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Uma ressaca, mas com emoção PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 05 June 2017 00:01

Olá leitores!

 

Um final de semana que, no fundo, ainda foi de ressaca do maravilhoso final de semana anterior, com Mônaco, Indianapolis e Charlotte 600 (onde, após muitos anos, e já quase 1h da madrugada de segunda feira aqui no Brasil, voltou a vencer o carro #3, eternizado na NASCAR pelo Dale Earnhardt, “The Intimidator”, agora nas mãos do jovem Austin Dillon, neto do dono da equipe Richard Childress, mas até agora o garoto não mostrou na categoria principal o que mostrou nas categorias de acesso). Assim sendo, as corridas não foram assim tão interessantes, com exceção da MotoGP.

 

No sábado tivemos a rodada dupla da F-3 Brasil na pista privada do Velocittà, e as duas corridas foram vencidas por Guilherme Samaia, que pilota para a equipe que há anos e anos domina a categoria, a Cesário Fórmula. Claro que enalteço o trabalho, o esforço e a dedicação do Augusto Cesário, dou meus públicos parabéns a ele, mas confesso que gostaria de ver mais uns 3 ou 4 donos de equipe se dedicando como ele à categoria... na primeira corrida ele teve como companheiros de pódio Giuliano Raucci em 2º e Josá Artur Fortunato em 3º, e na segunda corrida eles inverteram de posição entre eles. Para quem lembra como era o automobilismo de monopostos no Brasil há 30 anos, dá uma tristeza acompanhar a categoria...

 

Sábado também tivemos a primeira corrida da rodada dupla da Indy em Detroit, na Ilha Bela, digo, Belle Island. Provavelmente a pista mais aborrecida da temporada, e consequentemente a que produz as piores corridas. O antigo traçado usado pela F-1 era incomparavelmente melhor, mas para facilitar as coisas para o cidadão passaram a corrida para a ilha, e temos um belo soporífero. As equipes também não ajudam muito, como poderei demonstrar à frente. No sábado a vitória ficou com Graham Rahal, piloto cuja maior credencial é ser filho do grande Bobby Rahal, um dos melhores da categoria em todos os tempos, em que pese esse talento todo não ter se convertido na quantidade de títulos que ele mereceria ter. Graham venceu com facilidade, tendo se mostrado muito bom nas relargadas – o que impediu ataques decisivos de outros pilotos em uma pista onde as ultrapassagens são arrancadas a fórceps – e não teve a equipe jogando contra sua pessoa. Na 2ª posição chegou Scott Dixon, aparentemente recuperado do grave acidente que sofreu nas 500 Milhas de Indianapolis, contando com o ótimo carro da Ganassi e com seu próprio (enorme) talento para mais um grande resultado. Em 3º, com uma pilotagem muito acima da sua média, chegou James Hinchcliffe, que foi para o muro logo no comecinho da corrida, voltou aos boxes, reparou o carro, e voltou acelerando muito e contando com uma equipe que sabe como fazer estratégia para circuitos de rua (no caso, circuito de ilha), conquistando dessa maneira um 3º lugar com verdadeiro sabor de vitória. Repararam que citei muito estratégia, não é? Pois então, a maior equipe da categoria, a poderosa Penske, tinha um piloto em condições de brigar pela vitória, o brasileiro Hélio Castroneves, mas resolveram reinventar o ovo, ou reinventar a pólvora, ou sei lá o que tentaram, e jogaram a corrida do Helinho no lixo. Chamaram ele para parar em um momento que voltou com muito tráfego à frente, e lá se foi um pódio, terminando em 7º devido ao fato de dois outros pilotos que estavam à frente dele terem tido que fazer um splash-and-go para conseguirem terminar a prova. Ao menos foi melhor que o Tony Kannan, irreconhecível, que ficou em um fraco 15º lugar. No domingo a Rahal-Letterman Lanigan repetiu a estratégia para o Graham e... ele venceu de novo. O mais inacreditável: as outras equipes no geral não copiaram a estratégia, ou não pensaram em algo para superar a estratégia da RLL, e claro que o resultado não poderia ser diferente. Ao menos dessa vez o trabalho foi maior, já que no final o Josef Newgarden (2º) deu bastante trabalho para ele. Fechando o pódio chegou Will Power, que pelo jeito recusou a estratégia traçada pela Penske e pediu pro engenheiro dele copiar o que a RLL fez, chegando em um bom 3º lugar tendo saído lá no meio do pelotão do tiroteio. Helinho Castroneves parecia que iria se redimir, mas ao ultrapassar Ryan Hunter-Ray jogou o carro na direção do adversário achando que já tinha ultrapassado totalmente o outro carro, bateu o pneu traseiro esquerdo no bico do carro do Ryan, consequentemente teve um furo no pneu e teve que ir em ritmo mais lento por cerca de 2/3 do circuito até entrar nos boxes para troca de pneus... ali morreu a corrida dele, já que se, com tudo certo, o estrategista não conseguiu fazer algo decente no sábado, não seria com problemas que o elemento iria acertar. Não acertou: Helinho foi apenas 9º colocado (dessa vez não teve 2 coleguinhas de profissão fazendo splash-and-go no final para ele chegar de novo em 7º), à frente de Tony Kanaan, que foi um pouco melhor e terminou em 10 lugar. Impressionante no final da corrida a quebra do motor do Spencer Pigot, parecia motor da Truck quando quebra a turbina, com chamas e um fumacê de acabar com qualquer mosquito da dengue que estivesse por perto. Um belo espetáculo pirotécnico, admito.

 

E o circo da MotoGP esteve em terras italianas para enfrentar as maiores velocidades de reta da temporada em Mugello. E foi um belíssimo espetáculo para uma categoria que ainda chorava a morte do campeão de 2006 Nicky Hayden (homenageado com 69 segundos de silêncio, encerrados por uma enorme salva de palmas, numa bela e tocante homenagem) atropelado por um motorista italiano enquanto pedalava. E o “Fratelli d’Italia” deu as cartas: vitórias italianas na Moto3 (Andrea Migno), Moto2 (Mattia Pasini) e na categoria principal, onde Andrea Dovizioso quebrou um jejum de 8 anos sem vitórias da Ducati na pista para levar o público italiano ao delírio. Correu como um jogador de xadrez: pressionou o pole position e líder do campeonato Maverick Viñalez até o induzir ao erro, passou, abriu e aproveitou a ótima velocidade final da Ducati (no geral as Ducati passaram de 351 km/h no final da reta...) para não ser mais incomodado. Em 2º chegou Viñalez, que conseguiu se defender do ataque do Petrucci (Ducati da equipe Pramac), retomando a posição após um erro (outro...) que fez com que momentaneamente duas Ducati estivessem nas duas primeiras posições, mas com muita garra recuperou a posição, fazendo com que um feliz Danilo Petrucci ficasse no degrau mais baixo do pódio. O grande ídolo local, a lenda Valentino Rossi, se recuperando de uma queda quando praticava motocross, não passou do 4º lugar.

 

E a NASCAR foi para a Milha Monstro, aquele que eu considero o segundo pior oval da temporada (o título de pior é de Martinsville disparado, sem concorrência alguma), onde presenciamos a 83ª vitória de Jimmie Johnson, fazendo com que ele se igualasse ao grande ídolo dele Cale Yarborough, o 7º maior vencedor da história da categoria... A poucas voltas do final, todos esperavam que a vitória ficasse entre Kyle Larson, que fez uma das melhores apresentações da carreira dele, e Martin Truex Jr., que venceu os dois primeiros segmentos da corrida e se encaminhava forte para  vencer a corrida também, mas... a 4 voltas do final menino David Ragan foi para o muro com um pneu furado, e a relargada do Larson foi um desastre, o carro destracionou demais e a vitória caiu no colo do Jimmie – a 11ª dele nessa pista. Ainda tivemos a prova encerrada em bandeira amarela, pois aconteceu um “Big One” no final da prova, com os acidentes acontecendo após o que a NASCAR chama de “linha de prorrogação”. Em 2º chegou Kyle Larson, em 3º Martin Truex Jr. (uma pena, merecia ter vencido...), em 4º Ryan Newman e fechando o top-5 chegou Chase Elliott, que vem fazendo um bom trabalho com o carro #24 que foi do grande Jeff Gordon. Aparentemente o substituto foi bem escolhido...

 

Apenas lembrando que foi anunciado que na outra das grandes provas do automobilismo mundial, as 24 Horas de Le Mans (largada dia 17/06), foi confirmada a presença de Tony Kanaan substituindo o lesionado Sébastien Bourdais... boa sorte a todos os brasileiros que irão participar da prova (Rubens Barrichello, Bruno Senna e André Negrão na LMP2, Lucas Di Grassi, Luis Felipe “Pipo” Derani, Tony Kannan e Daniel Serra na GTE Pro)!

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini


Last Updated ( Monday, 05 June 2017 00:12 )