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Written by Administrator   
Tuesday, 31 January 2017 23:31

Estes últimos meses tem se mostrado demasiadamente conturbados no âmbito do automobilismo nacional. Não bastasse a situação de incertezas econômicas que o país atravessa – algo que atinge diretamente o esporte a motor como um todo – questões de ordem política tem aumentado o tamanho do problema de escassez de recursos para fomento e sustento do esporte.

 

No final da temporada da VICAR, a Fórmula 3 acabou “excluída” do programa de eventos do maior empresa promotora do esporte a motor nacional (leia matéria aqui) e agora a categoria, escorada pelos proprietários de equipe, tenta encontrar um caminho alternativo e realizar a temporada de 2017.

 

Todas as categorias vem passando por dificuldades há algum tempo, mas nenhuma como a Fórmula Truck, que enfrenta problemas de toda ordem (externos e internos) por conta não apenas de questões financeiras, mas também de assuntos administrativos, conturbando um ambiente que era visto há alguns anos como um meio “menos selvagem” para se trabalhar.

 

Temos uma extensa e confiável rede de contatos por todo o país e as informações que recebemos sobre a categoria não tem sido animadoras. Não pagamentos de taxas de autódromos, de alguns fornecedores e somado a tudo isso a incerteza da definição política da eleição para a presidência da CBA acabaram sendo fatores para que, entre outras coisas, houvesse uma demora na divulgação do calendário de corridas da categoria para 2017.

 

O calendário foi divulgado na semana passada, com as interessantes voltas à Caruaru, à Argentina e uma inédita corrida em Rivera, no Uruguai, dando um caráter ainda mais interessante de real internacionalização da categoria, um sonho da administração que anos atrás cogitou até mesmo ir ao México e posteriormente aos Estados Unidos.

 

Acontece que em todo esporte, em todo lugar, em tudo na vida há uma ordem... e esta ordem, queiramos ou não, gostemos ou não, é responsabilidade da Confederação Brasileira de Automobilismo. Um órgão independente e soberano e que, recentemente, passou por um processo democrático de escolha de seus dirigentes para o próximo quadriênio, seguindo um estatuto votado e aprovado pelas Federações estaduais que compõem esta Confederação.

 

A CBA é um órgão regulamentador, fomentador, não promotor, assim como é a FIA – Federação Internacional de Automobilismo – que exerce este papel em âmbito mundial. Nem a FIA e nem a CBA tem como finalidade ou objetivo exercer o papel de promotora de categorias, mas sim de fazer com que os se proponham a fazê-lo, os façam dentro de regras internacionais e nacionais.

 

Como todo órgão administrativo, além das suas responsabilidades de gerenciamento, é preciso haver um controle e um meio de autosustento para a estrutura funcionar. Este meio é provido através do pagamento de taxas que categorias homologadas, equipes, pilotos pagam para poder participar das competições regulamentadas por ela. Recentemente, foi matéria em alguns sites pelo mundo de que a equipe Mercedes pagará 5 milhões de Euros para alinhar seus carros na temporada de 2017 da Fórmula 1. A categoria, além das equipes, paga outros 100 milhões! A F1 é só um exemplo. Quanto não pagarão os mundiais de Rally, Endurance, Carros de Turismo, Rallycross...

 

Nos órgãos nacionais é a mesma coisa. A VICAR paga para por a Stock Car na pista. Não só a Stock, mas os Brasileiros de Marcas e Turismo. A Mercedes deve bancar a parte do Mercedes Challenge, certamente. O mesmo se aplica à Porsche, à Sprint Race e a Fórmula Truck. Todos tem que pagar uma taxa anual para a CBA, taxa que varia entre 30 e 50 mil reais para cada categoria... por prova!

 

Estes “contratos de homologação” das categorias são renovados periodicamente e o pagamento deste garante os trâmites legais para o acontecimento da temporada e a supervisão técnica, jurídica e desportiva que são de responsabilidade da Confederação Brasileira de Automobilismo.

 

O imbróglio que levou a CBA a publicar em seu site e enviar um comunicado a todas os veículos de mídia lá cadastrados passa pela não renovação deste “contrato de homologação” por parte da administração da Fórmula Truck para a realização do seu campeonato. Ainda segundo fonte interna da CBA, o calendário apresentado pela categoria não havia sido enviado e aprovado pelo órgão, procedimento protocolar e obrigatório.

 

O comunicado que foi divulgado no último dia 30 de janeiro incorre em dois erros primários. Primeiro por ser o nome “Fórmula Truck” uma marca registrada no INPI. Sendo assim, caso um promotor apareça com a proposta para realizar um campeonato de corridas com caminhões, vai poder chamá-lo de qualquer coisa, menos de “Fórmula Truck”. Segundo por suas características peculiares, onde o “know-how” para a montagem de todos os itens de segurança não se dariam em poucos meses a fim de ter um certame viável e com um grid considerável ainda este ano.

 

Como coloquei no início deste editorial, o país vive um momento de dificuldades na economia e tudo o que não é preciso neste momento delicado que tanto afeta o automobilismo é não haver um canal de comunicação aberto e franco entre todas as partes para que se possa fazer o automobilismo acontecer. A ordem do momento é termos bom senso e não piorar o que já não está fácil... e este é um pedido à todas as partes envolvidas.

 

Flavio Pinheiro

Coord. de Projetos e RP


Last Updated ( Wednesday, 01 February 2017 09:07 )