Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Sem Dakar por Cá! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 15 May 2016 01:33

De algum tempo para cá eu tenho andado extremamente sem paciência. Sem paciência com as pessoas no trabalho, na rua, na família, quase tudo por conta dessa polarização política que parece estar emburrecendo as pessoas, levando amigos de décadas a brigarem por conta de divergências políticas. Ou seja, brigando pra defender um bando de corruptos safados, travestidos de representantes do povo, mas que só representam mesmo seus próprios interesses.

 

Como se não bastasse a incapacidade política dos nossos políticos na gestão do país, ainda vi, neste período mais recente, mais uma demonstração de incapacidade política na gestão do nosso esporte: o automobilismo. Sim, mais uma vez a Confederação Brasileira de Kart Indoor (pois é, em artigo espetacular do seu “Diário Motorsport”, o nosso amigo oráculo, Américo Teixeira, revelou que metade dos pilotos federados do Brasil são pilotos de kart indoor) deu provas de sua incompetência.

 

No último dia 29 de abril, a A ASO – Amaury Sport Organisation – divulgou em Paris o roteiro da 39ª edição do Rally Dakar. Em 2017 a prova terá largada no dia 2 de janeiro em Assunção, capital do Paraguai, rumando para o norte onde cruzará os altiplanos da Bolívia, visitando a cidade de La paz e retornando ao Sul, atravessando a Argentina, com a chegada no dia 14 de janeiro em Buenos Aires.

 

A ASO divulgou o trajeto para o "De Cá" de 2017. Serão 12 etapas passando por 3 países... e o Brasil continua fora.

 

Esta será a nona edição do “De Cá” (que é como nós o chamamos aqui na redação) na América do Sul. Mas a primeira em que o Paraguai fará parte do percurso. Assunção está próxima da fronteira da Argentina, que terá parte de seu território no caminho para a Bolívia. Com a disputa do Rally Dakar 2017 iniciando no Paraguai, os competidores deverão enfrentar um calor desgraçado em trechos de terra e charco antes de encarar o frio na Cordilheira dos Andes.

 

Quando eu vi o roteiro não consegui esquecer das conversas que a direção do Rally, através do seu chefão, Etienne Lavigne, sobre usar um “formato de ferradura”, que começaria na cidade chilena de Valparaíso e finalizaria na uruguaia Punta del Este, passando pelos territórios de Argentina, Bolívia, Paraguai e Brasil, que seria incluído apenas em um grande enlace ou com uma especial.

 

O Chile virou um problema desde que teve o grande terremoto de dois anos atrás e o governo de lá considerou proibitivo os valores que a ASO pedia para incluir o deserto do Atacama no trajeto, o que é uma pena, por ser este o maior desafio que os pilotos tiveram enquanto o Rally passou por lá em anos anteriores.

 

Etienne Lavigne tem buscado a cada ano fazer um "De Cá" melhor e mais desafiador, envolvendo mais países.

 

Etienne Lavigne considerou a edição 2016 bastante insatisfatória, uma vez que as más condições meteorológicas forçaram mudanças em várias especiais (Isso é Dakar ou festa de quermesse? São de sal, se chover desmancha?). Além disso, o traçado original precisou ser modificado por conta da saída de Peru e Chile. Para isso, vieram as mudanças planejadas para aumentar o grau de dificuldade no trajeto do próximo ano.

 

Estão previstas etapas mais longas, já que o Dakar é uma prova de resistência, com uma de 500 km, como em 2016, mas pode ter também uma de 700, embora talvez não para todos os participantes. Pela primeira vez, o trajeto irá conectar três capitais entre elas em 12 dias de corrida, com um total de nove mil quilômetros e cinco mil deles de setores seletivos.

 

A pergunta que eu faço é: se estava havendo negociações para que o Rally passasse pelo Brasil, porque não deu certo? Vou mais além: porque a CBA não deu nenhuma satisfação sobre estar negociando ou porque as negociações não deram certo? Com a palavra o nosso sorridente presidente... faça o favor de manifestar-se! Caso não queira ou delegue, pode colocar o presidente da comissão nacional de rally, que é também presidente da Federação Cearense de Automobilismo, José Haroldo Scipião, que ocupou as manchetes policiais há poucos anos por ter sido preso pela Polícia Federal.

 

A largada, que este ano será em Assunção no Paraguai é uma festa e uma oportunidade de se ver todos os competidores.

 

A largada da edição de 2017 será em Assunção, no Paraguai... certo. Foz do Iguaçu, uma cidade de enorme movimentação turística fica a apenas 320 Km da capital paraguaia. Onde estão os promotores brasileiros de Rally, a CBA e sua “comissão de piocera/cerapió” para fazer a largada e uma etapa em Foz do Iguaçu, mesmo que só pra dizer que o Brasil entrou no trajeto, e depois deixar o rally seguir para o Paraguai?

 

Outra coisa que me irrita é que, exceção feita à Argentina, que tem um automobilismo muito mais desenvolvido, autofinanciável e diversificado que o nosso (e que não considera piloto de kart indoor – e nem de Track Day – como piloto), qual é a relevância de um Paraguai ou uma Bolivia para levar um Rally como este para seus territórios?

 

Este acima é José Haroldo Scipião, Presidente da FCA e da Comissão Nacional de Rally da CBA e membro desta na Codasur.

 

Daí eu entro no site da Codasur, a Confederação do continente sul americano e vejo quem são os membros da “comissão de rally”: Presidente - LUIS ETCHEGOYHEN Miembros - Automóvil Club del Uruguay ALFREDO MENÉNDEZ; Automóvil Club Argentino ANDRÉS CASTELO; Automóvil Club Argentino ARMANDO PARAVICINI; Automóvil Club Boliviano JOSÉ CUSICANQUI; Automóvil Club Boliviano JUAN CARLOS PACHECO; Automóvil Club Boliviano CLAUDIO JOAO PAGLIOSA; CBA JOSÉ HAROLDO SCIPIAO; Fed. de Aut. Deportivo de Chile EDGAR MOLAS; Touring y Aut. Club Paraguayo ROBERTO VIELMAN; Touring y Aut. Club Paraguayo JOSÉ LIMA; Touring y Aut. Club Paraguayo JORGE ETCHAMENDI.

 

Tem três paraguaios e três bolivianos na comissão e eu gostaria de ler uma linha sequer sobre como é forte e desenvolvido o Rally nestes dois países, porque na Argentina a gente sabe que dá de 7x1 no nosso. A Bolívia fez parte das três edições anteriores da prova. Nesta quarta participação os competidores permanecerão mais tempo no seu território, onde acontecerão cinco etapas. No Paraguai, os competidores irão cruzar o país para checar à cidade de Resistência, na Argentina.

 

O Brasil já teve grandes participações no Dakar e no "De Cá" com seus pilotos. Os cartolas e quem "comem poeira".

 

A gente tem há quase um ano uma coluna com foco no Rally, escrita por um piloto, e eu acabei entrando “no seu território”, mas como considero “meu território”, falar tudo que eu considero que está errado e que coisas precisam ser feitas, está dado o recado e feita a cobrança pra “cartolada” do nosso automobilismo. Que em 2018 o “De Cá” passe também por cá!

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva


Last Updated ( Sunday, 22 May 2016 08:45 )