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As duas faces da moeda PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 24 May 2017 21:09

Caros Amigos, neste próximo domingo assistiremos (se não chover, literalmente), a 101ª primeira edição das 500 Milhas de Indianápolis. Teremos no mítico Indianapolis Motor Speedway a presença de duas das nossas integrantes, Catarina Soares e Maria da Graça, para tentarmos produzir um material bem interessante para nossos leitores, mais focado no que acontece dentro da competição.

 

A corrida deste ano terá uma atração que há meses vem mexendo com a mídia internacional. Melhor só apenas se esta decisão do bicampeão mundial de Fórmula 1, Fernando Alonso, tivesse coincidido com a 100ª edição. Daí teria sido o “casamento perfeito”. Mas só a atitude de um piloto ir do mundo da Fórmula 1 e seu “olimpo”, cruzado o oceano e encarado a centenária corrida já é de uma grandeza enorme. Afinal, desde os anos 60 que um piloto da categoria – no meio do campeonato em curso – não disputava a prova norte americana.

 

Apesar dos olhos de todos estarem voltados para como seria a adaptação e a atuação do piloto espanhol no super oval de 2,5 milhas, de como ele iria lidar com um tipo de pista onde nunca correu, de como seria seu desempenho na classificação no último final de semana, infelizmente tivemos que presenciar o grave acidente com Sebastien Bourdais, um piloto bastante experiente nas pistas dos Estados Unidos.

 

A cena – impressionante – repetida inúmeras vezes e com milhões de acessos nos canais de vídeo da internet fez todos os que assistiam os treinos prenderem a respiração por alguns segundos. A câmera frontal fechou no capacete do piloto que mostrou estar consciente, apesar do impacto violento, com o carro a 318 Km/h, segundo a telemetria, e pelo ângulo do impacto no muro, o piloto sofreu uma força de 118G, cento e dezoito vezes a força da gravidade, muito maior, por exemplo, do que os 42G da batida de Ayrton Senna em Ímola.

 

Um acidente com colisão frontal em um oval é a pior de todas as formas de bater neste tipo de traçado, segundo os especialistas, mas dois fatores foram essencialmente fundamentais para que os danos físicos à Sebastien Bourdais  e neste aspecto, a existência dos “soft walls”, uma brilhante forma que encontraram nos Estados Unidos para minimizar os efeitos das colisões nos muros e a excelente célula de sobrevivência do chassi Dallara IR-12.

 

Contudo, os construtores do carro da Indycar Séries deveriam se preocupar com o fato de, quando começou a deslocar-se lateralmente, o carro de Sebastien Bourdais virou de rodas para o ar, sem tocar em nenhum outro carro, uma vez que os carros entravam sozinhos na pista, e sem tocar novamente no muro ou em qualquer obstáculo.

 

Apesar das preocupações com as configurações dos kits aerodinâmicos que precisaram ser alterados depois dos voos assustadores que vimos em 2015, as corridas em ovais são um potencializador para este tipo de incidente. A NASCAR, onde há muitos contatos, o que normalmente pode desequilibrar os carros, além da maior altura em relação à pista, o que provoca a “decolagem” dos mesmos, foram criados mecanismos mecânicos para reduzir o risco destes voos.

 

No caso dos Dallara, para 2018 vai ser apresentado um novo carro e seria muito interessante se houvesse esta preocupação por parte dos projetistas. Afinal, queremos ver os carros da Fórmula Indy voando baixo, mas com as 4 rodas no asfalto e sem que os pilotos “vejam o mundo ao contrário”.

 

Agora é desejar uma boa e rápida recuperação para Sebastien Bourdais e torcer para que tenhamos uma excelente corrida no domingo.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva