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Golpes e contragolpes! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 10 June 2016 20:55

Em tempos difíceis, quando o calo aperta, é muito mais fácil apontar o dedo em qualquer direção – ou em todas as direções – do que assumir que alguma coisa está errada na forma como os fatos estão acontecendo. Nessas horas, não tem processo de gestão, qualidade, prevenção segurança ou o cacete a quatro que se sobreponha ao “instinto de sobrevivência”, especialmente de quem está no poder.

 

Extremamente amado pela imprensa e por parte da cartolagem nacional, além de promotores, pilotos, chefes e donos de equipe que, diante de microfones, nem sempre tem ‘bagos’ para criticá-lo, o Presidente da CBKI (Confederação Brasileira de Kart Indoor), o “homem-que-ri”, passou por uma nova ação contra suas ações (ou seria melhor dizer falta de ações) por parte de um de seus vice-presidentes. Desta vez o responsável por meter a boca no trombone foi o segundo vice-presidente, o gaúcho Rudolfo Edmundo Reith Filho.

 

Referindo-se ao grupo que apóia o atual e sorridente presidente como “quadrilha” e acusando-a de querer se perpetuar no poder (o cartola chefe já está em campanha para fazer seu sucessor, seu conterrâneo lustroso, “cabeça de ovo”, presidente da comissão nacional de velocidade e da federação pernambucana), o tomador de chimarrão chutou o pau da barraca, acusando o parente distante do Daniel Ricciardo de descumprir o estatuto da confederação.

 

 Assim como aconteceu no primeiro mandato, surgiu uma divisão na cúpula da CBA.

 

Essa não é a primeira rebelião pela qual a gestão do sorridente presidente passa: no seu primeiro mandato, um outro vice-presidente – Dione Rodrigues, da federação de automobilismo do Distrito Federal – articulou um movimento que deveria derrubar o presidente em exercício. Com o fracasso do movimento, deu-se um processo jurídico com voltas e contravoltas que culminou com o descredenciamento da FADF junto à confederação.

 

No início de 2017 teremos eleição para a presidência da confederação. Na eleição passada, o mandatário antecipou o pleito que acontecia no mês de março para janeiro de 2013. talvez faça o mesmo novamente e aí eu me pergunto: o vice-presidente vai ser candidato à presidente? Os descontentes (que deve ter mais de um, com certeza) vão lançar uma chapa pra derrotar o cabeça de ovo? Se vão, não seria o caso divulgar quem seria o candidato e o que ele propõe fazer de diferente?

 

Numa eleição onde votarão 21 pessoas (os presidentes das 20 federações credenciadas e mais o presidente da ABPA, associação dos pilotos) podemos contar nos dedos em quantos estados temos algo considerável em termos de automobilismo de verdade. Pra mim, clube de jipeiro que sai pra passear nos finais de semana não é automobilismo. É passeio no parque, assim como kart indoor é como pelada de solteiros contra casados.

 

 Cleyton Pinteiro está "em campanha" pra fazer seu sucessor, o pernambucano Waldner Bernardo, o Dadai.

 

Na gestão do presidente anterior, o ‘dotozão’, chegou a haver um voto diferenciado, com os votos das federações tendo pesos diferentes, proporcionais ao volume de atividades, número de pilotos filiados, tipos de categorias representadas, etc. um sistema justo, mas que ainda no decorrer de seu segundo mandato foi abolido, dando o mesmo peso (uma federação = um voto) para todas as federações. Com isso, a federação de Sergipe passou a ter o mesmo peso da federação de São Paulo. A federação do Pará o mesmo da federação do Rio Grande do Sul.

 

Se 65% dos pilotos (pilotos, não brincantes de kart indoor ou jipeiros de final de semana) federados estão nos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal, estas federações juntas deveriam ter 65% da representatividade nas votações de tudo que a confederação decide. Seria o melhor pelo esporte? A dúvida passa pela possibilidade de que os outros estados, de menor representatividade, passassem a ser ainda mais ignorados do que já são.

