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O futuro de Felipe Nasr PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 31 March 2016 08:30

Caros Amigos, nestes tempos bicudos de grid reduzido e verdadeiro leilões por uma vaga no grid, a notícia da assinatura do contrato por duas temporadas de Luiz Felipe Nasr com a Sauber no final de 2014 foi uma grande notícia para quem começava a temer pela não mais existência de pilotos brasileiros no grid da Fórmula 1 em curto do final de semana do GP Brasil de Fórmula 1.

 

Desde que foi para o kart, a carreira do filho do Samir e sobrinho do Amir vem sendo preparada para que ele chegasse aonde o tio que vai pra pista sempre com ele e que pode ser visto nas etapas da Copa Petrobras de Marcas nos domingos aqui no Brasil. Os Nasr são sérios, organizados e bem estruturados, tendo sido responsáveis pela formação de alguns dos nossos melhores pilotos.

 

Foi muito pouco tempo correndo aqui no Brasil em termos de carros com monolugares, mostrando que nem mesmo com a estrutura excepcional que “os beduínos do deserto”, como bem escreveu nosso Editor Chefe quando esteve em Brasília tinham a capacidade de mudar o cenário do automobilismo local.

 

Todo o planejamento de carreira de Felipe Nasr foi cumprido e quando ele chegou para seu primeiro final de semana como piloto titular pela equipe de Peter Sauber, teve a seu favor um feliz trabalho da equipe de projetistas, que conceberam um carro muito bom, bem diferente do carro do ano anterior, que conseguiu apenas manter-se à frente da Caterham no mundial de construtores, sem conseguir marcar um ponto sequer.

 

Acorrida de estreia não apenas marcou a volta da Sauber a um lugar de destaque entre as equipes médias, com um bom desempenho ao logo dos treinos e das corridas, como marcou particularmente para Felipe Nasr o feito de ter sido o melhor estreante brasileiro da história da Fórmula 1 com um quinto lugar conquistado em uma atuação digna de um piloto sábio e experiente.

 

Contudo, numa categoria onde o principal combustível é o montante de dinheiro que se tem para investir como é a Fórmula 1 e diante da realidade de orçamento curto como tem sido a situação da Sauber nos últimos anos, faltaram recursos para a equipe trabalhar na evolução do carro e a Sauber foi, ao longo da temporada, perdendo a competitividade e sendo ultrapassada pelas outras equipes médias. No final de 2015, sua briga era com a McLaren e seu “motor de GP2” como vociferou Fernando Alonso no GP do Japão.

 

Como raramente um “raio cai duas vezes no mesmo lugar”, este ano a Sauber não conseguiu produzir um carro inicialmente competitivo como foi o caso de 2015. Pior que isso, a saúde financeira da equipe continua a mesma dos anos anteriores: cambaleante, sujeita a “gripes, febres e outros males”. Nos testes de pré-temporada isso já ficou evidente e na corrida de abertura do campeonato o que se viu foi um carro pouco competitivo, andando apenas à frente dos carros da Manor... e mesmo assim, não muito à frente. Em ritmo de corrida, sem chances de conseguir se manter numa disputa com seus potenciais rivais (McLaren, Renault e a novata Haas).

 

O pior desta situação é que este é o segundo ano de contrato de Felipe Nasr na Sauber e fazer um papel relevante é fundamental para conseguir não apenas conquistar, mas manter seus patrocinadores. Especialmente o principal, um banco, estatal e em um país mergulhado em uma crise política e ética sem precedentes em cinco séculos de história, o que pode levar a um corte de investimentos em áreas esportivas por parte do banco que já patrocina diversos outros esportes.

 

No final da temporada de 2016, alguns contratos de alguns pilotos em equipes com bom potencial estarão terminando, o que promete uma intensa negociação de bastidores para se tentar buscar um lugar melhor para sentar em 2017 ou apenas tentar agarrar-se de todas as formas no assento que hoje ocupa e continuar na categoria diante da concorrência dos novos nomes que virão das categorias de acesso.

 

Da capacidade de pilotar e fazer bem feito o seu trabalho, ninguém duvida. Nem aqui no Brasil e nem no circo da Fórmula 1, mas isso deixou de ser o suficiente para se manter um piloto em um carro de qualquer equipe que seja há muito tempo e não podemos descartar a possibilidade de Felipe Nasr não estar no grid de 2017 é real, por mais que tenha capacidade de ser um piloto vencedor na Fórmula 1, desde que tenha condições de mostrar o quanto é capaz, por mais injusto que isso possa parecer.

 

Espero estar muito errado em minha análise, que a Sauber mostre uma performance melhor neste GP do Bahrain do próximo domingo e que eu volte para o meu computador na próxima semana para redigir um “mea culpa” por ter duvidado da capacidade da equipe Sauber e por difundir o temor entre meus estimados leitores com relação ao futuro de Felipe Nasr na Fórmula 1.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva