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A Fórmula E é o futuro PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 23 February 2017 02:09

Caros Amigos, passados três meses entre a segunda etapa, ocorrida em novembro do ano passado em Marrakesh, e a terceira, realizada no último final de semana em Buenos Aires, a Fórmula E volta a ocupar espaço nas telas dos canais por assinatura e a fazer parte dos assuntos que geram discussões interessantemente antagônicas no meio esportivo.

 

Particularmente eu gosto da categoria, mesmo sem roncos ou verdadeiros silvos como tinham os motores V12 da Ferrari, a categoria não apenas tem uma abordagem que vem agradando em cheio por onde passa como seu promotor tem hoje nas mãos uma lista de cidades interessadas em realizar uma etapa do seu campeonato... existe até ideias, opções aqui para o Brasil. Só falta combinar com os “senhores da política”.

 

Logo que a categoria foi lançada, o piloto e projetista de kartódromos e que já trabalhou no escritório do Herman Tilke, Lucas di Grassi, chegou a fazer uma pista para uma corrida na cidade do Rio de Janeiro, um local de interesse do promotor da categoria. Lamentavelmente – e algo que não me surpreendeu – o então prefeito da cidade, Eduardo Paes, que inicialmente festejou a ideia de ter uma prova da categoria no Aterro do Flamengo, bancou o desentendido e as negociações não tiveram prosseguimento.

 

Mais recentemente, Alejandro Agag, promotor da categoria, manifestou interesse novamente em ter o Brasil como sede de uma das corridas da categoria e São Paulo passou a “ser uma das possibilidades”. Mais uma vez, Lucas di Grassi, mostrando que leva mesmo jeito pra coisa, desenhou uma opção de pista dentro do parque do Ibirapuera, que seria um cenário e tanto para a prova. Vamos ver se desta vez a coisa sai do campo das ideias e parte para a realidade.

 

Eu acompanho com particular interesse a Fórmula E por ver nela o futuro, o que vai ser o automobilismo daqui há algumas décadas. Talvez alguns – ou vários – dos meus estimados leitores vejam um exagero da minha parte ao escrever isso, mas eu convido-os a uma reflexão diante do que vem acontecendo na indústria automotiva nos últimos 10 anos, pelo menos.

 

Todas as grandes montadoras de veículos tem investido pesadamente na busca de formas de locomoção com o uso de formas alternativas de energia. Os carros com sistemas híbridos já são uma realidade há algum tempo e a diferença de preço entre estes modelos e os modelos de uso com motores de combustão interna tem diminuído ano após ano, cujo os projetos de desenvolvimento e investimento, em dado momento, passarão a ser menores do que nos sistemas com energia alternativa.

 

Na categoria em si, já temos diversas montadoras envolvidas diretamente com seus projetos, como a Renault, a Jaguar, a Audi e outras gigantes do setor já estão se movimentando para passar a fazer parte da categoria, como é o caso da Mercedes e da BMW. Na verdade, a Europa parece ter “largado na frente” em termos de uso e exposição para fazer da categoria seu grande veículo de marketing.

 

Talvez os mais antigos lembrem, mas este sempre foi o caminho buscado por grandes montadoras para alavancar suas vendas: o uso do esporte de competição. E isso nós vimos aqui no Brasil nos anos 60/70, especialmente, quando as montadoras passaram a fazer de Interlagos sua grande vitrine e as revistas esportivas tinham mais de 40 páginas sobre esporte a motor.

 

A Fórmula E tem evoluído ano a ano. Já há um novo projeto de carro, com um visual bastante agressivo e revolucionário. Em poucos anos as baterias terão autonomia para fazer a corrida inteira sem que haja troca de carros e a popularização, com as corridas ocorrendo dentro das cidades é uma aposta que seu promotor está fazendo e não apenas fazendo, como mostrando como se faz. Este ano teremos um final de semana de corrida em Nova York, algo que nem o poderoso (ou ex-poderoso se preferirem) Bernie Ecclestone conseguiu.

 

Os que estiverem vivos daqui há 30 ou 40 anos talvez se lembrem, com saudosismo, dos tempos dos carros de corrida com motores de combustão interna. O futuro já chegou e atende por Fórmula E.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva