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Pouca, mas boa atividade! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 14 August 2016 23:15

Olá leitores!

 

O auge das férias de verão no Hemisfério Norte está reduzindo o número das corridas, esse final de semana tivemos apenas duas, mas ambas muito interessantes. A redução é explicável, afinal todo mundo tem direito a alguns dias de férias, principalmente aquele pessoal que trabalha tão duro como os mecânicos. Vai daí que algumas categorias estão em férias (F-1, por exemplo) e outras estão voltando (esse final de semana foi a volta das férias da MotoGP), então a quantidade é pouca, mas a qualidade felizmente se mantém nas alturas.

 

Sábado tivemos a corrida de Mid-Ohio da XFinity Series, com a participação especial de Nelsinho Piquet de volta à categoria e uma presença que sempre amedronta o piloto norte-americano médio: a chuva. Sim, Mid-Ohio já é uma pista travada, razoavelmente estreita, e ainda choveu. Claro que o pessoal se enrolou todo com essa combinação, estão acostumados a tempo seco e curvas apenas para a esquerda – e infelizmente essa falta de costume acabou com a corrida do Nelsinho, que não teve a menor chance de se desviar de um dos pilotos que rodou na sua frente em uma das relargadas, amassou bem a frente do seu carro e teve de abandonar quando estava bem posicionado na classificação da corrida. O azar todo que Piquet Jr. teve sobrou para Sam Hornish Jr. Ele rodou, ele saiu da pista, e mesmo assim soube aproveitar bem as bandeiras amarelas e as relargadas para chegar em um ótimo segundo lugar. Quase injusto... A vitória ficou nas mãos de Justin Marks, uma vitória merecida, já que liderou mais de metade das voltas (43 de um total de 75) de uma prova que teve 8 bandeiras amarelas, um pouco alto para um circuito misto com boas áreas de escape. Em 3º chegou Ryan Blaney (melhor entre os pilotos da categoria principal que lá estiveram), em 4º veio Ty Dillon e fechando o Top-5 Justin Allgaier.

 

Entre os pilotos da Sprint Cup que não participaram da prova, o destaque fica para Austin Dillon, que resolveu virar um cidadão respeitável e pediu a namorada (uma ex cheerleader da NFL) em casamento durante as férias nas Bahamas. De acordo com os trâmites dos tempos atuais, tudo devidamente registrado nas redes sociais. Os parabéns ou os pêsames ficam por conta de cada um...

 

Antes de comentar a ótima corrida da MotoGP, deixe-me perguntar, caro leitor: se você fosse um pós-adolescente tentando sua carreira no motociclismo, e você caísse no radar de uma lenda das pistas na atualidade, que o chamasse para competir na equipe que ele montou na Moto3, o quê você faria?? O lógico seria agarrar essa oportunidade com unhas e dentes, fazer tudo o que lhe fosse ensinado, e procurar se focar ao máximo para aproveitar essa chance de aprendizado e de mostrar seu serviço da melhor forma possível. Certo???

 

Pois é, teve um elemento chamado Romano Fenatti, piloto da equipe VR46 (preciso escrever de quem é a equipe? Acho que não, né?), ocupante da 3ª posição no campeonato da categoria, que foi punido pela equipe e não largou nesse domingo, por “infringir regras disciplinares da equipe” pela 3ª vez esse ano. Cáspita, você está na luta pela liderança do campeonato, numa equipe que dá um bom suporte ao piloto, com possibilidade de subir para a Moto2 no próximo ano, e não consegue se comportar? Não foi dito exatamente o que o matusquela aprontou, mas me parece lógico que se você quer ser um piloto profissional precisa se comportar como tal. Os tempos de James Hunt e Barry Sheene foram muito legais, mas isso foi nos anos 70, hoje em dia se exige desde cedo dos pilotos um comportamento profissional, afinal você é o representante do patrocinador que está investindo dinheiro na equipe para que você leve a marca dele para os fãs da categoria. Isso não é pouca coisa... bom, definitivamente os outros dois pilotos que estavam à frente dele (Brad Binder a Jorge Navarro) agradecem pela concorrência a menos na luta pelo título. Burro, muito burro esse Fenatti.

 

Voltando ao que interessa, a pista de Red Bull Ring (chamado em uma encarnação anterior de Österreichring...) presenciou a quebra do jejum de vitórias da Ducati, que não vencia há 6 anos na categoria, primeira vitória após a Era Casey Stoner (talvez o piloto que melhor se adaptou ao estilo de pilotagem imposto pela moto italiana), e logo com uma dobradinha. Andrea Iannone venceu, seguido de perto pelo companheiro de equipe Andrea Dovizioso. Curiosamente, o piloto que quebrou o jejum é justamente aquele que já sabe que não permanecerá na equipe ano que vem... de qualquer modo, o medo de muitos que os dois se enroscassem em disputa de posição era justificável pelo histórico de ambos, principalmente Iannone, que é rapidíssimo mas não é conhecido por ser paciente ou cerebral. Dessa vez deu tudo certo para ele, até a escolha de pneus, já que foi o único que largou com pneu macio na frente e médio na traseira (os outros escolheram médio na frente e duro na traseira) e a aposta dele deu certo, os pneus resistiram e ele conseguiu ser o mais rápido. Bem que as Yamaha de Lorenzo (3º na bandeirada) e Rossi (4º) tentaram deixar as Ducati para trás, mas os trechos de subida da pista mostraram quem é que tinha mais cavalaria para despejar na roda traseira, e já por volta do meio da corrida eles não conseguiam mais acompanhar as “Ducas”. Márquez até tentou se engraçar com as Yamaha, mas era nítida a luta dele para fazer as curvas... a Honda do líder do campeonato não estava conseguindo se encontrar na combinação de retões e curvas fechadas do circuito austríaco (lotado, 95 mil espectadores), mas ele conseguiu ainda um honroso 5º lugar, que não foi ruim pensando que os rivais diretos (Lorenzo e Rossi) estiveram pouco a frente dele na pontuação da etapa. E o Troféu Ferradura de Ouro vai para Hector Barberá, que queimou a largada, não cumpriu corretamente o ride-through, foi chamado novamente, não obedeceu e portanto recebeu a bandeira preta de desclassificação. Dureza...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini