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Dois pesos, duas medidas PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 26 April 2017 22:57

Caros Amigos, ao longo da história do automobilismo de competição, vimos em todo o mundo, em diversas categorias, montadoras entrando e deixando competições com seus modelos, seja como categorias monomarcas, seja participando de competições contra outras marcas.

 

Considero relativamente difícil querer fazer um julgamento sobre as decisões, sejam elas técnicas, corporativas, contingenciais ou uma combinação destas. Contudo, quando vejo uma montadora participando em um campeonato, com sucesso, em uma determinada categoria numa temporada e na temporada seguinte abandona a categoria, questiono-me sobre por quais motivos esta decisão foi tomada.

 

No último final de semana tivemos no autódromo do Velopark a segunda data de eventos da VICAR, onde pudemos ver pela televisão por assinatura o campeonato da Stock Car e a Copa Petrobras de Marcas, que ainda no final do ano passado já se sabia da saída da Honda do campeonato, deixando apenas quatro montadoras no certame (Ford, Toyota, Chevrolet e Renault).

 

Fomos também informados antes mesmo do início da temporada, ainda em fevereiro, que a Peugeot deixaria de ser uma das “bolhas” dos carros da Stock Car, transformando a categoria mais relevante do país a uma apresentação monomarca, com a “bolha” do Chevrolet Cruze nos trinta carros que estariam alinhando no grid no início da temporada.

 

A surpresa (desagradável) foi a não explicada saída da Renault da Copa Petrobras de Marcas, com os proprietários das equipes, Maurício Ferreira e Fabio Greco, já tendo devolvido seus carros à montadora. Apesar da ausência precebida nas imagens, a emissora de TV por assinatura que transmitiu a corrida não sabia informar o motivo a saída da montadora francesa e nem a montadora emitiu qualquer comunicado sobre a decisão.

 

No mesmo final de semana assisti, pela internet, a corrita do Super TC 2000 no belo autódromo de San Luis, na Argentina. Ao contrário da nossa principal categoria ser monomarca, a dos nossos vizinhos tem 8 (oito) montadoras envolvidas e a Renault tem uma super equipe, com seis pilotos correndo com seus carros nas cores amarelo e preto. Na categoria de acesso, a TC 2000, a montadora francesa tem duas equipes e cinco pilotos alinhando no campeonato.

 

Desde segunda-feira vim me questionando sobre que motivos levavam a Renault a investir tão fortemente no automobilismo argentino enquanto no Brasil, quando as coisas pareciam estar caminhando para um crescimento das atividades de pista, em vista as conversas que estavam tomando corpo com relação a uma possível categoria monomarca com carros de baixo custo, usando o modelo Sandero, para uma simples e sem explicação saída só não foi pior do que a entrevista feita em 2009 aqui no site dos Nobres do Grid, quando eu nem fazia parte da equipe, e o Diretor Christian Pouillaude afirmou que a Renault, naquele mês de setembro, que a montadora tinha como foco o fortalecimento da Copa Clio e, dois meses depois, a categoria foi encerrada!

 

Na vizinha Argentina a Renault é a terceira colocada no ranking de vendas das montadoras em todos os seguimentos somados. Em 2016, a montadora francesa vendeu 99.077 veículos entre carros, SUVs, Pickups, Vans e veículos de carga, com o Renault Clio Mio tendo 25.377 unidades vendidas, o campeão de vendas na Argentina. Este feiro corresponde a menos da metade dos 63.228 modelos Sandero vendidos no Brasil no mesmo ano e praticamente o mesmo número de unidades do SUV Renault Duster (25.373). Somados aos 14.245 unidades do Renault Oroch, estes três primeiros produtos da marca já somam 102.846 unidades, mais do que toda a venda no país vizinho. Apesar dos números, no Brasil a Renault é apenas a 7ª colocada em vendas.

 

Procurei o Presidente da CBA, Waldner Bernardo, para saber se ele tinha alguma posição sobre esta decisão da Renault e ele disse que também não havia sido comunicado de nada. O Presidente, contudo, fez questão de enaltecer o trabalho do Sr. Caíque Ferreira, Diretor de Comunicação da Renault, dizendo ser o profissional muito dedicado e um entusiasta do automobilismo. Mas porque não houve nenhuma declaração de algum diretor comercial ou esportivo, se é que há este último aqui no Brasil?

 

Deixo assim o meu convite ao Sr. Caíque Ferreira para que entre e contato conosco para tentarmos entender porque no mesmo continente existem pesos e medidas tão díspares em relação ao automobilismo de competição no Brasil. Além da participação de peso nas categorias mais importantes do turismo argentino, a Renault tem naquele país a Fórmula Renault, uma categoria com 23 carros.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva 

Last Updated ( Thursday, 27 April 2017 06:47 )