É claro que eu gostaria de estar aqui dando pulos de alegria pela conquista do título da IndyCar. Mas o fato de não ter conseguido não me impede de dizer para vocês que, com toda a certeza, eu estou bem. Uma afirmação como essa pode parecer estranha para muita gente, afinal, mais uma vez eu cheguei na etapa final com chances de conquistar o título e, novamente, não aconteceu. Apesar disso, estou tranquilo e muito em paz comigo mesmo. Digo isso não porque esteja satisfeito com o resultado de Sonoma ou conformado com o 4º lugar no campeonato. Nada disso. Mas o que faz eu me sentir assim é a certeza mais do que absoluta de que lutei o tempo todo com o máximo de minhas forças, não baixei a guarda um segundo sequer no meu compromisso de buscar a vitória em todas as corridas e nunca me dei por derrotado. Eu me conheço. Se no meu íntimo eu sentisse não ter dado o meu melhor, não conseguiria botar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo. Essa vontade de vencer e disposição para me dedicar ao máximo é algo que não sei explicar. Vem de dentro de mim com uma força tão grande que me manda seguir em frente, cada vez com mais motivação, para atingir os objetivos. E é assim que vou continuar. Obviamente que, com 42 anos, meu tempo útil como piloto será completado, mais cedo ou mais tarde. Quanto a isso eu também estou absolutamente tranquilo. Eu vivo um momento da minha carreira onde os reflexos e as condições físicas estão num nível altíssimo. Sem exagero, acho que nunca pilotei um carro de corrida tão bem como faço agora. É algo que faz com que eu me sinta na plenitude da minha capacidade. Exatamente por isso, para mim será muito fácil perceber quanto a hora de parar tiver chegado. Não tenho bola de cristal, mas acho que o alerta virá da cabeça e não do físico. Se eu começar a ter preguiça de treinar, achar que uma corrida está longa demais, não sentir a mesma emoção quando os fãs me chamam e não ficar desesperado para pilotar durante a pré-temporada, será o sinal. Mas, moçada, uma coisa eu garanto: tenho certeza de que vai levar um tempão para isso acontecer. Enquanto isso, vou acelerar. E por falar em acelerar, o meu futuro será anunciado nas próximas semanas. Eu tanto posso ficar na equipe Penske na Indy, como posso ir para a equipe que o Roger montou para disputar o Sports Car a partir do ano que vem. Qualquer que seja a decisão do time, duas coisas não mudarão: permanecerei na Penske e continuarei lutando com todas as minhas forças. É isso aí. Nem tenho palavras para expressar a gratidão pela torcida e apoio de todos vocês durante o ano. Os Leitores do Site dos Nobres do Grid, com L maiúsculo, são demais. Grande abraço e vamos que vamos! Helio Castroneves Esta Coluna é uma reprodução autorizada da coluna publicada no Jornal Metro. O website NOBRES DO GRID integra o grupo de veículos de comunicação, em língua portuguesa, que publica semanalmente a coluna do piloto de Fórmula Indy Helio Castroneves, sob licença da Castroneves Racing, Miami, USA. Todos os direitos reservados. Contatos:
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