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Retrospectiva Nacional parte II e as previsões de Pai Alex! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 01 January 2017 23:22

Olá leitores!

 

Espero que todos tenham tido uma excelente passagem de ano, e que venha um 2017 de muitas boas surpresas para todos nós. Já me contento em ser melhor que 2016, o que ao menos para os brasileiros não precisa muita coisa para alcançar...

 

Vamos à Retrospectiva Nacional parte II (gostei desse negócio de fragmentar a retrospectiva, acho que vou adotar permanentemente), onde daremos os parabéns aos bravos guerreiros que correm em categorias que não possuem os (poucos) holofotes nacionais voltados para elas. No Brasileiro de Turismo, aquela categoria que um dia foi a Stock Light e que hoje em dia – por falta de interesse das fábricas – corre com uma carroceria descaracterizada do que antigamente parecia um Astra hatch, o campeão foi o competente Márcio Campos, que conquistou seu segundo título. Pena que a visibilidade da categoria tende a zero, culpa de um cronograma que às vezes os põem para largar antes das 9 horas da manhã. Depois tem gente que diz que “o empresário não investe na categoria”... como, quem vai assistir corrida essa hora da madrugada de domingo?? Não, não dá. Torçamos para dias melhores e calendários um pouco mais inteligentes. Já no Brasileiro de Marcas, aquela categoria com regulamento hermanito ao invés de FIA (copiaram da TC2000 a ideia da suspensão traseira padronizada e do motor único para todos os carros), um campeão com pedigree: Nonô Figueiredo, que tantos bons duelos protagonizou em seus anos de Stock Car, aos 45 anos voltou a ser campeão, provando que a experiência de um piloto pode ser um diferencial em categorias com regulamento que nivela artificialmente os carros que dele participam. A boa notícia é que a categoria deve ser transmitida ao vivo por um canal de esportes que já investe em esportes “diferentes” do tradicional futebol de origem bretã. Vamos ver se ajuda a popularizar a categoria, que é interessante apesar do regulamento com o qual, definitivamente, não concordo.

 

Agora, o momento mais esperado da coluna: a visita ao Pai Alex para que ele nos ilumine com suas visões a respeito do futuro. Confesso que esse ano foi complicado: eu tinha a consulta marcada para dia 30/12 no final da tarde, mas na manhã do dia 29/12 ele me enviou uma mensagem informando que teria que ser naquela noite mesmo, que eu era o único cliente do dia 30, e que tinha sobrado uma vaga pois uma pessoa que iria se consultar com ele faleceu, e o horário das 22h estava livre. Tentei argumentar que, na minha condição de proletário assalariado, teria que trabalhar cedo no dia seguinte, mas ele foi inflexível. OK, vamos lá... Cheguei e já entreguei o pagamento etílico habitual, sentei-me à mesa e coloquei o gravador sobre ela. Pai Alex pegou o gravador, colocou sobre uma lata de pêssego em calda e começou a falar enquanto servia duas doses de bebida e espalhava as cartas de tarô. Antes que eu perguntasse qualquer coisa, virou uma carta – a do enforcado – e disse “A coisa não está boa para o automobilismo nacional... muito sofrimento, principalmente para aqueles que dependem da mais antiga pista para sobreviver, nem quero continuar nesse assunto...”. Perguntei das categorias em geral, e ele disse que ainda vai ser um ano de aperto, de sofrimento, mas que no final do ano deve ter alguma folga no cinto, um ou dois buracos mais frouxo. Entendi como uma visão otimista, depois da primeira previsão. Disse que aqueles que estão com dificuldade, na pior hipótese, devem permanecer como está, sem piorar ainda mais (acho que foi a previsão da Truck) e quem está vendo luz no fim do túnel vai chegar até ela (essa, provavelmente, a Stock Car). E as outras, Pai Alex? “Ah, quem não tem grande destaque vai continuar assim, aqui no Brasil só aparece na TV ou no jornal se for futebol, qualquer outro esporte fica restrito a poucos sites que dão qualquer destaque, assim é difícil qualquer categoria crescer. Muito difícil ser piloto no Brasil”. Então tá...

 

Nesse momento ele trocou as cartas pelos búzios e disse que era hora de falar lá de fora, onde automobilismo existe de verdade (notei uma certa irritação dele na hora...). Jogou as contas, uma, duas, três, quatro vezes, e começou a falar, lubrificando regularmente a garganta com o bourbon que ele pediu como parte do pagamento. Disse que na Fórmula 1 a campeã tem que “colocar suas barbas de molho, pois com essa mudança de regulamentos pode não ter a supremacia que teve nos últimos anos, e os touros vermelhos devem vir com raiva, junto com os cavalos italianos, se pararem de dar coices e correrem de verdade”. E as outras? “Vão continuar servindo de figurantes... não é fácil subir nesse mundo, e se manter em crescimento durante a temporada é mais difícil ainda. Veja só os americanos (a Haas), começaram bem e terminaram no fundo... aqueles japoneses, parece que desaprenderam como faz motor (deve ser a Honda), agora com novo regulamento pode ser que acertem a mão, conforme jogo os búzios dizem que sim, ou dizem que não. A coisa não está clara ainda, mas eu diria que no começo do ano não. Mais pro final do ano devem estar mais perto da frente”. E o Brasil nisso tudo? “Xiiii, vai depender de muita coisa fora pista. Eu diria que só fica o que era para ter ido e não foi (Massa, de volta na Williams), o menino (Nasr) vai ter que correr de outra coisa, ou tentar ser piloto de teste, que agora só pilota simulador na fábrica...” disse, apoiando o cotovelo na mesa e a cabeça na mão. E tomou um grande gole, reabastecendo o copo em seguida.

 

E nos EUA, Pai Alex? “Ah, aquele que ganhou sete vezes (Jimmie Johnson) vai andar bem, mas os outros pilotos não vão deixar ele ganhar oito, um ano com muitos acidentes, não vai terminar em boa posição muitas vezes não. Muita energia negativa vinda dos fãs do morto (Dale Sr.), isso estraga a corrida de qualquer um”. Perguntei da Indy, e ele disse que “as taturanas velozes vão ter um ano bom, mudanças de pilotos nas equipes dão bons resultados, e vão estar mais motivados para passar raspando no muro. Na segunda metade da temporada pode ser que o bicudo (Tony Kanaan) e o grisalho (Hélio Castroneves) vençam alguma coisa, mas só quando já não tiverem chance de título”. Sério, Pai Alex? “Sim, é triste mas é assim”. E mais não disse.

 

E o WRC, o WTCC, WEC, como vai ser? “No pessoal da maratona (WEC) o ponche, digo, Porsche vai continuar na frente, tem muita experiência nisso. Nas outras duas está tudo nebuloso, mas eu diria que tem mais chance do campeão ser de marca francesa, olhe só, joguei os búzios e esses aqui ficaram alinhados como baguete, pode escrever”. Hummm, acho que eu sei o que está nebuloso... e os elétricos, Pai Alex? “As furadeiras com rodas e motor? Espera, para esse tenho que ver nas cartas... ah, nada vai mudar, o atual campeão vai ser campeão de novo, ele deve ser bom de serviços domésticos, usa bem a furadeira, a esposa deve estar feliz...” Depois dessa, achei melhor agradecer o atendimento, me despedir e deixar a consulta, antes que ele começasse a chorar de tão bêbado.

 

Apenas para encerrar, esse domingo dia primeiro de janeiro começou mais uma edição do Dakar, e a edição 2017 largou no Paraguai. Logo nos primeiros dias devem passar por trechos que no passado foram usados no duríssimo Rali Transchaco, que nosso colega colunista especialista na terra Tokarski poderá comentar com muito mais propriedade do que eu. Pelo jeito, logo no começo do rali já resolveram “apresentar o cartão de visitas”, e não me espantaria se ao final da edição 2017 fosse eleito a mais difícil das provas já disputadas desde que saiu do continente africano.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini