Caros Amigos, Nestas últimas duas semanas o mercado mobiliário brasileiro passou por momentos que há muito não se via depois do tombo das ações brasileiras após a bombástica divulgação das gravações contra o Presidente da República, o Ex-governador e senador pelo estado de Minas Gerais, Aécio Neves, que fez uma fortuna em valores de mercado evaporar em minutos.

Maus movimentos de fatores externos sempre repercutem em bolsas de valores, fazendo com que o valor das empresas caiam ou subam de forma além do esperado. Contudo, o valor nominal de um bem, papel ou empreendimento pode variar pela sua boa ou má gestão... e este é o assunto da coluna desta semana. Infelizmente, tratando de um “assunto doméstico”.

Quando foi lançado o projeto do Circito dos Cristais, seus idealizadores pensavam em algo capaz de colocar a pequena cidade de Curvelo não apenas no mapa do esporte a motor nacional. Queriam extrapolar fronteiras e trazer para o Brasil uma etapa do mundial de MotoGP. Contudo, depois das primeiras fotos divulgadas, comecei a duvidar se seria possível obter a homologação da FIM para pleitear uma etapa do campeonato junto a Dorna, promotora do campeonato.

O circuito foi inaugurado com uma série de competições regionais, envolvendo carros e motos. Recebemos de dezenas de leitores os links com vídeos feitos pelos pilotos e de alguns presentes. “jogaram dinheiro fora”! Foi a primeira coisa que pensei. Mas havia tempo e algumas coisas poderiam ser melhoradas. Contudo, jamais imaginei que veria o que vi quando a Stock Car foi correr uma das etapas do campeonato de 2016 naquela pista.

A dantesca cena do piloto Galid Osman batendo num barranco na saída de uma curva, sem caixa de brita, guard rail e barreira de pneus, só não foi pior do que o ocorrido com Felipe Lapenna, que saiu da pista e chocou-se diretamente contra um muro sem barreira de proteção de pneus. Pior que isso, o muro era de tijolos! Quem foi o irresponsável da CBA que homologou aquele autódromo? Perguntei. Por maior que tenha sido o esforço dos proprietários, além de não estar pronto, fizeram coisas erradas no autódromo. A FIM jamais homologará o Circuito dos Cristais, no seu traçado original de pouco mais de 4.400 metros para receber uma competição da MotoGP. A vistoria da Fórmula Truck, feita pelo piloto Paulo Salustiano reprovou o circuito e a etapa da categoria foi transferida para Londrina.

No início do ano, quando o calendário da VICAR foi divulgado com Curvelo sendo um dos palcos das doze etapas do campeonato da principal categoria de carros de turismo do país, contudo, um “asterisco” aparecia ao lado do nome da cidade mineira. A etapa ainda não estava confirmada. Os organizadores da ccategoria, liderados pelo gerente geral da VICAR, Jean Brambila, em conjunto com os administradores do complexo e a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), desenvolveram uma variante que, logo depois da Curva 2, levará os carros direto à reta oposta (Não consegui fotos da variante para ver o local exato), descartando o longo trecho em descida e posteriormente em subida que, por conta das áreas de escape reduzidas  – no local há vários pequizeiros que, por restrições ambientais, não podem ser retirados.

A mudança que resultou em uma nova opção de traçado não inviabiliza a versão original do mesmo, mas faz um ‘mea culpa’ do que foi feito no ano passado. As obras foram concluídas nesta semana, o que vão garantir praticamente dois meses para fazer a ‘cura’ do asfalto. Segundo os proprietários do circuito, serão feitas outras melhorias em zebras e áreas de escape, além da instalação de barreiras de pneus, que não existiam no ano passado.

Com este traçado alternativo, o traçado ficará com 3.330 metros e provavelmente será o mesmo a ser utilizado pela Copa Truck em sua corrida, inicialmente, marcada para outubro. O que mais me incomodou em todo este processo foi o fato da empresa ter contratado como consultor um piloto com um excelente currículo (Bruno Junqueira) e experiência em algumas das principais categorias internacionais. Até onde ele foi ouvido?

Infelizmente, as projeções e expectativas sobre o Circuito dos Cristais não irão se concretizar, mas mesmo assim, com este “circuito alternativo”, poderemos ter uma nova praça que atenda o esporte a motor nacional... ao menos o com quatro rodas. Não creio que a Superbike vá por suas motos naquele asfalto.

Um abraço e até a próxima,

Fernando Paiva