Caros Amigos, a coluna desta semana estava bem encaminhada até a última terça-feira, mas um fato no qual nós, integrantes do Projeto Nobres do Grid, nos vimos envolvidos diretamente. Este me fez postergar o assunto para uma data futura, uma vez que trata-se de uma questão que ainda terá novos capítulos e pode ser abordada em outra oportunidade.

Há quase 100 anos, um dos maiores brasileiros da história – o jurista, advogado, político, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor e orador, Rui Barbosa de Oliveira – publicou o livro “A imprensa e o dever da verdade”. Segundo o autor, a imprensa é como o órgão principal de uma nação, assim como o coração é para o nosso corpo. Um país, cuja imprensa é degenerada ou mentirosa, é um país cego, doente e de falsos sentimentos.

Rui Barbosa deixou muito claro no livro que o principal dever da imprensa, é com a verdade. Antes de todas as coisas, o papel do jornalista é informar a sociedade, de maneira clara e imparcial, jamais tendo como objetivo ganhar ou promover o silêncio agir de forma a ganhar críticas favoráveis. O primeiro compromisso dos veículos de comunicação é com o público, cliente ao qual se destina todas as notícias produzidas.

O canal de comunicação do Projeto Nobres do Grid, como todos os nossos estimados leitores sabem, é o nosso portal. Um site abrangente e que busca mostrar o esporte por vários prismas, com o compromisso da verdade, da imparcialidade e da ética, trabalhando fortemente para que o automobilismo no Brasil torne-se um meio auto sustentável, um veículo de mídia para a indústria automotiva e para os patrocinadores do esporte. Um gerador de empregos diretos e indiretos e como esporte, sendo também um formador de cidadãos de bem.

A nossa equipe conta com cinco jornalistas de reconhecida competência profissional e que são referência na imprensa em seus países e inspiração para os “jornalistas por diletantismo” que dedicam horas de suas semanas e dias para atender aos que seguem nosso trabalho que está prestes a completar 10 anos de existência e dedicação.

Ao longo dos meses de novembro e dezembro, foi feito um extenso trabalho de investigação, com a audição de diversas pessoas envolvidas direta e indiretamente na categoria monomarca Mercedes-Benz Challenge, que passou a fazer parte do calendários de eventos no automobilismo brasileiro em 2011 e que, para orgulho de seus pilotos e chefes de equipe, compunha o maior grid entre as categorias nacionais.

Apesar disso, a categoria passou a ter outro tratamento por parte da própria montadora, fazendo com que equipes e pilotos tomassem a frente num trabalho de manutenção de sobrevivência, criando uma associação – a Assomenz – e buscando na figura do empresário Carlos Col um executivo para promover e criar com a associação condições para que juntos não apenas venham a manter a categoria ativa, mas buscar formas de criar novas oportunidades.

Publicamos uma matéria com base em todas as informações colhidas e também as “não colhidas”. A matéria teve, até o fechamento desta coluna, pouco mais de 103 mil visualizações, sendo algo bem próximo de 28 mil fora do Brasil. Alguns destes acessos vieram da Assessoria de Imprensa da marca alemã, que entrou em contato conosco para “esclarecer pontos referentes a estratégia por trás da decisão de ceder os direitos de gestão e organização” e o posicionamento da marca, pedindo que a matéria fosse alterada com a inserção da nota oficial que nos foi enviada.

Esclareci que não poderíamos alterar o corpo de uma matéria 23 dias depois da mesma publicada e com, então, mais de 80 mil acessos, mas que poderíamos e faríamos a publicação da nota oficial da empresa na nossa Seção de “Direito de Resposta”, como foi feito logo em seguida a troca de emails que tivemos com a área de Comunicação Corporativa da Mercedes-Benz.

Conversei naquela noite com um dos nossos enviados ao Autódromo Internacional de Interlagos, o Coordenador de Marketing no final de semana de encerramento da temporada de 2017 e questionei-o se ele procurou a Assessoria de Imprensa da categoria e qual a posição deles. A resposta foi simples e direta: “Eles confirmaram a mudança, que a categoria deixaria os eventos da VICAR e que passaria a correr junto com a Copa Truck, mas que não podia dar detalhes sobre os motivos que levaram a esta mudança”.

A pergunta que eu faço é muito simples e provavelmente nossos estimados leitores devem estar se fazendo também: porque a Assessoria de Imprensa da Mercedes-Benz, através de sua Área de Comunicação Corporativa ou mesmo de, sob orientação, da Assessoria de Imprensa da Categoria não enviou uma nota oficial – que no meio poderia ser um ‘release’ – com o corpo do texto que nos foi enviado?

Como disse Rui Barbosa, “o papel do jornalista é informar a sociedade, de maneira clara e imparcial”. Nós cumprimos e continuaremos cumprindo com o nosso papel.

Um abraço e até a próxima,

Fernando Paiva