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F3: A Aposta da F. Academy PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 29 March 2017 12:26

Para quem leu o nosso artigo sobre a Fórmula 3 Brasil em Janeiro deste ano, viu uma categoria em que haviam mais perguntas do que respostas em torno da sua continuidade. Enquanto isso, os “abutres do tudo contra” sobrevoavam a sua agonizante, praticamente torcendo por sua morte e assim terem uma carniça para dilacerar e espirrar sangue sobre os donos das equipes e principalmente a Confederação Brasileira de Automobilismo, a eterna culpada de tudo de ruim que acontece no automobilismo.

 

 

Seria muito mais cômodo, muito mais fácil, entregar os pontos e se render à crise que fez sumir patrocinadores para o esporte, que atingiu todas as categorias do automobilismo nacional e simplesmente deixar os carros na garagem, demitir funcionários e buscar uma outra forma de ganhar dinheiro, mas os donos das equipes de Fórmula vem sendo guerreiros há décadas e não iriam se entregar assim.

 

Foram meses de muito trabalho, de muitas reuniões e de muitas articulações. Este esforço que envolveu todos os proprietários das equipes, que criaram a ANEF – Associação Nacional das Equipes de Fórmula – e a atuação direta do então presidente eleito da CBA, Waldner Bernardo de Oliveira, que ainda não havia tomado posse, mas já fazia suas articulações para o mandato que começaria em março.

 

 

A CBA mediou junto uma importante parceria com o empresário Carlos Col, antigo proprietário da VICAR e promotor da Stock Car, de forma não remunerada, e em parceria com a recém-criada ANEF (Associação Nacional de Equipes de Fórmula), a CBA promete dar aos jovens pilotos oriundos do kart formação de qualidade na F3 Academy, um conceito que foi desenvolvido para atender uma necessidade dos pilotos saídos do kart e criar uma paridade com o que acontece fora do país.

 

Na visão dos envolvidos, a criação d Fórmula Academy vai ser uma continuidade do projeto das escolas de kart que estão sendo implantadas e poderão proporcionar aos pilotos que deixarem o kartismo um processo de formação com uma estrutura compatível ao que já existe na Europa para as categorias de monopostos através de uma série de treinamentos.  na Pilotech, centro de treinamento referência em automobilismo no Brasil, que vai franquear os serviços de treinamento físico, psicológico e simuladores aos competidores da nova classe de entrada.

 

Os pilotos passarão por uma verdadeira escola, com Aulas de dinâmica de suspensão, Aerodinâmica, engenharia de pneus. Suporte de um profissional de telemetria para análise da aquisição de dados com comparativo entre todos os pilotos da Fórmula 3 Academy após cada treino, além de treinamento e avaliação física, treinamento psicomotor e acompanhamento psicológico.

 

 

Os avanços não param aí: um convênio com a Pilotech, centro de treinamento referência em automobilismo no Brasil, que vai franquear a preparação dos pilotos com avaliações ao longo da temporada para este trabalho físico e técnico, e como diferencial, num processo inédito, um convênio com uma academia europeia de formação de pilotos para uma clínica intensiva com duração de uma semana já no meio deste ano. No final da temporada, o campeão ainda receberá como prêmio a temporada de 2018 na F3 principal sem custo.

 

Este ano, o campeão brasileiro da categoria Sudam, Pedro Goulart vai correr gratuitamente a temporada na F. Academy pela equipe RR Racing, de Rogério Raucci, contrariando os maus agouros de boa parte da “imprensa especializada”. Alem disso, as provas serão exibidas ao vivo pelos canais oficiais da Porsche Império GT3 Cup no Youtube e Facebook, além do site oficial da categoria.

 

 

Em complemento a todo este esforço, ainda existem problemas: o carro, o Dallara 301 é um carro com especificações defasadas em relação ao modelo 312 que é utilizado na Europa. Até onde vai ser útil a utilização deste chassi como escola é uma incógnita. Numa coisa eles acertaram: reduziram a potência do motor, usando a JL, da família Giafonne para fazer o monitoramento e não permitir que os mesmos desenvolvam mais de 220cv de potência.

 

Segundo nos explicou o chefe da equipe Hitech Racing, Rodrigo Contin, o trabalho de redução da potência foi feito no motor, trabalhando o mapeamento do mesmo, reduzindo a injeção de combustível e sendo a admissão de ar um acerto para a categoria e diferente do que é para a categoria A, onde os motores demandarão 250cv.

 

 

A potência do motor coloca-o entre a Fórmula 4 e a Fórmula 3 e, se o custo for realmente um fator diferencial, o campeonato pode atrair pilotos de outros países. Anos atrás, ainda quando era um certame continental, a equipe Hitech do Brasil era associada da equipe inglesa. Com 12 meses disponíveis, sem chuvas excessivas, frio e neve, o Brasil pode ser um bom centro para se desenvolver o automobilismo.

 

Mas o maior de todos era conseguir alocar a Fórmula 3 Brasil em um calendário que permitisse a realização de um campeonato nacional sendo esta uma categoria praticamente sem recursos onde as equipes pudessem alinhar seus carros e realizar o campeonato. Isso também foi conquistado com esforço e negociação, sendo a Porsche GT3 Cup Challenge, do promotor Dener Pires, o parceiro para esta temporada (e esperamos que para muitas outras) da Fórmula 3 Brasil.

 

Conversamos com o primeiro presidente da ANEF – Associação Nacional das Equipes de Fórmula – Augusto Cesário, para entender melhor o projeto e todas as dificuldades que todos eles, que não desistiram da categoria e conseguiram levar para Curitiba, abertura do campeonato em uma das etapas que farão junto com a Porsche GT3 Cup Challenge (O campeonato tem 8 rodadas duplas programadas, sendo as outras duas realizadas junto com outros eventos) e poder ser o primeiro degrau de uma caminhada para os futuros pilotos brasileiros no exterior.

 

 

Um problema que foi enfrentado na tentativa anterior de aquecer a categoria nas temporadas de 2014 a 2016: sendo estabelecido um valor de investimento anual na categoria (piso) que não condizia com a realidade atual. Para esta temporada, foi estabelecido um valor de investimento para um piloto na Fórmula Academy de algo em torno a 450 mil reais. São cerca de 150 mil dólares para cobrir as despesas com treinos e corridas.

 

Um outro aspecto importante foi que a Confederação Brasileira de Automobilismo transferiu para a ANEF – Associação Nacional das Equipes de Fórmula – os direitos do uso do nome Fórmula 3 Brasil, sem custos, permitindo que a associação possa ser ela mesma a promotora da categoria, em um claro processo de fazer com que a categoria possa ser mais exposta, mais vista e com um custo mais baixo.

 

 

A ANEF – Associação Nacional das Equipes de Fórmula – tem um processo de rodízio para a presidência a cada dois anos, com os proprietários das equipes se revezando como presidente. Para este início de temporada, seis equipes alinharam seus carros: a Cesário Fórmula (de Augusto Cesário); a Prop Car (de Darcio dos Santos); a Hitech (de Rodrigo Contin); a RR Racing (de Rogério Raucci); a Dragão Motorsports (de Luiz Alberto Trinci, o Dragão); e a Kemba Racing (de Leonardo de Souza).

 

Na etapa de abertura 13 pilotos alinharam para as duas baterias iniciais. 6 da Categoria A e 7 da Categoria Academy. Augusto Cesário tem uma estimativa de que existam algo em torno de 25 a 28 carros que podem ser homologados nas mãos de seus proprietários e este é um outro desafio da categoria: fazer com que estes carros possam voltar para os autódromos e possam ser ocupados por novos candidatos... brasileiros e estrangeiros. Darcio dos Santos recebeu a visita dos pais, do agente e de um jovem piloto argentino interessado em correr na categoria. Com este valor por temporada, é possível ser atrativo para pilotos de outros países, até mesmo distantes.

 

Se a categoria conseguir ter uma boa visibilidade, pode se tornar mais atrativo para patrocinadores. Na primeira rodada dupla a transmissão foi via internet. Para a segunda rodada dupla já é esperado ter o fechamento de transmissão de televisão com um bom horário, com divulgação na grade de programação.

 

 

O trabalho é grande e difícil, mas todos estão trabalhando duro para ser um sucesso e a categoria se levante, venha atingir um grau de desenvolvimento e seu objetivo seja atingido. Seria bom que os demais veículos de mídia, que tanto parecem torcer contra só para ter o que falar, mesmo seus jornalistas tendo o automobilismo como ganha pão, passassem a trabalhar a favor deste esforço conjunto de profissionais que dedicam sua vida ao automobilismo.

 

Da Redação


Last Updated ( Wednesday, 29 March 2017 12:43 )