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Um final de semana proibido para cardíacos PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 28 August 2017 00:47

Olá leitores!

 

Tivemos um final de semana bastante movimentado no esporte a motor, em que pese não termos tido etapa da NASCAR (sim, até eles têm o direito de descansar em alguns poucos finais de semana...), mas eu diria que as outras categorias compensaram essa pouco comum ausência...

 

Vamos para a categoria rainha, a Fórmula 1, que voltou das férias de verão direto para o grande templo do automobilismo chamado Spa-Francorchamps, em uma corrida que começou bem, teve uma parte central sonolenta e um final que prometeu uma grande disputa que, na prática, durou meia volta.

 

Vitória de Lewis Hamilton, não apenas porquê é uma pista que favorece o melhor conjunto do carro da Mercedes, mas porquê é um piloto que está mais com “sangue nos olhos” para alcançar o título. A maneira que ele defendeu a posição e posteriormente abriu vantagem para Vettel mostra que ele realmente está com vontade, com gana de buscar esse título. Com essa vitória a desvantagem dele para Vettel diminuiu para 7 pontos, o que significa que se ele vencer próximo final de semana em Monza e Vettel chegar em segundo, eles empatam em pontos. Eu diria que a balança do campeonato passa a pender fortemente para Lewis nesse momento. Ao passo que o inglês fez uma excelente corrida, seu companheiro Valtteri Bottas (5º) foi decepcionante: poderia tranquilamente ter chegado em 3º lugar, tinha carro e velocidade para isso, mas na relargada a 11 voltas pro final não apenas não conseguiu acompanhar Ricciardo como perdeu a posição para o compatriota Räikkönen (de contrato renovado para o próximo ano). Depois da corrida, o básico: culpou os pneus.

 

Em 2º terminou Sebastian Vettel, que obteve um bom resultado em uma pista que não favorecia a Ferrari, mas poderia ter dado mais trabalho pro Hamilton nas voltas finais, posto que estava com pneus mais macios. Por conta dos pneus tinha menos velocidade nas retas, e onde deveria ganhar tempo (na parte sinuosa da pista) também perdeu tempo. Deu a impressão de um piloto conformado... e pilotos conformados dificilmente ganham campeonatos. Vamos ver se próxima semana, correndo perante a torcida italiana, o alemão se anima um pouco. Seu companheiro Kimi Räikkönen foi para a pista feliz por ter renovado o contrato com a Ferrari por mais um ano, e comemorou terminando num 4º lugar que, se não foi o ideal, foi bom para um piloto que teve que cumprir uma punição de 10 segundos parado no box por uma bobagem sem tamanho: todo piloto da atualidade sabe que, após o acidente terrível com Jules Bianchi, a Dona FIA está mais chata (ainda) com a não observância da obrigação de diminuir a velocidade em trechos com bandeira amarela. Pois bem, na saída da Radillon tinha a bandeira amarela E a sinalização com luz amarela para diminuir a velocidade. O que o Kimi faz? Passa de pé cravado no fundo, como se hoje em dia ninguém na direção de prova tivesse acesso à telemetria dos carros... foi punido, e bem punido.

 

Em 3º chegou o homem sorriso, Daniel Ricciardo, que aproveitou bastante o período de férias da categoria (se não acreditam, pesquisem no Instagram dele...) e voltou revigorado para fazer um trabalho excelente com o carro da Red Bull, fazendo uma relargada primorosa e “jantando” de uma vez o Bottas e o Kimi para garantir um pódio improvável para quem pilota um carro que não tem motor Mercedes ou Ferrari. Ao final, agradeceu aos torcedores do companheiro de equipe, que também torceram por ele. Falando do companheiro de equipe, Max Verstappen (19º) era a definição dicionarizada da palavra decepção. Mais uma vez no ano (a 6ª vez, para ser preciso) o carro deixou ele na mão, após apenas 8 das 44 voltas da corrida. Aparentemente a paciência dele acabou, pois já começou a comentar a hipótese de correr por outra equipe... o problema seria: aonde? Para ano que vem, na Ferrari não deve dar mais (Vettel ainda não renovou, mas deve ser anunciada a renovação por esses dias). Mercedes dificilmente tiraria o Bottas, que é rápido mas não incomoda o Hamilton, pela sensação holandesa, que esse sim seria uma grande pedra na sapatilha de pilotagem do inglês (e do jeito que o Hamilton é estrela, duvido que aceitasse). As outras equipes todas andam menos que a Red Bull... deve ser só bravata de pós adolescente, mas vamos aguardar os próximos capítulos, digo, as próximas quebradas.

 

Em 6º chegou o excelente Nico Hülkemberg, em uma das melhores apresentações da Renault esse ano, numa pista em que cavalaria no motor é fundamental e esse é um item na qual a fábrica francesa ainda está atrás dos ponteiros (em que pese a diferença ter diminuído). Realmente um resultado impressionante. Seu companheiro Jolyon Palmer (13º) surpreendeu na classificação, indo para o Q3, mas como tinha uma punição de perda de 5 posições acabou largando em 15º lugar. Para quem largou no meio do “tiroteio” e perdeu um bocado de tempo andando encaixotado no tráfego de carros mais lentos, apesar dos números não demonstrarem isso ele fez uma boa apresentação.

 

Em 7º terminou Romain Grosjean, que conseguiu um desempenho bastante decente do seu Haas, que definitivamente se comportou melhor em ritmo de corrida que na classificação. Isso não significa que o carro já esteja pronto para disputar com as Force India, mas sem dúvida é um incentivo para a equipe. Seu companheiro Kevin Magnussen (15º) poderia ter terminado nos pontos também, mas na relargada abusou com os pneus e freios ainda longe da temperatura ideal e perdeu o controle, indo parar na área de escape e caindo lá para trás... acontece.

 

Em 8º, após ganhar 8 posições, chegou Felipe Massa, que se classificou muito, muito mal mas que na corrida conseguiu um ritmo bom (para o carro, vamos deixar bem claro) para um carro que perdeu desempenho do começo da temporada para agora. Mesmo veredito para seu companheiro Lance Stroll (11º), que fez uma corrida discreta mas eficiente.

 

Em 9º terminou um dos grandes personagens da corrida: Esteban Ocon. Foi espremido duas vezes no muro pelo próprio companheiro Sérgio Pérez (17º), que apenas não causou um acidente de grandes proporções (afinal, naquele trecho os carros estão razoavelmente acima dos 200 km/h) porquê não era o momento desse acidente acontecer. Tanto que ao final da corrida o chefão da equipe, o Otmar, disse que os dois perderão, daqui até o final da temporada, o direito de disputarem posição livremente. Já que não sabem se comportar como adultos, terão tratamento de criança desobediente, simples assim. E Ocon disse após a prova que “iria ter uma conversa de homem para homem com Pérez... confesso que eu queria estar por perto para assistir a cena. E convenhamos, é um negócio básico: se você vai bater rodas com outro piloto, que pelo menos seja de outra equipe... não se bate no carro do companheiro de equipe, simples assim, não tem o que discutir. Já não é a primeira vez que isso acontece, e agora parece que conseguiram passar dos limites do ridículo.

 

Fechando a zona de pontuação (10º), chegou Carlos Sainz Jr. Para um carro que mostrou deficiências na classificação não se esperava chegar nos pontos, mas o garoto Sainz Jr. fez um ótimo trabalho e conseguiu levar o carro para uma boa colocação. Disputou posições um bocado de vezes durante a prova, então deve ter se divertido. Seu companheiro Daniil Kvyat (12º) não conseguiu ponto mas deve ter conseguido se divertir, já que praticamente não deixou de andar no tráfego a prova toda.

 

Próxima corrida será em outro templo sagrado da velocidade, Monza, e acreditem, a torcida da Ferrari deve lotar a pista.

 

Mas vamos comentar de coisa boa, finalmente ouvimos novamente o hino nacional do Brasil sendo tocado em um autódromo: o mineiro Sérgio Sette Câmara, após ter pontuado pela primeira vez na corrida do sábado, classificou-se para largar em 3º na segunda corrida do final de semana na categoria F-2 (antiga GP2), mas logo na largada assumiu a primeira posição e a manteve até o final, conquistando sua primeira vitória na categoria. Infelizmente o resto da temporada dele não foi bom, e ele está apenas em 13º na classificação, mas vitória é vitória... que outras mais venham por aí!