 

Acontecem corridas em outros estados... e que são solenemente ignoradas! Os grandes blogs que temos, sendo responsabilidade de alguns conhecidos jornalistas, há algum tempo parece ter se concentrado em torno do mesmo grupo, liderado por um cidadão de imparcialidade, no mínimo, questionável. Quando sai alguma notícia sobre o que acontece acima do paralelo que cruza a capital federal é sobre algo negativo: um acidente, uma falcatrua, uma corrida ilegal, como se, de resto, nada se fizesse de positivo.

 

 Na Fórmula 1, também há tramas para que o mandatário perca o seu poder.

 

Mas os problemas com a cartolagem não são exclusividade nossa e a prática da democracia (se é que isso realmente existe). Que o diga o Bom Velhinho, que acredita ser a melhor forma de superar os atuais problemas na divisão de poderes da F1 é acabar com o ‘”Grupo de Estratégia” e deixar todo o poder em suas mãos. Tal opinião tem como exemplo mais recente as longas discussões na tentativa de modificar o regulamento para 2017 e de se chegar a algum lugar, com as equipes defendendo seus interesses ao invés de se preocupar com a competitividade em si.

 

O “ser de vida eterna” (eu acho q morro e ele ainda vai estar mandando na Fórmula 1) foi até mais longe quando reclamou – saudosamente – do tempo em que era um ditador e que a categoria não sofria com as manipulações dos tempos de hoje, onde as montadoras que fornecem motores brigam entre si para ter a supremacia, mas se unem quando lhes convém para impedir mudanças que venham enfraquecer suas posições.

 

É bom lembrar que em 2008, aconteceu uma famosa reunião de dirigentes de equipes durante o badalado Grande Prêmio de Mônaco onde um passo importante foi dado na articulação da remoção do ‘bom velhinho’ do comando da categoria. A operação “sai pra lá, velho gagá” só não foi pra frente porque estourou a bolha imobiliária nos Estados Unidos e a economia mundial desmoronouemoç onde um passo inportante foi dado na articulaçao riçtores brigam entre si para ter a supremacia, mas se unem quando lhes c como um bêbado que perdeu os sentidos. Toyota, Honda, BMW, Mercedes, Renault e Ferrari conversaram até mesmo sobre fazer um campeonato paralelo. Como Toyota, Honda e BMW saíram e a Renault também saiu (oficialmente como equipe) as montadoras perderam força.

 

 Em 2008 as montadoras tentaram mudar a frma como era a Fórmula 1... mas a crise meteu o pé no freio.

 

Contudo, o que se viu e se ouviu este ano de conversas entre os dirigentes da Ferrari e da Mercedes, junto com o pessoal da hoje superpotência Red Bull, é que há uma nova articulação para puxar o tapete do ‘bom velhinho’, numa aposentadoria compulsória e assim o gerenciamento da categoria passar para mãos de algum profissional de gestão do mercado... o problema é encontrar quem o faça. O potencial sucessor apontado uma década atrás, o carcamano Flavio Briatore “bateu de frente no muro” com aquele caso de Singapura pra favorecer seu pupilo, Fernando Alonso.

 

Em todo caso, o ‘bom velhinho’ que de bobo não tem nada, tenta articular com as equipes que dependem dos motores e pagam por eles afirmando que a condição privilegiada de fornecedora de motores acaba transformando equipes menores do grid em reféns.

 

O novo ‘capo’ da FIAT, Sergio ‘Machão’ andou falando grosso e defendendo uma nova figura de liderança na categoria, no que foi apoiado por Toto Wolff, que afirmou “ter um plano” para o futuro da Fórmula 1, criticando a política de criar factóides do ‘bom velhinho’ para colocar a categoria nas manchetes, seja positiva, seja negativa, seja polemicamente. Os elogios ao nada político Vladimir Putin parece ter sido a gota d’água no limite da paciência do austríaco.

 

 No poder há quase quatro décadas, Bernie Ecclestone fez da Fórmula 1 o seu reino.

 

Agora, se vai ou não “haver golpe”... do jeito que eles sentam e conversam, pode tudo acabar se arrumando sem que se corte uma cabeça sequer. Enquanto isso não acontece, o 'bom velhinho' continua reinando no circo.

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva