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Written by Administrator   
Monday, 10 July 2017 22:11

Tem horas que eu me pergunto porque continuo assistindo essa coisa sem graça chamada Fórmula 1. Raras são as corridas que não são chatas, os narradores são horrorosos, os comentaristas só falam o óbvio e minha mulher reclama do tanto de palavrão que falo dentro de casa em frente a televisão. E o pior é que ela tem razão!

 

Não bastassem as corridas chatas, piloto agora (na verdade já faz tempo) é proibido de ter personalidade própria, ter palavras próprias nos discursos e parece uma criança de 5 anos de idade quando está dando entrevistas. Quem assiste aquelas entrevistas no cercadinho depois das corridas (é, enfiam os pilotos num cercadinho, como no jardim da infância) pode observar: o assessor ou a assessora de imprensa está em pé, do lado do piloto para impedir que ele “fale o que não deve”, como se ele fosse um retardado mental ou uma criança incapaz de assumir seus atos ou palavras.

 

A palhaçada que se deu durante e principalmente depois da corrida em Baku, no Azerbaijão, é a tradução perfeita do que estou dizendo e que tanto me revolta. Assisti a transmissão da TV aberta e depois o VT, no canal por assinatura, só pra ver se ia ter homem pra falar algo diferente... não teve. Bando de “mimizeiro”, criticando o ‘Darth’ Vettel. Foi evidente que o ‘Neguin’ Hamilton não acelerou quando saiu da curva e provocou a batida por trás.

 

Quando deram a bandeira vermelha (se não tivesse o alemão da Ferrari estava ferrado com aquela asa quebrada) eu torci muito (fui censurado de novo) pra que ele pulasse do carro e desse um chute no capacete do ‘Neguin’. Não ia ter briga, ia sair todo mundo correndo dos boxes para não deixar a porrada rolar, mas ia mostrar que ali não tinha palhaço.

 

Ao invés de cumprimentos, que queria ver os dois saindo na porrada no pit lane... F1 Raiz, como antigamente

 

O problema é que o Vettel é também um mimizendo chupador de chupeta do cacete. Toda corrida é um mimimi que não tem fim no rádio, reclamando de todo mundo, todos os retardatários, as disputas de posição e como se fosse no futebol, até tentar “apitar o jogo” ele tenta. Mas será que o problema é dele ou do sistema? Sim, porque estragaram o sistema.

 

Quem não viu o xororô por conta da largada do Valttery ‘Anakin’ Bottas? O padawan do Jedi Mika ‘Obiwan’ Hakkinen usou seus poderes e reagiu a largada em 201 milésimos de segundo. A Ferrari, protestou, atendendo o pedido do seu piloto, mas a FOM fez questão de mostrar pra todo mundo o tempo de reação dos dois pilotos da primeira fila. Mas ainda assim, depois de informado da análise eletrônica, que mede um fio de cabelo em 3D, continuou resmungando no carro e antes do pódio, falou para o Ricardão (3º colocado) que o vencedor tinha queimado a largada... ah, vá!

 

Em 1982, Nelson Pique enfiou a porrada no Eliseo Salazar... nada de punição, julgamento, baboseiras.

 

Vamos lembrar de alguns episódios aqui. Em 1982 Nelson Piquet partiu pra cima e desceu o braço no braço duro do Eliseo Salazar, ao vivo e a cores pra todo mundo ver. No mesmo ano, dois brasileiros (Chico Serra e Raul Boesel) brigaram na área dos motorhomes por conta dos treinos. Brasileiro é mesmo metido a “cabra macho”, mesmo quando é questionado. O finado herói de um monte de gente partiu pra cima do iniciante Michael Schumacher em 1992, que por sua vez, em 1998, entrou pelo Box da McLaren querendo “matar” o David Couthard.

 

E o que foi que aconteceu em todos estes casos? Nada! Além de ninguém ter morrido ou ter ido parar no Divã de algum terapeuta como hoje tem a Catarina Soares, a FIA não fez nada com nenhum deles. Ninguém tomou puxão de orelha em nota oficial, ninguém foi ter que “pedir desculpas para o coleguinha” em público ou na coletiva de imprensa na quinta-feira da corrida seguinte.

