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A retrospectiva nacional PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 25 December 2016 23:27

Olá leitores!

 

Naquele clima de empanturramento após o pequeno e comedido jantar de espera de Santa (Claus, claro) e o frugal almoço de Natal, é hora de continuarmos no clima das retrospectivas. E já começo pedindo desculpas pela retrospectiva internacional simplesmente ter saído sem falar da NASCAR... justamente a NASCAR, onde o fã teve a oportunidade de ver a história sendo escrita. Sim, da mesma maneira que na F-1 nas últimas décadas tivemos a oportunidade de ver a história sendo escrita duas vezes (uma quando Alain Prost destroçou o recorde de 27 vitórias de Stewart e posteriormente quando Michael Schumacher se dedicou a destruir todos os recordes de desempenho que estavam ao alcance dele), esse ano o fã norte americano teve a oportunidade de ver a história sendo escrita com o fenomenal 7º (sim, SÉTIMO) título de Jimmie Johnson, que além de igualar a marca das lendas Richard Petty e Dale Earnhardt ainda foi o piloto que menos tempo levou para alcançar esses 7 títulos. A última prova da temporada foi uma das mais belas corridas da NASCAR que tive o prazer de assistir, e tenho certeza que o entusiasta da categoria se lembrará no futuro dessa corrida. Evidentemente “haters gonna hate”, e tivemos o duvidoso privilégio de ver os fãs mais hardcore do finado Dale Sr. esbravejando na internet que o JJ “não era digno” de se espelhar ao “intimidator”... fica apenas a nota de repúdio a esse tipo de comportamento, mais adequado ao torcedor de futebol do que ao automobilismo.

 

E eu me estendi tanto com a retrospectiva da F-1 que também deixei de fora a MotoGP, onde Marc Márquez ficou bravinho em ter sido chamado de chihuahua (com o tamanho dele, no máximo poodle toy) do Lorenzo pelo que fez no final do campeonato de 2015 e dominou a temporada do jeito que quis, conquistando o título com merecida antecipação, já que de longe foi o piloto que melhor desempenhou esse ano. Outros destaques foram as vitórias das equipes privadas pelas mãos de Jack Miller da Marc VDS (que foi monumental na chuva de Assen) e Cal Crutchlow, que carimbou o topo do pódio na chuva e no seco, mostrando estar em grande fase. Infelizmente essa grande fase não foi suficiente para um contrato com uma equipe ao menos semi-oficial...

 

Correção efetuada, vamos ao automobilismo nacional. Começando com o que deveria ser o celeiro de pilotos brasileiros, a categoria que deveria preparar nossos talentos para as disputas na Europa e Estados Unidos, a Fórmula 3. Não tenho dúvidas que o título ficou em boas mãos com Matheus Iorio, mas... desculpem, não consigo ver com bons olhos uma categoria com menos de 10 carros no grid. Se fosse uma categoria iniciante, ainda vá lá, mas uma com a tradição da Fórmula 3... não, não dá. Que Matheus Iorio vá para o exterior em 2017, vá mostrar o que sabe fazer, pois a vida de quem quer ser piloto de monoposto no Brasil é inglória. O fato da F-3 ter a sua Mercedes, que é a (competentíssima) equipe Cesário Fórmula, não ajuda a atrair mais pilotos para ela, assim como os altos custos para um país em crise como o Brasil.

 

E por falar em crise, quase que ela engoliu a Fórmula Truck... Isso não apagou o brilho do campeonato conquistado pelo Felipe Giaffone, mas deixou uma pulga na orelha a respeito do futuro financeiro do campeonato. Não é segredo para ninguém que o setor de transportes de carga é o que mais está sofrendo com a crise econômica brasileira, as fábricas de caminhões estão com menos verba para investir em qualquer coisa que não seja sua própria sobrevivência, e as transportadoras e outros patrocinadores ligados ao setor então estão lutando com força para não fechar as portas. Além disso, tivemos entreveros extra pista que não influíram no espetáculo, mas contribuíram para piorar o clima psicológico na pista... Sei que a categoria é grande e pode superar esse difícil ano de 2016, mas seria interessante ter um administrador profissional gerindo a parte financeira/administrativa (como o Carlos Brunoro foi para o Palmeiras na época que era patrocinado pela Parmalat), e os descendentes do saudoso Aurélio Batista Félix mantendo sua parte de RP da categoria, coisa que fazem com maestria. De minha parte, desejo o melhor para todos os envolvidos na categoria. E tivemos também a aposentadoria de uma dos grandes nomes da categoria, Pedro Muffato, que finalmente ouviu os apelos da esposa para ficar mais um pouco de tempo em casa... vamos ver quanto tempo ele efetivamente ficara...

 

A Stock Car foi outra categoria que sofreu com a crise, mas soube relevar tudo isso na pista, com uma eletrizante disputa nas etapas finais entre a experiência (Rubens Barrichello) e a juventude (Felipe Fraga), com vitória desse último numa última etapa proibida para cardíacos. No geral, as etapas foram mais disputadas que nos dois últimos anos, o que certamente foi um aspecto positivo para o público que se dispôs a ir para o autódromo assistir uma corrida às 10 h da manhã (nas etapas transmitidas ao vivo pela TV aberta, afinal a RGT acha que a corrida tem que ser na primeira metade do Esporte Espetacular, não no final dele...). Outra ideia muito boa foi aquela adotada para as duas etapas de São Paulo (não sei se foi adotada em outras cidades onde a categoria correu), ingressos bancados por um patrocinador que vinham junto com uma revista de automóveis de grande circulação. Eu fui ver a Corrida do Milhão com um ingresso desses, e na última etapa um amigo esteve na arquibancada também com esse ingresso. As filas na porta do autódromo de Interlagos estavam grandes, afianço-lhes.

 

Por fim, demorou, mas aconteceu: a primeira prova da Fórmula Inter, categoria escola desenvolvida como laboratório para pegar o jovem que sai do kart e ensinar a técnica de pilotagem e acerto de um monoposto antes dele se aventurar na F-3 Brasil ou na F-4 Sul Americana (caminho trilhado pela Bruna Tomaselli, por exemplo), com chassis construído pelo Minelli, outra lenda do automobilismo brasileiro. A estréia foi dia 18/12, em Interlagos, com vitória do Gustavo Coelho. A todos os envolvidos no projeto e todos os pilotos, meus melhores votos de sucesso.

 

E assim terminamos 2016. Como minha próxima coluna agora só ano que vem, desejo-lhes uma ótima passagem de ano, e que 2017 seja melhor que 2016 (não que precise muito para isso, mas...). Não custa repetir a mensagem, se forem beber não dirijam, se forem dirigir não bebam, e se forem beber e não forem dirigir aceito convites.

 

Até a próxima!!

 

Alexandre Bianchini