Olá leitores! Nada melhor do que começar a coluna com uma vitória brasileira: Lucas di Grassi teve uma vitória daquelas absurdas, largou em 15º lugar, teve a asa traseira quebrada, parou para trocar de carro em momento diferente dos outros pilotos... e venceu. Estratégia, pilotagem, tudo deu certo para o brasileiro do Team Abt nesse sábado. OK, o safety-car ajudou a não perder volta, mas ainda assim ele precisou de uma pilotagem muito hábil para conseguir reverter o quadro negativo todo. Magnífico. E de quebra o grande favorito ao título até agora, Sébastien Buemi, teve um dia terrível e foi apenas 14º colocado. Com isso, a diferença que era de quase 30 pontos caiu para 5, e a tendência é termos uma prova emocionante em Mônaco, próxima parada do campeonato. Nelsinho Piquet, por sua vez, não esteve em um dia dos mais brilhantes mas ainda conseguiu um 9º lugar, dentro do que se espera do carro da equipe chinesa. Completando o pódio tivemos Vergne em 2º lugar (bela prova, acelerou bastante e Sam Bird (que fez uma bela disputa com Antônio Felix da Costa) em 3º. Curiosamente, a corrida foi muito melhor por conta do pelotão mais atrás, onde Félix da Costa, “Pechito” López, Prost, Abt, Duval, entre outros, disputavam como se fosse a prova final do campeonato. Acho que uma das melhores provas da categoria desde que foi criada. Valeu a pena assistir. E esse final de semana o Mundial de Superbike foi para Aragón, uma pista projetada pelo Tilke mas que dá poucos indícios que tenha sido projeto do alemão maldito, talvez por ser bem feita. No sábado a vitória (pela 5ª vez em 5 corridas) ficou com Jonathan Rea (Kawasaki), que continua com uma sorte monumental, já que seu grande adversário na corrida, Chaz Davies (Ducati), acabou indo conferir a textura do solo bem de perto no final da penúltima volta, deixando a vitória mais fácil para o norte irlandês. Uma pena, Davies fez a pole e estava fazendo por merecer a vitória. Completando o pódio estavam Marco Melandri (Ducati) em 2º e Tom Sykes (Kawasaki) em 3º. O ponto quente da corrida foi o incêndio na moto de Xavi Forés, um enorme susto para o piloto mas certamente um caloroso espetáculo para o público... realmente uma Ducati que é uma brasa. Já no domingo, até que enfim um novo vencedor esse ano: dessa vez Chaz Davies não foi conferir a textura do asfalto, acelerou muito, fez valer a velocidade de sua Ducati e quebrou a sequência invicta do Rea – que batalhou o quanto pôde no final, mas teve que se contentar com a segunda posição. OK, ainda é líder com folga do campeonato, mas já não é o imbatível do ano. Completando o pódio chegou Melandri, que esteve na briga pela primeira posição uma boa parte da corrida mas aparentemente ficou sem pneus no final e teve de se contentar com o 3º lugar. Gosto do estilo de pilotagem do Melandri, mas ele acaba consumindo mais pneus que os outros. E começou a temporada de Stock Car Brasil, com a etapa de Goiânia – pessoalmente, um dos mais belos circuitos do país, muito sub utilizado em minha visão. A primeira corrida foi amplamente dominada pelo ótimo Daniel Serra, um piloto que hoje está na altura do talento ao volante do pai dele – e olha que o Chico foi um dos grandes nas pistas. Uma estreia em alto estilo pela nova equipe, a RC Eurofarma, provando que valeu a pena o investimento. Em segundo lugar chegou Thiago Camilo (A. Mattheis), que empreendeu uma duradoura disputa com o 3º colocado, Max Wilson (RC Eurofarma). Já na segunda corrida uma grande surpresa: vitória do Ricardo Zonta (TMG), que não subia até o degrau mais alto do pódio desde a Corrida do Milhão de 2013... e a vitória veio em um momento apropriado, pois permitiu que ele homenageasse um sobrinho que perdeu a batalha contra o câncer e faleceu há poucos dias. Fazendo companhia no pódio ao emocionado Zonta estavam Átila Abreu (TMG) em 2º lugar e o talentosíssimo Max Wilson (Equipe RC, ex domador de V-8 Supercars) em 3º lugar. E dessa vez o grande circo da NASCAR foi para a pista que, de longe, é a que eu menos gosto. Aliás, o correto seria eu dizer que não gosto: Martinsville. Reza a lenda que existe um projeto de iluminar a pista para permitir provas noturnas. Em sendo verdade, vou passar a gravar as corridas noturnas, deverão ser um poderoso sonífero... a prova desse domingo não fugiu à regra: uma prova truncada (não trucada, por favor, não confundam...), muitas bandeiras amarelas, não fosse os comentários do brilhante Edgard Mello Filho eu teria desencanado de assistir a prova. Chata, muito chata a corrida. Só quem deve efetivamente ter gostado da prova foi o vencedor Brad Keselowski, o primeiro piloto nessa temporada a vencer duas vezes. Logo atrás dele chegou Kyle Busch, que lutou com Brad uma grande parte da corrida, liderou mais da metade das 500 voltas, mas no final não teve como alcançar o piloto da Penske. Por falar nisso, essa foi a milésima corrida da equipe Penske na NASCAR, e nada melhor que comemorar com uma vitória. Em 3º lugar chegou o vencedor do 2º segmento da prova, Chase Elliot, seguido por Joey Logano em 4º e fechando o Top 5 estava Austin Dillon – posição até surpreendente levando em conta o quanto ele andou se esfregando em outros carros durante a prova... Outro que me surpreendeu foi o A. J. Allmendinger, terminando em 6º lugar em uma pista que definitivamente não é a especialidade dele. Até a próxima! Alexandre Bianchini |