves