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O risco da urgência da notícia PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 11 April 2017 22:48

Caros Amigos, todos que acompanham o trabalho do site dos Nobres do Grid, e as ações que envolvem todo o Projeto Nobres do Grid, sabem que a grande maioria das pessoas que aqui trabalham não são profissionais de jornalismo. Eu mesmo sou Analista de Sistemas, com pós graduação em Administração de Empresas e até 2010, quando juntei-me a equipe do Nobres do Grid, nunca havia pensado em trabalhar, mesmo que voluntariamente, como jornalista. Hoje, e já há algum tempo, gerencio todo este desafiante projeto.

 

No último domingo assistindo a transmissão em “horário alternativo” do GP da China de Fórmula 1, entre os assuntos paralelos que o trio de comentaristas da transmissão fazem, um em especial me chamou a atenção: foi dito pelo prestigiado Jornalista Lito Cavalcanti, um senhor de 70 anos de idade e certamente mais de 40 anos de jornalismo.

 

Para que todos ouvissem bem, falando sobre a próxima etapa da Stock Car, que será realizada no Rio Grande do Sul, no “parque de diversões do automobilismo brasileiro”, o Velopark, eis que o comentarista divulga, em primeira mão, que o Velopark está para encerrar suas atividades! Uma informação que lhe havia sido passada pelo piloto do Safety Car no evento da VICAR, Rodrigo Santos.

 

Causou-me imediata estranheza a notícia uma vez que estivemos no Velopark fazendo uma matéria para a Seção “Raio X dos Autódromos Brasileiros – a volta” e nesta matéria tivemos o relato de todas as dificuldades financeiras vividas pelo empreendimento até 2014, do choque de gestão que nele foi aplicado em e CE como o processo de recuperação financeira estava superando as metas estabelecidas, num processo liderado pela jovem Sofia Costa, sobre quem escrevi uma coluna elogiando seu trabalho.

 

Antes de usar o dia de hoje para “malhar o jornalista” como quem malha o Judas em algumas celebrações pelo Brasil, algo muito comum no interior de Minas Gerais, ou crucificá-lo no dia de amanhã pela coincidência da data desta coluna, prefiro a benevolência e a bondade, não julgando o erro do falível ser humano e muito menos do profissional de imprensa.

 

Contudo, tenho percebido um sério problema no meio jornalístico, que vem sendo vítima do voraz e insaciável apetite por notícias do mundo de hoje e questiono-me se as pessoas que lidam com o jornalismo estão conseguindo cumprir aquele que é o princípio ético fundamental da prática profissional do jornalismo: a determinante necessidade de que qualquer informação, mesmo aquelas que venham de fontes oficiais, devem ser sempre checada com rigor.

 

Entretanto, muitas vezes, os atuais meios jornalísticos – em função da acirrada concorrência entre eles e, consequentemente, do imperativo em publicar notícias mais rápido do que os concorrentes – tem cometido graves erros éticos que são também erros primários de produção da notícia, abandonando o princípio da verificação da informação com fontes diversificadas e com credibilidade.

 

A necessidade, por vezes imposta pelos meios, com a busca de garantir uma maior audiência nos programas de canais de imagens, sites e blogs na internet e mesmo em programas de rádio e televisão para que as notícias sejam mais lidas e mais vistas, sendo produzidas com rapidez para chegar primeiro ao público podem comprometer, caso aconteça com alguma frequência, a credibilidade daquele veículo de mídia e do jornalista responsável por ele ou pelas notícias divulgadas.

 

Uma característica do “jornalismo selvagem” é misturar um critério de “noticiabilidade” vinculando-o à cultura profissional dos jornalistas – a capacidade de um fato despertar o interesse do público, garantindo a audiência e superando a concorrência – com o “lastro” que possuem, aproveitando-se da credibilidade ligada ao nome do veículo e/ou do jornalista independente da “linha editorial” (cada vez mais tênue).

 

Mas qual é a real situação do Velopark, então?

 

Após procurarmos a competentíssima gestora do empreendimento, Sofia Costa, e ao contrário do que foi noticiado durante a transmissão do GP da China de Fórmula 1, o Velopark está longe de passar por um processo de desativação. O ano de 2016 foi um ano de grandes retornos financeiros, superando as metas – ambiciosas – estabelecidas no início do ano e o mesmo vem acontecendo neste primeiro quadrimestre de 2017.

 

O último evento de Arrancada levou ao complexo um público de 40 mil pessoas na etapa de abertura do VP Series. O complexo fez um alto investimento na reforma da pista, na importação de composto de tração e a resposta foi a forte adesão de competidores e equipes. Além da pista de arrancada, a utilização do autódromo está com seu calendário praticamente fechado, ou seja, com 100% de datas ocupadas até o final do ano, o que garantirá mais uma superação de metas estabelecidas e o terceiro ano do empreendimento sendo um negócio lucrativo para seus proprietários.

 

No seu seguimento de competições e alugueis de kart para eventos privados, o Velopark fechou recentemente um contrato de longo com o fabricante Techspeed, o maior fabricante de karts do Brasil. A intenção é a renovação dos Karts utilizados nos circuitos e assim poder proporcionar uma estrutura ainda melhor para os seus clientes, oferecendo uma frota de karts novos em folha para seus clientes.

 

Em respeito à direção do Velopark, venho aqui sugerir que no domingo dia 23 de abril, além de ao longo dos treinos corrigir a informação errônea e precipitadamente divulgada, convide a gestora do Velopark, Sofia Costa, para um pedido de desculpas – em público e ao vivo – a um trabalho sério e árduo que vem sendo feito desde que se deu o “choque de gestão” que mudou o rumo e salvou este complexo do esporte a motor da falência e consequente fechamento.

 

Tal “mea culpa”, ao vivo e em público, durante a transmissão e diante da competente gestora seria um ato de humildade e grandeza.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva

 


Last Updated ( Wednesday, 12 April 2017 22:01 )