 

Praticamente esquecido pela mídia, tivemos mais uma edição do Rally dos Sertões, onde nas motos (pela 7ª vez) a vitória ficou nas mãos do ótimo Jean Azevedo, que aos 43 anos ainda é o grande nome do rali brasileiro da atualidade. Na categoria carros, vitória da dupla Baumgart/Andreolli, repetindo o feito de 2016. Entre os UTVs (aquele quadriciclo com fermento) o título ficou com a dupla Bruno Varela/João Arana, ao passo que nos quadriciclos o vencedor foi Diogo Zonato.

 

E no sábado à noite tivemos mais uma corrida da Indy, com o retorno após mais de 10 anos do oval de Gateway – pista que ficou bem melhor à noite do que durante o dia, diga-se de passagem. Sendo a última prova da temporada em circuito oval, havia expectativa que Hélio Castroneves (que já venceu lá) vencesse e desse um grande passo na direção do título, mas... não foi bem isso o que aconteceu. Helinho andou bem, claro, mas deixou o motor do carro apagar em uma das trocas de pneu e reabastecimento, e a chance de vitória se foi ali. E o vencedor acabou sendo o piloto que demonstrou mais “sangue nos olhos” durante as voltas finais, Josef Newgarden, que durante a disputa pela liderança com Simon Pagenaud acabou “encontrando” um espaço que os outros pilotos não encontraram, os dois carros se tocaram, Pagenaud caiu para a 3ª posição, e Newgarden conquistou sua 4ª vitória na temporada, se consolidando na liderança do campeonato, que agora, em termos práticos, está apenas entre ele e Scott Dixon, que venceu a inferioridade do seu kit aerodinâmico Honda para chegar em um ótimo 2º lugar, tendo resistido com maestria às tentativas de Pagenaud o ultrapassar. Quem também fez um grande trabalho defensivo foi Helinho, que terminou em 4º com o carro perdendo rendimento no final e sendo fortemente ameaçado pelo Conor Daly, que conseguiu um excelente 5º lugar para a modesta equipe de A.J. Foyt. Tony Kanaan foi o protagonista de uma das cenas mais estranhas da corrida: rodou ainda na volta de apresentação e bateu com a traseira no muro. Conseguiu voltar aos boxes com o auxílio da equipe de resgate, ficou 3 voltas atrás dos líderes, e vinha se recuperando até que a equipe, talvez antevendo que ele não conseguiria retornar à volta dos líderes, o chamou pelo rádio e pediu que recolhesse o carro, terminando apenas em 16º lugar.

 

E vamos ao grande espetáculo da manhã de domingo, a MotoGP. Que corrida, senhoras e senhores!! Logo na largada “Il Dottore” puxou o receituário e assumiu a ponta, e conforme a corrida se desenrolava a impressão que ele seria o vencedor aumentava... só que não contaram essa parte da história para o Andrea Dovizioso, que a 3 voltas do final ultrapassou o grande ídolo italiano (que esse domingo completou sua corrida de número 300 na categoria principal) para subir ao degrau mais alto do pódio pela 4ª vez no ano... essa é uma proeza que a Ducati não conseguia repetir desde os tempos de Casey Stoner, ou seja, faz um tempinho... o 2º lugar ficou com Maverick Viñalez, que ousou ao escolher um pneu macio na traseira ao invés do duro escolhido pelos outros ponteiros. Sua aposta deu certo, e ele também passou Rossi no finalzinho, com “il Dottore” tendo que se contentar com o 3º lugar. E o campeonato pegou fogo com o abandono de Marc Márquez a 7 voltas do final com problemas de motor. Agora o novo líder é Dovizioso, 9 pontos à frente do jovem espanhol. As próximas etapas devem ser eletrizantes...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini


Last Updated ( Monday, 28 August 2017 00:51 )