 

Em 1992, o finado Senna quis cantar de galo contra o Schumacher. Dois anos antes, foi pra cima do Irvine no Japão.

 

Aí a ‘dona’ FIA chama o alemão esquentadinho para um tribunal em Paris. Pra quê? Pra falar que “depois de analisar o ocorrido em Baku decidiu manter a punição anteriormente dada ao tetracampeão em Baku e não adicionar nenhuma penalidade esportiva. Mas o órgão determinou que o Vettel vai participar de eventos educacionais direcionado para jovens pilotos (huahuahua... pena de trabalho comunitário) e ficará afastado de campanhas, defendidas pela FIA, para a segurança viária até o fim do ano? Palhaçada!

 

Mas, seguindo o ‘script’, com toda certeza imposto pela direção da Ferrari, ele calçou as sapatilhas vermelhas da humildade e admitiu que teve um comportamento equivocado no caso, dizendo que Hamilton realmente não fez nada de errado durante os procedimentos da relargada, que o adversário não teve más intenções e que iria pedir desculpas publicamente ao ‘Neguin’ – como fez na coletiva de imprensa da Áustria – e a todas as pessoas que estavam vendo a corrida, assumindo que não tinha dado um bom exemplo.

 

Aí, pra terminar de jogar pra torcida e fazer o ridículo papel dos cumpridores do politicamente correto, tanto Niki Lauda quanto Helmut Marko, respectivamente dirigentes de Mercedes e Red Bull, ficaram satisfeitos com a decisão da FIA de não aplicar novas punições a Vettel – e mais ainda com a possibilidade de dar o assunto como encerrado.

 

Aí esse bando de gente que nada de melhor tem pra fazer na vida anda estagando a F1 e o automobilismo mundial.

 

Agora vamos falar a verdade? Se segura aí, cambada!

 

Apesar de ter sido uma cagada do mecânico que colocou de forma errada o protetor de cabeça da Mercedes do ‘Neguin’, quem foi mais atento percebeu que a pinicão para o ‘Darth’ só foi anunciada DEPOIS que a direção de prova obrigou o inglês a seguir para os boxes e resolver o problema. Teoria da conspiração? Que nada! Assistam o VT... está lá.

 

Na realidade nutella dos dias de hoje, o Arrivabene foi claro. Vettel escapou de um gancho "por um tantinho assim".

 

Outro detalhe: o tempo de punição – stop and go – de 10 segundos, somando entrada, desaceleração e saída, na teoria, era o tempo certo para que o alemão e sua Ferrari voltassem atrás da McLaren, não se beneficiando do azar do adversário. Contudo, o tetracampeão do mundo, que de bobo não tem nada, deu uma volta e meia em “ritmo de qualificação”, que naquele circuito eram quase 10 Km. Foi o suficiente para ele voltar na frente da Mercedes e levar uma vantagem que fez o ‘Neguin’ choramingar no rádio.

 

Por fim, tem ainda o “fator Ferrari”. A equipe italiana está há 10 anos na fila. Desde o caneco do Kimi ‘pé de cana’ em 2007 que eles não ganham um campeonato. Este ano, depois de muito tempo, estão com uma chance real de sair da draga e tanto a FIA quanto a FOM sabem que “a Ferrari é a Ferrari”. Apesar de não ter mais um Luca di Montezemollo, que não pensaria duas vezes em ameaçar tirar a equipe do campeonato e isso estampar as manchetes de toda imprensa italiana e mundial, as pressões de bastidores devem continuar existindo e o melhor é deixar a coisa se decidir na pista.

 

A Ferrari tem chances reais de vencer o campeonato de pilotos e ter a cabeça no lugar é fundamental.

 

A segunda metade do campeonato vai ter outros fatores complicadores, como a necessidade de trocas de componentes dos carros (câmbio, turbo, etc) fazendo os pilotos perderem posições no grid e tendo que correr atrás do prejuízo durante as corridas. Algo que se pode ser chato em termos de ver os pilotos punidos, pode dar uma apimentada nas corridas.

 

Só espero que não venham com mais babaquices com regulamentos que punam os pilotos por quererem ser homens e não fantoches!

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva


Last Updated ( Monday, 10 July 2017 23:20 )