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Tony Kanaan: Lutar sempre! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 16 August 2017 21:23

Olá fãs do automobilismo,

 

Como entramos no mês de férias da Fórmula 1, apesar de que as sessões aqui no meu Divã não param, vou deixar de lado o protagonismo dos pacientes que nela correm e dar um pouco mais de visibilidade do que anda acontecendo aqui pelos Estados Unidos com meus pacientes locais.

 

Uma das coisas que ajuda muito a cabeça dos meus pacientes que disputam a NASCAR e a Fórmula Indy é que o ambiente dentro dos autódromos é muito mais “leve”. Há competição, claro, mas não é aquela coisa fria e distante da Fórmula 1 onde, raras exceções, os pilotos mal se falam... quando se falam (Lewis Hamilton que o diga).

 

Independente disso, sempre haverá alguma pressão, alguma cobrança e como são pilotos, com a competitividade à flor da pele e entranhada em seus DNAs, a auto-cobrança. Esta é maior do que qualquer cobrança externa, seja de quem venha (Chefes e donos de equipe, patrocinadores ou fãs). Quando o piloto não está satisfeito com seu desempenho é pior do que mulher quando se olha no espelho e diz pra si mesma que não está bonita... não tem quem os convença do contrário! Inclusive já usei este fato com alguns deles e, mesmo rindo, eles não admitiram que isto é a mais pura verdade.

 

Entre meus pacientes tenho sentido esta pressão pessoal nas sessões com Tony Kanaan. Nosso piloto da equipe Ganassi na Fórmula Indy tem se cobrado demais por seus desempenhos nos dois umtimos dois anos e principalmente neste ano, quando mais uma vez está vendo seu companheiro de equipe, o excelente Scott Dixon, brigando por vitórias e pelo título enquanto ele tem amargado posições intermediárias.

 

 Há 30 anos usando capacete, Tony Kanaan ainda é dos pilotos mais rápidos da Fórmula Indy.

 

Nos dois últimos anos, exceção feita as edições das 500 Milhas de Indianápolis e duas outras corridas, Tony não se viu em nenhum momento disputando a corrida com condições reais de vitória, salvo se acontecesse uma daquelas coisas que só acontecem na Fórmula Indy com as bandeiras amarelas. Para uma pessoa com seu temperamento isso é muito pouco.

 

Tony é uma das pessoas mais positivas e bem humorada com quem pude conviver nestes anos ligados ao automobilismo. Durante a última edição das 500 Milhas de Indianápolis ele foi um dos maiores protagonistas – senão o maior – das trolagens com os outros pilotos, com os colegas da imprensa e com quem desavisadamente passasse por perto. Acompanhá-lo e observar a uma certa distância (perto demais o risco de se tornar vítima é enorme) é garantia de boas risadas, mas tirando estes momentos, está difícil encontrar alegria em seu olhar e suas palavras.

 

 Aonde Tony está é quase uma garantia de diversão e boas tiradas, como a de repórter com Fernando Alonso na Indy 500.

 

Na nossa última sessão, na semana passada, conversamos muito sobre resultados performance e perspectivas. Como todo automobilista, Tony ama o que faz, mas desde 2014 ele vem se questionando sobre continuidade neste meio. Em 2013, quando venceu as 500 Milhas de Indianápolis, Tony confessou até mesmo publicamente que estava, naquele ano, pensando em abandonar o automobilismo! Foi aquela conquista fenomenal pela Equipe KV que deu a ele uma renovada de ânimo.

 

Ainda faltam algumas etapas até o final do campeonato deste ano e o temperamento de Tony não é o de se entregar, muito pelo contrário, quem conhece a trajetória no automobilismo deste baiano gente boa sabe que ele é um lutador nato. Quem convive com ele no meio profissional nunca o verá de cabeça baixa, sentindo-se “pré-derrotado”.

 

 Nestes anos de Ganassi, os resultados tem ficado abaixo do que Tony esperava... e isso está incomodando.

 

Em uma escala bem menor do que vemos na Fórmula 1, a diferença de equipamento entre as equipes também influem para determinar quem vai se colocar como favorito a uma disputa de título e a grande equipe Ganassi, de tantos títulos, nas últimas duas temporada não tem conseguido manter seu padrão de resultados, o que faz de Scott Dixon um piloto ainda mais especial e compromete de alguma forma a imagem de Tony, contratado para ser um piloto ao menos no mesmo nível de competitividade.

 

Campeão da Fórmula Indy com enorme autoridade em 2004, Tony Kanaan não desaprendeu a pilotar, não perdeu sua combatividade, não deixou de ser um apaixonado por automobilismo. Um dos mais formidáveis atletas entre os meus pacientes (fisicamente falando) e muito forte em suas convicções. Mas tem algo que está faltando e precisa ser encontrado.

 

 Ao lado de Scott Dixon, Tony não tem conseguido manter uma performance como a do neozelandês.

 

A chegada do novo carro para 2018 pode alterar este cenário e meu trabalho com Tony é manter o mesmo nível de confiança e comprometimento para, juntos, tentarmos virar este jogo a nosso favor.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares