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Olhando para o futuro PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 12 October 2017 01:17

Caros amigos, desde o início deste ano anda em marcha um trabalho extremamente importante e igualmente delicado para o futuro da Fórmula 1, uma vez que implica pesquisas, tecnologias e consequentemente custos, que como em todas as vezes em que houve mudanças consideráveis em regulamento, é propagado o discurso de que o investimento inicial teria o retorno com a economia gerada nos anos de aplicação da mudança, algo que nem sempre ocorreu e que é um dos fatores do encolhimento do grid nas últimas décadas e – em parte – da “divisão de classes” na categoria.

 

Um dos pontos mais discutidos – e o de maior impacto – no conjunto de regras que estão sendo negociadas pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e pela FOM (Formula One Management) tem como principal objetivo tornar a F1 mais barata e também oferecer motores mais barulhentos e mais resistentes e sem a complexidade das atuais unidades de potência. Uma das ideias é a introdução de um motor híbrido V6 biturbo, dotado dos sistemas MGU-H e MGU-K, em vigor no atual regulamento, ideia que surgiu em março, segundo a revista alemã 'Auto Motor und Sport'.

 

Foi em março deste ano, na reunião do Conselho Mundial da FIA, foi falado de forma mais clara e direta para uma mudança para 2021 da unidade de potência dos carros da F1, visando tornar o esporte mais atraente, mas sem um aumento significativo de custos. Neste fórum específico, estiveram presentes Ross Brawn, representando o Liberty Media, e as quatro fabricantes atuais — Ferrari, Mercedes, Honda e Renault —, além da Alfa Romeo, Audi e Ilmor — essas últimas foram convidadas pelo órgão regulador do esporte.

 

Diversos pontos foram abordados, entre eles, o número de unidades que serão permitidas por temporada – atualmente quatro e que será reduzido para apenas três em 2018 – é um ponto em que se questiona a real eficiência no aspecto custos, exigindo um maior investimento em pesquisa e desenvolvimento de materiais e componentes, surtindo o oposto da desejada redução de custos. A possibilidade de padronizar a bateria e as unidades de potência, como forma de reduzir os gastos, também foi discutida, mas os fabricantes não se mostraram dispostos a seguir em frente. 

 

O grupo voltou a se reunir em julho, com o Grupo de Fabricantes de Motores da F1, que conta com a participação de engenheiros da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e das equipes da F1. Nesta rodada, pela primeira vez, Aston Martin, Cosworth, Zytek e Magneti Marelli fizeram parte das reuniões, deixando clara a intenção do Grupo Liberty Media e da FIA em não apenas atrair novos fabricantes de motores e, quem sabe, equipes, além de buscar alternativas para 2021, depois da assinatura do próximo “Pacto da Concordia”.

 

Os atuais fornecedores da F1 desejam um motor mais barulhento e barato, com cerca de 1.000cv de potência. Aparentemente o grupo envolvido está caminhando na mesma direção em relação às mudanças na regra dos motores. Todos concordam que é preciso um motor que seja relevante para a categoria e bom para o esporte, com recursos de recuperação de energia cinética e também um equilíbrio melhor entre o peso do motor e a potência. Mas há um ponto de discordância, que seria em torno de uma possível adoção de tração integral na categoria.

 

Mas para o Grupo Liberty Media este é apenas um dos pontos em discussão e que precisa de uma definição. Felizmente, para Chase Carey e seus diretores, a questão dos motores está caminhando bem, mas quando o assunto voltar-se para a criação do teto orçamentário, um tema que sempre gerou sérias discussões nos últimos anos. Algumas equipes tem investido mais de 400 milhões de Euros por temporada, algo que na visão do dirigente e qualquer um com bom senso não apenas distorce a competição como não permite que as equipes ganhem dinheiro no esporte. O problema é que, quem está no topo não vai ceder tão facilmente um espaço conquistado.

 

A redução de custos é uma bandeira que o Grupo Liberty Media defende desde que assumiu o controle acionário da categoria. No início de novembro o grupo dos motores volta a se reunir. Este é um passo importante no projeto maior dos novos donos da F1.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva