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Alerta amarelo PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 10 August 2017 07:59

Caros Amigos, o mundo corporativo atual não tem por hábito “esperar para ver o que vai acontecer”. Pelo contrário, a velocidade das decisões tem feito daqueles que “fazem acontecer” os novos senhores do mercado em cada um dos seus respectivos movimentos.

 

Ontem, durante um jantar com investidores e clientes, em um dado momento, desviamo-nos do assunto e passamos a falar de futebol. Um dos presentes na mesa, um senhor que, estimo eu, ter na faixa dos 60 anos, comentou sobre como o futebol jogado hoje em dia está veloz, que não se vê mais as jogadas trabalhadas. Na verdade as vemos, mas elas estão mais rápidas. É nisso que o mundo precisa se conscientizar: rapidez e eficiência na concepção e implantação de idéias fazer a diferença.

 

A nova gestão da Fórmula 1 está com uma “luz de alerta amarelo” em seu centro de controle. É preciso mudar para não se perder a liderança em um meio onde circulam bilhões de qualquer moeda da face da terra, num negócio que hoje é líder de mercado, mas que tem potenciais adversários com garras bem à mostra.

 

O atual “Pacto da Concórdia” (referente à Praça da Concórdia, onde fica a sede da FIA) é válido até 2020. Contudo, antes disso, as negociações para o que virá pela frente precisa ter início o quanto antes. Afinal, os investimentos são vultosos e não se pode decidir tomar um caminho que não enfrente os desafios atuais, especialmente quando o assunto é custo e tecnologia.

 

Há muito tempo deixou-se de fazer carros com conceitos apaixonados, as obras de arte sob a inspiração e a mão caprichosa de magos como Ken Tyrrell e Colin Chapman. Hoje, mesmo os gênios como Adrian Newey trabalham com todo um aparato tecnológico impensável trinta anos atrás. Hoje não se pensa mais em “trinta anos atrás”. Trinta meses atrás já se tornou uma eternidade!

 

Para 2021 um dos, senão o maior, desafio é como “empurrar” os carros da Fórmula 1. A nova geração de motores da F1 será adotada a partir daquele ano precisa começar a ser pensada e estudada. As discussões sobre quais especificações serão utilizadas já começaram e o presidente do Grupo Liberty Media, Chase Carey, sabe bem o que quer sobre esta próxima geração de motores produzidos para o Mundial: precisa fazer mais barulho e, imperativamente, ser mais barato para as equipes. 

 

Contudo, não basta “apenas” ter um sistema híbrido eficiente e um sistema que possa ser competitivo – comercialmente falando – com o início deste “ciclo elétrico” e estender a vida útil dos motores de combustão interna. No mundo da competição, onde uma percepção de poder e velocidade é mais premente, uma mudança em relação a atual geração de motores é um cuidado a ser tomado.

 

Atualmente temos quatro fornecedores de motores na Fórmula 1, todas ligada a grandes montadoras de veículos e de alcance mundial. É uma visão do Grupo Liberty Media que se possa encontrar uma fórmula que permita ao menos um fornecedor independente de motores entrar na categoria depois de 2020. Se os motores independentes serão ou não competitivos em relação aos fornecedores de fábrica e que investiram bilhões ao longo dos anos é a grande pergunta e o grande desafio para FIA e FOM. É preciso que o regulamento seja feito de tal forma a não se perder os grandes fornecedores e seja, ao mesmo tempo, atrativo, financeira e tecnicamente viável. Do contrário, a perda pode ser dupla!

 

A melhor possibilidade pode estar em um motor biturbo de 1.6 litros, com um único sistema de recuperação de energia (hoje os carro tem dois), abrindo mão do sistema de recuperação de energia. Mas o importante mesmo é que seja feito por um preço mais acessível e com características mais atraentes no sentido de animar tanto o público que segue as corridas como os construtores independentes. Em poucas palavras, mais barulhento, mais barato e melhor!

 

Indiretamente isso está alinhado com uma das principais idéias do Grupo Liberty Media: o corte brusco de gastos das equipes com a Fórmula 1. Chase Carey considera um absurdo times gastarem mais de 300 milhões de dólares por temporada em um campeonato, onde metade do grid não tem como acompanhar este montante de investimento. O objetivo deveria ser o das equipes ganharem dinheiro no esporte, mas a verdade é que neste momento ninguém está lucrando.

 

Este novo caminho pode ainda atrair uma nova montadora para a Fórmula 1. A Porsche, que já anunciou sua saída do Campeonato Mundial de Endurance e também sua entrada no campeonato da Fórmula E, pode estar dando sinais mais claros de que continuará, de alguma forma, dando trabalho ao quadro de funcionários da fábrica de Weissach. Precisa, portanto, de uma nova atividade para empregar quem trabalhou no enorme projeto que devolveu a marca às 24 Horas de Le Mans em 2014. Apenas a Fórmula 1 é uma categoria que requer um quadro com tantos funcionários quanto o exigido no WEC.

 

Segundo o diretor de pesquisa e desenvolvimento da fábrica, Michael Steiner, é tecnicamente interessante ter um plano concreto para os engenheiros, mecânicos e até para os pilotos e a Porsche está trabalhando num motor de alta eficiência que, alertou, não é para a Fórmula 1... será?

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva