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Reflexões de férias! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 08 August 2016 23:31

Neste mês de agosto, muitas categorias do automobilismo entraram de férias. Algumas delas ainda aproveitaram os jogos olímpicos, como a Fórmula Indy, com seu insano calendário de corridas sucessivas para fugir da concorrência de outros esportes locais, com uma parada nada convencional de três semanas.

 

Uma parada como essa dá pra gente parar pra fazer uma retrospectiva do que foi essa primeira parte dos campeonatos e distribuir umas patadas nesse pessoal que manda no esporte a motor e parece que não sebe ganhar dinheiro e se mete a fazer cagada, como também a pilotada de uma forma geral, que parece estar no jardim da infância (choram por tudo, não sabem ler e vivem fazendo o que não devem).

 

Vamos começar pela cartolada mais perdida e sem noção que a gente já viu: numa queda de braço ridícula, onde quem mais está perdendo é o público, com corridas cada vez mais chatas e previsíveis, com a FIA (presidida pelo Baixinho Narigudo) e a FOM (do Bom Velhinho) mantendo uma hipócrita relação de co-gestão da categoria com as equipes que só defendem seus interesses, as trapalhadas e incoerências se sucedem.

 

Depois de conseguir um meio de enfraquecer Bernie Ecclestone com o Grupo de estratégia, Todt sofreu um grande revés.

 

Não existe nada mais ridículo do que a definição de “limites da pista”. Se o limite não for onde acaba o asfalto, vai ser aonde? O problema é que para o bando de pilotos de videogame que temos no automobilismo atual, para evitar que os toupeiras acabassem as corridas atolados nas caixas de brita, resolveram asfaltar as áreas de escape, além de aumentar absurdamente o tamanho e a largura das zebras, que em algumas curvas de alguns circuitos são mais largas do que os carros.

 

Aí os “jenios” da cartolagem definiram que o limite da pista está delimitado pelas linhas brancas contínuas... e assim redescobriram a pólvora! Mas quem disse que os pilotos conseguem manter os carros dentro dos tais limites? Na Áustria, uma meia dúzia quebrou a suspensão nas zebras – que eles disseram ser perigosas – e foram desmoralizados pelo “piloto ‘dimenor’”, que defendeu as zebras como limitadoras dos exageros. Não quer quebrar a suspensão? Não erre! Simples assim.

 

Mas para o GP da Alemanha a  FIA abriu as pernas e acabou cedendo às pressões na batalha que travava com as equipes e a FOM do Bom Velhinho, presidente da empresa que detém os direitos comerciais da maior das categorias e que juntos compõem o famigerado “Grupo de Estratégia”. A entidade-mor teve de concordar em aliviar a restrição quanto à obediência dos limites de pista em Hockenheim, permitindo que os carros – em algumas curvas – pudessem usar de toda a extensão da zebra, da “sobrezebra”, da “extensão da sobrezebra” e etc.

 

O conceito "flexível" de limite da pista além de ser ruim para a competição e desgastante para os carros, permite o erro.

 

O problema é que fizeram dos autódromos verdadeiras placas de asfalto, com uma permissividade ao erro que os pilotos que todos nós elogiamos dos anos 70/80/90 não precisavam e que, quando erravam, não ficavam de “mimimi” no rádio, nas entrevistas, nas notas de suas assessorias de imprensa. A verdade é que, com estas áreas de escape asfaltadas deixaram o piloto “errar à vontade” num esporte onde a busca da perfeição sempre foi um objetivo.

 

Mas os absurdos vão mais além. Pelo menos botaram na geladeira o projeto de transformar os carros em sandálias havaianas, com aquela coisa horrível que chamaram de halo, porque a cartolada não é capaz de admitir que errou na avaliação dos fatos que culminaram na morte de Jules Bianchi. E é bom que as pessoas lembrem que o santantônio do carro do piloto francês foi arrancado, algo que provavelmente aconteceria com o tal do “halo”, nome que deram para as “tiras do chinelo”.

 

Apesar do uso do rádio, ainda se vê um mecânico colocando placa para os pilotos no pit wall... será que alguém olha?

 

O cúmulo do ridículo mesmo tem sido as tais mensagens de rádio. Primeiro a FIA quis proibir as mensagens de rádio, que protagonizaram muitas risadas por seus conteúdos, quantidades de “pis” e pelas impagáveis respostas do Neguin, do Príncipe das Lamúrias e principalmente do Pé de Cana. Daí veio a proibição da troca livre de mensagens que estavam fazendo com que as corridas parecessem ainda mais com um jogo de videogame.

 

Algumas situações pareceram tão ridículas, como o problema de ajuste de programa que o Neguin passou na corrida de Baku (adoro esse nome) que eu fiquei pensando como deveria ser um carro de hoje para que o piloto fosse devidamente assistido. Vendo umas fotos do passado, na coluna do Willy Möller – GP Legends – tem um monte delas onde o piloto está no carro, acompanhado de um mecânico. Nos dias de hoje, além do seu engenheiro, levaria um analista de sistemas para ir cuidando da eletrônica enquanto ele aperta os botões.

 

O mais engraçado é que ainda tem aquele mecânico que fica mostrando placa na passagem dos carros na reta. Algum piloto olha? Se alguém conhecer algum piloto de Fórmula 1 que olha para as placas, manda um email pra gente! O Paquito se enrolou com a programação do seu carro e acabou punido por que o engenheiro falou mais do que devia no GP da Inglaterra. Lorde Button provocou risadas nos telespectadores com sua reação à punição que sofreu na Hungria, simplesmente ridícula. O inglês vinha em oitavo na prova quando a McLaren 22 apresentou um problema em seu pedal de freio. Em determinado momento, seu engenheiro deu algumas ordens por rádio, afirmando que ele tinha problemas hidráulicos.

 

Quem sabe ao invés do rádio os carros de 2017 devam ter uma outra configuração... para o piloto não se sentir abandonado.  

 

As corridas da Moto GP são muito mais interessantes e não tem esse “conversê” de rádio no ouvido dos pilotos. Talvez se tivesse o Valentino Rossi não tivesse dado uma vê velho teimoso e tivesse entrado nos boxes na corrida da Alemanha ao invés de ficar na pista. Mas, por outro lado, se a Moto GP pode correr sem rádio, porque os mimadinhos da Fórmula 1 não podem. Tinham mesmo é que acabar e os pilotos terem que se virar como era antigamente.

 

Logicamente que o caminho a ser tomado não seria esse e já pra corrida da Alemanha, a esculhambação generalizada voltou e  o famigerado Grupo de Estratégia votou (contra a FIA para liberar o conteúdo das mensagens de rádio, além dos “limites da pista”. Assim, a partir de agora, a conversa de rádio está totalmente livre durante as provas, com exceção da volta de apresentação, em que nenhuma mensagem será permitida. Este último aspecto deve garantir que os pilotos não tenham qualquer ajuda dos boxes, especialmente quanto aos procedimentos de largada.

 

Na moto GP não tem comunicação por rádio e as corridas são mais emocionantes. Não estará a F1 mais perdida do que vemos? 

 

Depois ficam inventando desculpa esfarrapada para as arquibancadas vazias como vimos na Áustria, Hungria e na Alemanha, 1/3 da arquibancada do estádio estava coberta com tapumes pintados com o logo de um dos patrocinadores.

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva

 

 


Last Updated ( Monday, 15 August 2016 17:15 )