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Volta Bernie... e traz de volta as Grid Girls PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 02 February 2018 21:58

Em sete anos escrevendo a coluna Pit Wall aqui no site dos Nobres do Grid eu nunca tirei “férias”. Aí negocio com as chefias – do site e do trabalho – pra levar a maior das chefias (a patroa) e as crianças pra praia dos mineiros aí em Guarapari e olha a confusão que esse pessoal da Fórmula 1 apronta... um meszinho só de férias e os caras fazem uma cagada (não venham me  censurar... tem outra palavra pra descrever?) monumental! E monumental será meu grito de desespero: VOLTA BERNIE!!!

 

O mês de janeiro terminou com uma das mais trágicas notícias em quase 70 anos de Fórmula 1. Não bastava plantar aquela coisa horrenda, que transformou os carros num monte de ‘sandálias havaianas’, aquele bando de ‘véios sem noção’ baniram as Grid Girls dos eventos da Fórmula 1 e agregadas (Fórmula 2 e GP3). Deixaram o grid ‘trocentas’ vezes mais feios.

 

Além de ridiculamente injustificável, acreditem, esse pessoal do grupo Liberty (que ironia eles terem esse nome) ainda partiu para a “justificativa”... O diretor de marketing da categoria, Murray Barnett, que algumas semanas antes havia negado a possibilidade de que isso viesse a acontecer este ano, defendendo que as Grid Girls tivessem mais importância durante os eventos e que não apenas ficassem em pé segurando placas a F1, divulgou sem que ninguém esperasse o fatídico comunicado de imprensa confirmando a decisão. Segundo o comunicado, “a utilização do serviço das grid girls está fora do aceitável na sociedade atual”. Como assim, ‘cara pálida’?

 

Bratches, o de terno cinza mais claro, confirmou a decisão de banir as Grid Girls dos eventos da F1 e categorias satélites.

 

Ai veio o tal do Sean Bratches, o magricela na foto dos três véios que dirigem o grupo Liberty, dizer que durante curso do último ano, eles analisaram algumas áreas e que sentiram a necessidade de atualizar para ficarem mais próximas da ideia deles para este ‘maravilhoso esporte’. Empregar grid girls vinha sendo uma norma na F1 por décadas, sentimos que tal prática não ecoava os valores do Grupo Liberty e estando claramente em desacordo com as normas da sociedade atual, não acreditamos que essa prática seja apropriada ou relevante para a F1 e seus fãs, velhos e novos, mundo afora.

 

Realmente, se a “prática” do grupo Liberty é “nascarizar” a Fórmula 1, estão indo no caminho certo (sic). É só observar que nos grids da NASCAR não tem Grid Girls. Aquele bando de caipiras do meio oeste, mascadores de fumo e afins são puritanos demais para colocar umas garotas de vestidinho ou mesmo de macacão colado no grid. Eles só não contavam com o protesto que está acontecendo pelo mundo inteiro contra esta decisão.

 

O USA TODAY, jornal de circulação nacional e portal dos mais acessados na terra do Tio Sam apresentou no último dia primeiro de fevereiro uma reportagem (com as Grid Girls do GP Brasil de F1 em destaque) mostrando a reação das Grid Girls pelo mundo, com garotas de diversos países que fazem do trabalho nestes eventos uma fote de renda complementar para suas vidas e estudos. A ação das Grid Girls teve o apoio de gente do meio, mas que não vai lá segurar placas ou guardasois. A Engenheira engenheira Leena Gade, tricampeã das 24 Horas de Le Mans pela Audi, não “entende a lógica” de quem está de fora, questionando se deram ao trabalho de se perguntar porque não há engenheiras, mecânicas e pilotas. Poucas foram as que chegaram lá e não foi pela sexualização do esporte ou dos perfis delas.

 

Grid Girls em ação. Onde está o "sexismo" no trabalho delas? Ninguém está ali obrigada. Todas são voluntárias e bem pagas.

 

Dois ótimos exemplos de Grid Girls que se tornaram pilotas são Michelle Wetsby, que conheceu o automobilismo através do trabalho como Grid Girl e que orgulha-se de ter conquistado seu espaço em um meio dominado por homens, trabalhando como pilota dublê em filmes e competindo como pilota de drift, inspirando e influenciando outras mulheres a não se intimidarem neste ambiente. 

 

O outro é Keiko Ihara, que fazia faculdade de design e era modelo em Tokio quando surgiu uma chance trabalhar como ‘Grid Girl’ no GP do Japão de F1 em 1995. Foi escalada para ficar de ‘scort’ do carro de Michael Schumacher, na época piloto da Benetton e ao longo daquele final de semana decidiu que queria um dia pilotar um carro de corridas... se possível uma Ferrari! Depois da corrida, procurou se informar sobre como poderia se tornar uma piloto de competição. Fez um curso de pilotagem e com a ajuda do meio da moda para dar os primeiros passos até consegui participar do Ferrari Challenge no Japão, em 1999, onde o Schumacher compareceu. Desta vez ele era o modelo e Keiko a pilota!

 

A japonesa Keiko Ihara descobriu o automobilismo como Grid Girl e em alguns anos passou a ser uma "girl no grid".

 

Keiko competiu por alguns anos no Campeonato Mundial de Endurance, o WEC, na categoria LMP2 e foi convidada da FIA para compor a Comissão de Pilotos com direito a voto no Congresso do Esporte, comissão presidida por Emerson Fittipaldi. Irônica – e hipocritamente – falando, foi justamente a categoria do francês Gerard Neveu a primeira a tirar de cena as Grid Girls, em 2015.

 

Na imprensa inglesa, pilotos também protestaram contra a atitude e alguns como Max Verstappen e Nico Hulkenberg publicaram em suas redes sociais mensagens de apoio à presença das Grid Girls. Niki Lauda, diretor não-executivo da equipe Mercedes também engrossou o coro contra o banimento das Grid Girls no portal britânico Autosport. As Grid Girls espanholas estão liderando um abaixo assinado contra a decisão do Grupo Liberty de bani-las dos autódromos. Quem quiser assinar, basta clicar aqui.

 

Eu nunca mais vou esquecer do que as Grid Girls fizeram no GP da Russia em 2015, quando as moças foram escolhidas a dedo... eram todas lindas, daquela de dar briga entre marido e mulher. As 20 garotas do grid se apresentaram na sala de entrevistas do autódromo, depois da corrida, para acompanhar a coletiva dos três primeiros colocados... quem convidou ou como elas foram parar lá ninguém explicou direito, mas foi a melhor entrevista da história da F1.

 

Em 2015 as grid girls no GP da Russia roubaram a cena, quebraram protocolos e descontraíram o ambiente formal da F1.

 

O então entrevistador oficial, o jornalista James Allen, se dirige a Lewis Hamilton e lhe faz uma pergunta, um pouco mais longa que o normal, ouve: “Hã? Desculpe, não prestei atenção totalmente”. Enquanto Allen falava, o inglês tinha o olhar para as meninas e acenava para elas. “Onde vai ser a festa hoje?” O assessor de Mídia da categoria, o italiano Matteo Bonciani se desespera diante dos risos gerais dos jornalistas e dos pilotos “Come on, boys!” O único que não esticou o olho para as moças foi Sebastian Vettel. Casado, com dois filhos e certamente um medo enorme da patroa. Para Lewis Hamilton, em suas próprias palavras, “foi a melhor coletiva de imprensa de todos os tempos”.

 

Bernie Ecclestone com a ex-mulher servia e suas duas filhas. De mulher bonita o Bom Velhinho entende e expõe.

 

Todos sabem que eu adoro sacanear o Bom Velhinho e sempre fui um crítico cruel das atitudes de velho gagá que ele parecia estar tomando e dizendo sempre que queria chamar a atenção, mas eu DUVIDO... DUVI-DE-O-DÓ que ele tiraria as meninas do grid. Logo ele que sempre fez questão de ter mulher bonita ao seu lado. Olha a ex do velhinho e as duas filhas que ele colocou no mundo com aquele padrão de beleza de modelo do leste europeu... e hoje tá casado com uma brasileira que é tão linda e tão nova quanto as filhas dele.

 

Vamos falar sério: o nosso Capitão, incansável repórter de campo e que inúmera vezes censurou meus textos quando editor chefe, já fez algumas abordagens em matérias que publicamos sobre algumas categorias e mostrou como é difícil o trabalho destas moças que muitas vezes são obrigada a usar roupas minúsculas, quase transparentes. Na F1 os modelos das roupas são mais comportados, não tem nenhuma “pelada” do grid.

 

As Cheerleaders do Philadelphia Eagles no futebol americano. Aplausos, respeito e tradição que não vai terminar hipocritamente.

 

Aqui no Brasil é que tem uma falta de respeito desgraçado e essas moças que estão trabalhando e não se vendendo são vistas como um pedaço de carne, estando sujeitas a assédio, agressões verbais e o culpado disso é quem age deste jeito, não elas, não as categorias. Lá nos EUA tem as Cheerleaders, aquelas animadoras de torcidas que fazem coreografias à beira dos estádios de futebol americano ou nos intervalos dos jogos de basquete da NBA. Todas com roupas menores que as das Grid Girls e que pulam, cantam, dançam... mas ninguém chama as moças de gostosas, piranhas, e outras coisas, porque se fizerem isso vão presos!

 

Atitude teve a DORNA, que através do seu diretor de comunicação, Ignasi Sagnier, que declarou que suas Grid Girls fazem parte da prova e que, enquanto não for visto nada de desrespeitoso, nós seguiremos sem mudar os procedimentos da categoria. Ignasi lembrou que há muitos homens no grid também, fazendo o mesmo papel. Isso sem contar que, no mundo inteiro, o trabalho de modelo é muito respeitoso. Uma lição de moral e profissionalismo dos velhacos do grupo “não liberty”.

 

Na contramão da F1, a DORNA declarou que as Grid Girls continuarão fazendo parte do espetáculo da Moto GP. 

 

Como a hipocrisia não tem fim – e diante da reação pelo mundo de dentro e fora das pistas – os velhacos anunciaram na segunda-feira, dia 5, a introdução dos “grid kids” para substituir as modelos. A ideia é por jovens kartistas, que vão ter a chance de se aproximar de pilotos já consagrados no principal campeonato do automobilismo e se inspirar neles... como se já não o fossem! A ideia não é inovadora. A Fórmula E já usa crianças no grid. Onde estão os ativistas para dizer que é exploração do trabalho infantil? E ainda por cima, não remunerada... é trabalho escravo! Cadê a ONU? as ONGs?

 

 

Estava demorando para outra “praga” se manifestar e o Baixinho Narigudo, presidente da FIA aplaudiu a iniciativa, dizendo ter ficado orgulhoso por poder proporcionar esse sonho um pouco mais para perto desses futuros campeões, dando a chance de ficar perto dos heróis no grid de largada, uma excelente iniciativa que traz apoio extra aos nossos membros em seus esforços de expandir o automobilismo pelo mundo.

 

VOLTA BERNIE!!!

 

Abraços,

 

Maurício Paiva

 

 
Last Updated ( Monday, 05 February 2018 20:25 )