Olá leitores! Sinceramente, espero que meu seleto grupo de leitores não tenha dormido assistindo ao GP da Rússia... que corrida CHATA!! Conseguiu ser pior que a primeira prova feita em Baku, o que realmente é uma proeza com as dimensões da Rússia. Lamentei muito não ter posto a corrida para gravar, seria um remédio muito eficaz nas noites em que tenho insônia... terrível, muito terrível. De bom, apenas a primeira volta e o ineditismo do vencedor – além do rádio do Kimi, que devia estar achando a corrida tão chata que ficou de “corpo presente” no carro. Vitória de Valtteri Bottas, acredito que a primeira de muitas. Pilotou com segurança, tranquilidade, deu uma bela “estilingada” após a saída do safety-car provocado pela dupla de intelectuais do volante Romain Grosjean e Jolyon Palmer na saída da Curva 2, logo na primeira volta, não se desestabilizou quando o Vettel passou a reduzir sensivelmente a diferença após aquela fritada monstro de pneus, foi uma vitória para mostrar à equipe que ele não é apenas o “segundo piloto” do Hamilton. Como diria Webber, “nada mal para um segundo piloto”... dominou perfeitamente a prova e mereceu plenamente o degrau mais alto do pódio. Seu companheiro Hamilton (4º) não conseguiu se entender com o carro, e terminou a corrida mais de meio minuto atrás do Bottas. Com esse resultado, a diferença entre ele e Bottas caiu para 10 pontos, o que pode dificultar as coisas em termos de novas ordens de equipe antes da segunda metade da temporada. Em 2º e 3º lugares chegaram os pilotos da Ferrari, respectivamente Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen. Ambos foram ótimos na classificação, mas não largaram bem, pelo que foram ultrapassados pelo Bottas antes da segunda curva da corrida e daí para frente não conseguiram mais acompanhar o ritmo do finlandês da Mercedes. Para Vettel acabou sendo um bom resultado, já que com Lewis em 4º a sua vantagem no campeonato se ampliou para 13 pontos... com a vitória valendo 25 pontos não é muita coisa, mas já é um alento. Tentou se aproximar nas últimas voltas, mas na derradeira delas ele não soube negociar tão bem a ultrapassagem dos retardatários como o Bottas, e ainda saiu reclamando do Massa por, presumivelmente, atrapalhar a trajetória dele. Atrapalhou nada, ele simplesmente não teve coragem de fazer uma ultrapassagem ousada. Kimi, por sua vez, tirou o que pôde do carro (inclusive a volta mais rápida da corrida foi dele), mas não conseguiu nem pensar em ameaçar Vettel. Foi uma bela apresentação após um início de temporada abaixo das expectativas. Em 5º terminou Max Verstappen, que fez uma corrida solitária: após a largada, onde ultrapassou Ricciardo e Massa, afastou-se do pessoal atrás de si e viu os pilotos à sua frente se afastarem do seu campo de visão. Provavelmente para ele a corrida foi tão chata como para o espectador... ser o melhor após as Ferrari e as Mercedes ficou como prêmio de consolação para um final de semana bem complicado. Seu companheiro Ricciardo (17º) abandonou após um problema no freio eletrônico da traseira do seu carro ter apresentado problemas e sofrido um princípio de incêndio. Hoje ele não teve motivos para sorrir... Em 6º e 7º chegaram os pilotos da Force India, respectivamente Sérgio Pérez e Esteban Ocon, uma boa apresentação para a equipe alguns dias após o dono dela, Vijay Mallya, ser preso em Londres. Ambos os pilotos estavam felizes com o resultado, já que a pontuação consolidou a equipe como a quarta força do campeonato – e definitivamente esse dinheiro da posição no campeonato pode ser decisivo para o time em 2018, já que a tendência com a prisão do proprietário tende a se complicar para eles. Em 8º terminou Nico Hülkemberg, que não fez uma boa largada, perdeu algumas posições, e a partir disso a equipe apostou em adiar o máximo possível a primeira parada para tentar recuperar algumas posições. A estratégia acabou funcionando, propiciando um desempenho melhor na segunda parte. Seu companheiro Jolyon Palmer (19º) abandonou por acidente logo na primeira volta, e o mais surreal, NÃO foi ele que iniciou a batida... foi alvejado pelo Grosjean, que de tão insatisfeito com os freios da sua Haas deve ter tentado usar o Jolyon como freio... OK, o menino é uma chicane móvel, mas daí a ser confundido com freio vai uma distância razoável. Em 9º veio Felipe Massa, que – para não perder o velho hábito – teve um azar danado: tinha o 6º lugar praticamente assegurado quando precisou fazer uma segunda parada para troca de pneus por conta de um furo. E no final da prova ainda recebeu um gesto bonito e amistoso do Vettel nervosinho... não era bem o dia do Miojinho. Seu companheiro Lance Stroll (11º), surpreendentemente, conseguiu terminar uma corrida, apesar de ter rodado, saído um pouco da pista, mas o que importa é que ele finalmente conseguiu ver uma bandeira quadriculada esse ano. Parece pouco, mas no caso dele definitivamente não é. Fechando a zona de pontuação chegou Carlos Sainz Jr., salvando um único pontinho após um sábado complicado. Para felicidade dele, a estratégia traçada pela equipe funcionou, e ele conseguiu se recuperar. Seu companheiro, o herói local Daniil Kvyat (12º), não andou muito bem e saiu do carro muito bravinho com a equipe... se liga, rapaz, acelera mais que os resultados melhores aparecem. Para encerrar o assunto F-1, foi anunciado que a Sauber ano que vem não usará mais motores Ferrari do ano anterior e sim os motores da Honda. Parece que eles estão focados em ser a pior equipe do campeonato... Mas claro que o final de semana não foi só F-1, teve um bocado mais de competições. Na noite de sábado aconteceu a prova de Phoenix da Fórmula Indy, uma corrida chata (não tão chata quanto a de F-1, verdade seja dita, mas chata o suficiente para tornar difícil assistir em pleno sábado à noite). Alguma movimentação na corrida apenas nas voltas finais, o que é muito pouco... vitória merecida de Simon Pagenaud, sua primeira pela Penske, em uma noite de dominação da equipe capitaneada pelo velho Roger (os 4 carros terminaram no Top-10, 1º, 2º, 4º e 9º lugares), seguido pelo companheiro Will Power e pelo J.R. Hildebrand, da Carpenter. No tocante aos brasileiros, Hélio terminou num bom 4º lugar e Tony em 6º, uma jornada positiva levando em conta os últimos resultados. Tivemos também no Autodromo Nazionale de Monza a segunda etapa do campeonato do WTCC, que na primeira corrida teve a vitória de Tom Chilton, seguido do veterano Robert Huff em 2º e Tiago Monteiro em 3º, ao passo que na segunda corrida do dia a vitória ficou nas mãos do Thed Björk, seguido por Tiago Monteiro em 2º e Robert Huff em 3º. Na Argentina tivemos etapa do WRC, e o caneco maior ficou nas mãos de Thierry Neuville, que conquistou a sua segunda em seguida após bater o galês Elfyn Evans por míseros 0,7 segundo de vantagem no final... toda a emoção que faltou na F-1 sobrou no Rali da Argentina, seguido pelo veloz Ott Tanak em 3º. Tenho certeza que a coluna do nosso colega Tokarski a respeito desse rali será imperdível, já que alguns pilotos andaram testando a resistência das gaiolas de proteção dos seus carros... nosso especialista terá bastante o que escrever sobre a etapa. Para completar, a NASCAR teve uma etapa diurna em Richmond, com a vitória de Joey Logano (pensem num chefe de equipe feliz – Roger Penske viu seus carros triunfarem na Indy e na NASCAR...) em um final de corrida razoavelmente conturbado. O primeiro segmento teve a vitória de Kyle Larson, ao passo que no segundo o melhor foi Brad Keselowski. Na parte final, os carros da Penske dominaram as relargadas na grande sequência de bandeiras amarelas, e a prova terminou com a dupla da Penske na liderança – Logano em 1º, Keselowski em 2º. Em 3º veio o esforçado Denny Hamlin (salvando o dia da Toyota), seguido por Ricky Stenhouse Jr. em 4º (sim, acreditem se quiserem...) e com Kevin Harvick fechando o Top-5. Até a próxima! Alexandre Bianchini
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