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Written by Administrator   
Thursday, 27 October 2016 06:29

Caros Amigos, Sempre que tenho oportunidade, entro no arquivo digitalizado da Revista Quatro Rodas para poder “viajar no tempo” para uma época em que tanto ela quanto a Autoesporte traziam dezenas de páginas sobre o automobilismo e o motociclismo, tanto internacional, com a Fórmula 1 e algumas corridas importantes em outras categorias, mas principalmente sobre as corridas no Brasil.

 

Alguns dias atrás, o Primeiro Vice-Presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (são três vices), Milton Sperafico, declarou que “diminuiu muito o número de jornalistas especializado em automobilismo nos últimos 20 anos. Precisamos atrair mais profissionais que se dedicam exclusivamente ao automobilismo. Só atraindo uma nova geração, conseguiremos mais espaço nos órgãos de comunicação. Precisamos de maior cobertura no dia a dia do esporte motor em todas as competições de diversas categorias” ao jornal paranaense, “Gazeta do Povo”.

 

Ele, que é candidato à presidência da entidade no pleito que acontecerá no dia 20 janeiro de 2017 poderia ter aproveitado o microfone do jornalista para falar sobre como seria possível abrirmos espaço nas mídias onde o automobilismo deixou de ser abordado e noticiado. Sua preocupação – é claro – é bastante válida, mas é preciso que haja um trabalho em conjunto dos dirigentes e dos “sobreviventes” que ainda falam de automobilismo, praticamente todos concentrados na mídia eletrônica, para se tentar buscar recuperar ao menos parte do espaço perdido nas televisões, rádios, jornais e revistas.

 

Não adianta, por exemplo, espernear porque o canal de TV aberta não está transmitindo as corridas da Fórmula 1 nos Estados Unidos e no México, deixando para o seu canal por assinatura esta função. O Brasil “é o país do futebol” e os diretores da emissora jamais deixariam de transmitir um Flamengo x Corinthians para passar a corrida em Austin... nem que o “imaculado” Ayrton Senna ainda estivesse vivo e correndo pela equipe Mercedes e disputando o título.

 

Neste final de semana passado, fiz um mapeamento pelos canais de esportes por assinatura para ver o que tem sido transmitido de futebol aqui para o Brasil. Nas quatro emissoras – que juntas possuem 12 canais, além dos pay-per-view, mas sem incluí-los – vi que é possível acompanhar os campeonatos da série A de Portugal, Espanha, Holanda, Inglaterra, Itália, Alemanha, França, Russia, China, Argentina, Colômbia e Estados Unidos. Também é possível se ver jogos da série B da Itália e Inglaterra, além dos campeonatos das séries A, B e C locais.

 

É preciso se fazer um trabalho de bastidores, por parte daqueles que estão ligados de alguma forma à estes veículos, para que seja possível abrir espaços dentro destas agendas e se consiga transmitir eventos de automobilismo que sejam capazes de despertar interesse do público, fomentar o esporte e principalmente expor os patrocinadores de pilotos e equipes para que estes tenham retorno e mais interessados possam surgir no seguimento automobilismo.

 

Recentemente tivemos duas iniciativas que há muito não se via na televisão brasileira, mesmo que ainda em TV por assinatura, quando foram transmitidas ao vivo as baterias finais da Copa Brasil de Kart, realizada na cidade de Cascavel-PR. O último evento de kart do qual me lembro na televisão foi o extinto “Desafio das Estrelas”, que não era uma competição, mas uma festa entre amigos. O outro foi a trigésima edição da corrida “Cascavel de Ouro”, que teve início nas ruas da cidade paranaense ainda nos anos 60 e que, depois passou ao autódromo, tendo sido descontinuada em alguns anos. Uma corrida de quatro horas de duração, também transmitida ao vivo.

 

Este trabalho dentro das emissoras de televisão, rádios, jornais e revistas precisa ser feito e levado com inteligência. Talvez seja difícil – até mesmo impossível – recuperarmos o espaço existente dos anos 60 e 70, mas só em conseguirmos ter nas segundas-feiras meia ou uma página de um caderno de esportes, cinco ou dez páginas de uma revista mensal e alguns programas semanais nas rádios pelo país iria ajudar muito.

 

Vai também ser necessário uma ação dos dirigentes e promotores de eventos, com atitudes concretas para viabilizar e fortalecer o automobilismo. A começar pela base: o kartismo precisa ter custos realistas. Os campeonatos regionais de todo Brasil precisam seguir um regulamento único e racionalmente feito de maneira que seja possível para todos os pilotos em todos os estados conseguir cumpri-lo. As categorias nacionais precisam atrair – efetivamente – a participação das montadoras para que as equipes possam respirar e se instale um real profissionalismo. É preciso que haja uma categoria de base com monopostos a custos viáveis e onde o talento do piloto se sobressaia à disponibilidade de equipamento.

 

Sem cumplicidade, parceria e seriedade, nada irá acontecer. Uma mão lava a outra!

 

Um abraço e até a próxima!

 

Fernando Paiva