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Bandeira verde no Brasil PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 19 March 2017 23:29

Olá leitores!

 

Em primeiro lugar, peço desculpas pela semana passada. A proibição médica de consumir cafeína e um remédio que provoca sonolência fizeram uma vítima, e não consegui entregar a coluna em tempo hábil. Agradeço ao editor Paulo Alencar por ter suprido a ausência de coluna à altura.

 

Mas vamos ao que interessa, carro na pista. E em se tratando de Brasil e de Curitiba, pista fria e depois molhada, muito molhada... nesse sábado começou a temporada 2017 da Porsche Império GT3 Cup (novo nome oficial do campeonato), com a primeira corrida sendo realizada com pista seca e tendo a vitória de Rodrigo Baptista, seguido pelo campeão de 2016 (e ex piloto da Nascar Truck Series) Miguel Paludo em 2º lugar e pelo pole position Lico Kaesemodel em terceiro. A segunda etapa largou debaixo de um temporal, os pilotos deram 2 voltas pela pista e a prova foi interrompida com bandeira vermelha, afinal mesmo com pneus de chuva não havia condições de acelerar com padrões mínimos de segurança, sendo a etapa adiada para ocorrer junto com a próxima corrida, no começo de maio, no autódromo de Interlagos.

 

Também em Curitiba aconteceu o começo da temporada 2017 da F-3 Brasil, também em regime de rodada dupla. Na primeira corrida, vitória sem maiores dificuldades e de ponta a ponta de Guilherme Samaia, que assumiu a dianteira logo na largada e não foi mais incomodado. Em 2º chegou Pedro Caland e em 3º Murilo Colleta, saído do kart e estreando pela poderosa equipe de Augusto Cesário. A segunda corrida teve a participação da chuva, e a vitória ficou com Murilo Colleta, que largou com pneus de chuva quando a pista estava ainda apenas levemente úmida, obtendo portanto uma vitória com base na estratégia acertada. Um bom sinal, eu diria, ainda mais levando em conta que o grid de largada para a segunda corrida possui a regra do grid invertido, fazendo com que o pessoal da F3 Academy (novo nome da antiga F3 Light, com carros mais antigos) largasse na frente. Acompanhando Murilo no pódio estavam Pedro Caland (segundo nas duas corridas, portanto) e o irmão de Murilo, Marcel Colleta, com um carro da F3 Academy (sendo, portanto, o vencedor da categoria).

 

No sábado também tivemos prova da Xfinity Series da NASCAR em Phoenix, um dos ovais curtos que eu mais gosto – e agora com uma arquibancada bem alta na Curva 1, ajudando os pilotos na hora do por do sol. Só falta terminar o projeto de mudar a largada/chegada para a saída da Curva 1 para melhorar consideravelmente a vida dos pilotos no final da tarde, horário ingrato pois o sol se põe exatamente de frente para o piloto que percorre a reta dos boxes... A vitória ficou com Justin Allgaier, encerrando um período de 80 corridas sem vencer (sua última vitória tinha acontecido em 2012, no circuito de Montreal...). Sua excelente relargada após a última das bandeiras amarelas da prova, a 4 voltas do final, contribuiu muito para coroar uma bela atuação durante as 200 voltas da corrida, bandeira essa causada por um excesso de confiança do estreante Cole Custer, que acabou jogando Austin Dillon no muro. Com a traseira do seu carro completamente amassada, Dillon esperou Custer passar por ele novamente e jogou seu carro sobre o de Custer, o prensando no muro. Claro que ambos foram chamados para uma conversinha no motor home da organização, e claro que a organização nada fez, afinal aqui é NASCAR, meus caros... se querem fair-play, não assistam (ou não corram...) na categoria. Lá é o lugar em que “aqui se faz, aqui se paga”... Cole assumiu o erro, e prometeu que ele não se repetirá. Devo novamente louvar essa decisão da NASCAR de dividir a prova em 3 segmentos, a dinâmica da corrida ficou muito, mas muito melhor mesmo Afinal, todo ponto ajuda para chegar na frente lá na prova de encerramento da temporada em Homestead.... Em segundo chegou Ryan Blaney, em terceiro Erik Jones, em 4º William Byron e fechando o Top 5 veio Elliot Sadler.

 

Já no domingo a pista de Phoenix mostrou que esse era o final de semana de fazer pilotos que não chegavam ao primeiro lugar há tempos relembrarem o sabor da vitória: quem recebeu a glória de ser o primeiro a levar a bandeirada final da corrida da Monster Energy Series foi Ryan Newman, que desta forma encerrou uma sequência de 127 corridas sem vencer (e a equipe dele, a Richard Childress, não vencia há 112 provas). Ele apostou em ser um dos 3 que permaneceram na pista durante a última bandeira amarela, causada pelo estouro do pneu dianteiro direito do Joey Logano, em uma acertada aposta do seu chefe de mecânicos Luke Lambert, e na prorrogação, mesmo com pneus gastos, conseguiu largar bem (foi ajudado pelo leve toque de Ricky Stenhouse Jr., de pneus novos, em Kyle Larson, seguramente) e se manter na liderança. Os dois pilotos atrás dele na disputa pela posição acabaram bloqueando a boa largada de Kyle Busch, que era dos pilotos mais rápidos entre os que trocaram pneus, retardando um pouco seu avanço. Atrás de Newman cruzaram a linha de chegada Kyle Larson em 2º, Kyle Busch em 3º, Stenhouse Jr. em 4º e Brad Keselowski em 5º. O grande perdedor da corrida foi Joey Logano, que teve um carro rápido a corrida inteira mas foi punido por excesso de velocidade nos boxes na última bandeira amarela antes do final do segundo segmento da corrida e a 5 voltas do final teve o pneu estourado, sendo forçado a abandonar a corrida, terminando em 31º na classificação final. É, o karma funciona, mesmo na NASCAR... lembra o que você fez com o Buschinho corrida passada, Logano? Pois é...

 

Sábado foi realizada uma das mais tradicionais corridas de longa duração que ainda existem, as 12 Horas de Sebring, uma verdadeira prova de resistência para carros e pilotos, haja vista a quantidade de irregularidades no piso do autódromo, localizado em um aeroporto desativado. O problema não é a superfície ser uma parte em asfalto e outra em concreto, mas o quanto os carros chacoalham ao passar pelas emendas entre um tipo de piso e outro... se o carro for muito frágil, quebra a suspensão rapidinho. Acredito até que utilizem peças com especificação diferente para essa corrida, tamanha a diferença para as outras pistas da temporada. Agora, se a pista é diferente das outras, os vencedores foram os mesmos da etapa passada, em Daytona: o protótipo Cadillac #10 pilotado por Jordan Taylor, Ricky Taylor e Alex Lynn, seguido pelo outro Cadillac #5 do trio lusófono Christian Fittipaldi, Filipe Albuquerque e João Barbosa, únicos a terminarem na mesma volta do vencedor. O pódio ficou completo com um terceiro “Caddy”, pilotado pelo trio de “C”s, Cameron, Conway e Curran. Como de costume nos últimos tempos, a sensação ficou por conta das categorias de GTs, a GTLM e a GTD. Especialmente a GTD, com 8 (sim, isso mesmo, OITO) marcas diferentes participando (pela ordem de chegada, Mercedes, Ferrari, Audi, Lamborghini, Porsche, Acura, Lexus e BMW), ao passo que a ultra competitiva GTLM tem 5 marcas (pela mesma ordem, Chevrolet, Ford, Ferrari, BMW e Porsche). Aliás, as disputas entre Ford e Ferrari na GTLM foram de encher os olhos, parecia que tínhamos voltado aos anos 60, quando as duas marcas se pegavam a tapa nas provas de longa duração... Na GTLM o vencedor foi o Corvette do trio Garcia/Magnussen/Rockenfeller, seguido pelo Ford GT de Muller/Hand/ Bourdais e pela Ferrari 488 de Vilander/Calado/Fisichella. Pela GTD o pódio foi ocupado pelo Mercedes AMG GT de Keating/Bleekemolen/Farmbacher (que triozinho com sobrenomes difíceis de escrever...), seguido pela Ferrari de Nielsen/Balzan/Cressoni e pelo Mercedes de Vautier/Habul/Said.

 

Também tivemos o início do Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck, no Velopark, em Nova Santa Rita (RS), infelizmente com o magro grid de 8 caminhões largando. Por um lado a boa surpresa de rever nas pistas a Cristina Rosito, que estava se dedicando ao campeonato de Supermoto, retornando a uma categoria de âmbito nacional com equipe própria e 2 caminhões, um para ela e outro para a piloto uruguaia Carolina Cánepa (que, assim como a própria Cristina, é de família com tradição nas pistas de corrida). Por outro, a tristeza de ver metade do grid (4 caminhões) praticamente sem patrocínio. Após 9 equipes deixarem a categoria, havia alguma incerteza a respeito do começo da temporada, mas felizmente a estreia ocorreu. A esperança é que para as próximas etapas mais equipes consigam terminar de montar seus caminhões e o campeonato volte a ser grande como um dia foi. Sei que a situação econômica ainda é muito difícil, sei que o setor de transportes é um dos que mais sofreu nos últimos anos, mas ainda acho que a “vitrine” de ter uma categoria transmitida ao vivo em rede aberta de TV não deve ser desconsiderada pelo empresário que deseje dar visibilidade à sua marca. Na pista, previsivelmente a disputa pela liderança ficou monopolizada pela dupla da Mercedes, Paulo Salustiano (que levou a melhor) e Wellington Cirino.

 

Na segunda parte da corrida foi com certo constrangimento que assistimos aos dois caminhões da Mercedes reduzirem o ritmo para não evidenciar o quão à frente das outras equipes eles estão... OK, é bom para a TV, mas acho desnecessário. Ou façam isso a corrida inteira, ou pisem fundo a corrida inteira. A diferença de desempenho da dupla entre a primeira parte da corrida e a segunda foi muito gritante. Respeito enormemente os dois pilotos, sou fã do Wellington Cirino, mas achei no mínimo estranho o que foi feito. Ao final da prova, o pódio foi formado por Salustiano em 1º, Cirino em 2º, o estreante Alan Chanoski em 3º, Cristina Rosito em 4º e o também estreante Witold Ramasauskas (outro nominho complicadinho de escrever...) em 5º. Próxima etapa em 09/04, na cidade uruguaia de Rivera, fronteira com o Brasil, e cuja pista tem uma curva muito interessante com 4 tomadas, parecida com aquela do autódromo da Turquia (uma das pouquíssimas pistas decentes que o Tilke fez). Pelo traçado que vi nas imagens de satélite, promete um belo espetáculo.

 

Para descontrair um pouco, o grande assunto da semana envolvendo a F-1 foi a nova pintura dos carros da Force India. Por conta do novo patrocinador, a empresa BWT, o carro aparecerá na pista em rosa e preto. Pessoalmente, como torcedor da Juventus de Turim, achei bastante interessante a pintura, por parecer muito com o uniforme #2 da equipe (lembrando que os donos da Juventus também são donos do La Gazzetta Dello Sport, impressa em papel rosa) e por melhorar consideravelmente o design do carro – aquela barbatana traseira quadrada pintada em prata estava horrorosa, agora está esteticamente aceitável. Evidentemente foi alvo de diversos comentários, alguns muito inteligentes e outros de puro mal gosto, mas faz parte.

 

Dona FIA divulgou o novo regulamento para largada parada com chuva... legal, mas poderiam abolir de vez o Safety Car, não é? Pessoalmente, não achei que as medidas divulgadas podem melhorar significativamente o espetáculo. E estou gostando das atitudes dos novos donos da F-1, o tal grupo Liberty Media já cornetou o tal GP da Europa em um país asiático, ou seja, Azerbaijão. Aliás, com carros mais largos aquela Curva do Castelo promete ser um negócio...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini