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O choro é livre... e o Bernie chora, resmunga e pragueja PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 09 June 2017 22:46

Semana passada eu fui visitar uma famosa imobiliária aqui da Grande BH, com a qual tenho sempre boas opções para tentar vender alguma coisa e assim garantir o recheio das panelas lá em casa. Chegando lá, nem sei porque, lembrei de um quiprocó enorme que rolou pouco mais de um ano atrás, foi um “descarrilamento do trem” se formos usar um “mineirês clássico”.

 

Um dos sócios entrou em desacordo com os outros e a colisão foi inevitável. Depois de mais de uma década de sucessos, o sócio desligou-se da imobiliária e, por uma dessas coincidências da vida, no dia seguinte encontrei o tal “ex-sócio”. Ele só falou “coisa boa” da imobiliária, das incorporações, das relações com os empregados, do comportamento da equipe de marketing, dos comerciais “fracos”... falou uma meia hora sem parar pra respirar.

 

Todo mundo sabe que o país está numa crise desgraçada, desemprego alto, todo mundo sem grana e vender qualquer coisa está difícil, mas apesar de tudo isso, esta é uma das poucas imobiliárias que ainda consegue oferecer apartamentos que tenho conseguido vender. Afinal, ela talvez não seja ruim assim como o ex-sócio falava, ainda mais que, depois de sua saída, ficou muito mais tranquilo trabalhar com eles.

 

Estava claro que Chase Carey e Bernie Ecclestone não trilhavam o mesmo caminho desde o início.

 

Impossível não lembrar das recentes críticas do rancoroso Bernie Ecclestone, vulgo “Bom Velhinho”, com relação às mudanças que temos percebido nas etapas da Fórmula 1 promovidas por Chase Carey, que após assumir o comando geral da F1 como presidente e nomeou dois executivos para trabalhar em conjunto: Sean Bratches como diretor comercial e Ross Brawn, campeão do mundo na Benetton, Ferrari e Brawn, para atuar como diretor esportivo.

 

Apesar de ter sido convidado a estar presente em condição de destaque para as corridas do Bahrein e Rússia, o cargo decorativo de “Presidente Honorário” que ele recebeu deveria ser visto como algo que ele jamais faria, se fosse o contrário. Aliás, o Bom Velhinho não cansa de dizer que o Grupo Liberty Media, está fazendo coisas que ele nunca faria ou nunca teria feito enquanto esteve no comando, como a integração com as mídias sociais, que tem sido uma das melhores partes desta nova gestão.

 

Sean Bratches, Chase Carey e Ross Brawn. A "santíssima trindade" da Liberty Media e a nova cara da F1.

 

É bom lembrar que, alguns anos atrás, quando indagado sobre o desinteresse das  novas gerações com a Fórmula 1, o ex-chefão declarou que este público sem dinheiro (os jovens) não eram o público-alvo da Fórmula 1, mas sim pessoas com dinheiro e capacidade de gerar dinheiro, condenando a categoria a ter um prazo de validade como um pote de iogurte!

 

A presença das redes sociais da Fórmula 1 durante o tempo a gestão do Bom Velhinho era o de “é proibido publicar!” Os poucos vídeos que chegavam aos canais de divulgação eram retirados por ordem judicial e ameaças de processo. Raros foram, apenas aqueles feitos por torcedores das arquibancadas, os vídeos de eventos da Fórmula 1 na Internet. Se alguém publicasse uma versão da filmagem on-line, a FOM sabia como trabalhar a internet o suficiente para tirá-la o mais rápido possível.

 

Entrevistas com um ar de informalidade na pista, em frente à torcida. Uma forma de "desendeusar" os pilotos.

 

Mudança dos tempos, com a nova gestão, as filmagens curtas e as mídias de mídia social nos boxes estavam autorizadas durante a sessão de testes pré-temporada nas mídias sociais e continuaram abertas com o início da temporada. Com o Bom Velhinho, da série no Circuito de Barcelona-Catalunha. Exatamente o oposto quando Neguin Hamilton foi “proibido” pessoalmente pelo ex-chefão de usar Snapchat no paddock, algo que o inglês ignorou (o termo que usei foi censurado) e continuou usando.

 

O bom velhinho quase teve um ataque histérico quando D. Choronso das Astúrias anunciou que iria deixar de correr em Mônaco para disputar as 500 Milhas de Indianápolis. Nos tempos da tirania, ele teria seu desejo vetado e, se insistisse, até uma ameaça de perda da super licença certamente estaria em jogo. Imaginem se durante o GP de Mônaco apareceria a imagem do Jenson Button, no carro, antes da largada com os dois conversando ao vivo? Jamais!

 

Alonso falando ao vivo, de Indianápolis, com Button antes da largada em Mônaco. Impossível com Ecclestone.

 

É inegável que ações para tornar a Fórmula 1 mais próxima do público, mais humana, estão acontecendo. Entrevistas na pista, os pilotos atirando camisetas para a arquibancada como foi na Espanha e deve acontecer coisas assim no Canadá... e com a chegada do D. Choronso contando as divertidas novidades de Indianápolis,  podemos ter mais coisas para enterrar de vez os anos de chumbo do Bom Velhinho.

 

No ano passado, o calendário foi montado propositalmente fazendo coincidir o GP de Baku, no tradicionalíssimo Azerbaijão, com as 24 horas de Le Mans. Em 2015 o Incrível Hulk, hoje piloto da Renault, venceu a mítica corrida. Na contramão deste tipo de atitude, o Grupo Liberty Media já está verificando a possibilidade de fazer com que não haja coincidência de datas entre as 500 Milhas de Indianápolis, as 24 Horas de Le Mans  com qualquer GP de Fórmula 1, indo até mais além, evitando as e as 24 Horas de Nurburgring, como ocorreu este ano, ou o GP da Inglaterra e a final da chave masculina do torneio de tênis de Wimbledon, que para 2017 acontecerão no dia 16 de julho.

 

Indy 500 e 24 Horas de Le Mans. Datas distintas da Fórmula 1 pode criar maior interatividade entre elas.

 

Apesar de dizer que vai para seu escritório muito cedo e muitas vezes vai embora bem tarde, mantenho seu ritmo de trabalho como nos tempos que cuidava da Fórmula 1, todos sabem que o bilionário Bom Velhinho tem negócios por todo o mundo, inclusive aqui no Brasil, onde tem uma fazenda de cafés gourmet, mas seu maior negócio atual é a destilaria... de veneno.

 

Ele não perde a oportunidade de atirar em todos os seus desafetos... do passado e do presente. Os do presente, claro, são prioridade. Sobre Ross Brawn, ele diz que seu substituto nunca teve visão dos nossos negócios, apesar de trabalhado como engenheiro com Flavio Briatore na Benetton e de depois ter ido para a Ferrari – sem falar sobre como ele geriu sua equipe e que foi campeão com ela – ele vai mais adiante e diz que Brawn não tem uma grande noção de política e processos comerciais. Talvez por isso ele tenha Sean Bratches ao seu lado, mudando o conceito de poder centralizado.

 

A nova F1 está deixando Bernie Ecclestone como Jack Nicholson naquele filme: em estado de choque!

 

Imaginem se, com toda esta aproximação que se criou com a Fórmula 1 nos Estados Unidos com a participação de D. Choronso e toda a mídia que foi criada em torno disso, o Grupo Liberty Media conseguir realizar o tão sonhado “GP de Nova Iorque” como o Bom Velhinho tentou por anos e isso não aconteceu? É capaz dele entrar em estado de choque!

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva


Last Updated ( Monday, 12 June 2017 15:23 )