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Written by Administrator   
Monday, 21 March 2016 04:38

Olá leitores!

 

Até que enfim recomeçou a temporada de Fórmula 1! Os fãs daquela que AINDA é a principal categoria de monopostos do planeta (e digo ainda pois a concorrência não ajuda, é muito incompetente em retirar a primazia da F-1 apesar de todas as decisões erradas da FIA) teve como característica principal o anticlímax, seja no treino classificatório, seja na corrida propriamente dita.

 

Vamos aos treinos: Q1 e Q2 foram maravilhosos, movimentados como há muito não se via com essa receita de “dança das cadeiras”, onde a partir mais ou menos da metade do treino os pilotos mais lentos iam sendo retirados da briga por posições. Só que no “filé” da classificação, o Q3, simplesmente quem não tinha chance de brigar pela pole fez uma volta rápida logo no início do treino, voltou para os boxes...e não saiu mais. No meio do tempo, todos já tinham feito suas voltas, sabiam que no máximo retirariam alguns décimos que serviriam para ganhar no máximo uma colocação no grid, e desencanaram de voltar para a pista. Anticlímax total. Tanto que Dona FIA fez uma reunião após o treino e ficou decidido que na próxima etapa, no Bahrein, volta o formato do ano passado. Acho que poderia ser tentado manter o novo formato para Q1 e Q2 e voltar ao padrão anterior para o Q3, mas, enfim...

 

Já na corrida, com a nova limitação de auxílio de largada. As Mercedes largaram mal (principalmente Hamilton) e as duas Ferrari assumiram a ponta. O espectador começou a pensar “Oba, algo diferente em relação ao ano passado!”, mas ao final da corrida... outro anticlímax, a temporada 2016 começou como terminou a de 2015. Acho que o grande ponto positivo da prova foi mostrar como os carros estão seguros hoje em dia, graças ao forte acidente do Alonso ao tocar na traseira do Gutiérrez e capotar. Aliás, está na hora da FIA pensar em proteções como as usadas na Indy atrás dos pneus traseiros para evitar essas decolagens. É feio? Sim, definitivamente, mas as laterais de cockpit altas, os bicos dos últimos anos e o novo sistema de proteção de cabeça que está sendo desenvolvido, ao menos na configuração testada pela Ferrari nos treinos coletivos de Barcelona, o Halo (a.k.a. “Tira de sandálias Havaianas”), também são muito feios e nem por isso foram ou estão sendo desconsiderados.

 

Vitória na estratégia de equipe para Rosberg, que aproveitou a bandeira vermelha causada pela monumental panca do Alonso para colocar os pneus mais duros possíveis e levar o carro sem paradas até o final, seguindo o exemplo de seu companheiro Hamilton (2º) que já tinha feito essa mudança. Hamilton, por sinal, que veio em uma bela corrida de recuperação após cair para 7º lugar. Dobradinha da equipe que dominou ano passado e tem grandes chances de dominar esse ano também. Mas foi bom ver que, em pistas mais lentas ao menos, a vitória não virá de maneira fácil.

 

Em 3º chegou Vettel, que pareceu contente – ou ao menos conformado – com o resultado, brincando com Hamilton antes de subirem ao pódio. Talvez a alegria tenha a ver com a primeira parte da prova, onde ele foi realmente ótimo, desde a magnífica largada até o gerenciamento da vantagem sobre o companheiro de equipe. Poderia ter obtido resultado melhor com outra estratégia? Talvez. Mas, como disse, pareceu satisfeito. Seu companheiro Räikkönen (18º) abandonou com problemas mecânicos – inclusive fogo saindo da tomada de ar do motor, requerendo intervenção do bombeiro.

 

Em 4º chegou Daniel Ricciardo, para alegria da sua torcida, que o apoiou o final de semana todo. Aparentemente o motor Renault recalibrado e rebatizado de Tag Heuer (marca de relógios que patrocina a equipe) é mais competitivo que o do ano passado, ao menos em pistas lentas. Vamos ver como vai se comportar na hora em que forem necessários muitos e muitos cavalos empurrando... ao menos já deu para ver que o chassi da Red Bull nasceu muito bem, pois nos trechos sinuosos ele estava sempre entre os mais rápidos. Seu companheiro Daniil Kvyat ficou em último lugar, teve problema no final da volta de apresentação e nem largou.

 

Em 5º, com razoável surpresa por conta desse vosso escriba, chegou Felipe Massa. Surpresa pois aparentemente esse carro da Williams poderia e deveria ser melhor, mas o resultado acabou vindo. Vou até bater 3 vezes na madeira, mas a equipe não sacaneou os pilotos na troca de pneus, acho até melhor comentar baixo, vai que eles escutam e voltam a fazer aquele serviço horroroso do ano passado... a bem da verdade, o que ajudou mesmo o carro de Massa foi a Toro Rosso se atrapalhar com a estratégia na hora da bandeira vermelha. Ambos os pilotos estavam mais rápidos que a Williams, o que já acende a luz vermelha, ou pelo menos uma amarela piscante, na sede da equipe. Os engenheiros vão ter que trabalhar para arrancar melhor desempenho do carro durante a temporada. Se conseguirão, é outro departamento... Seu companheiro Bottas terminou em 8º lugar, após largar em 16º lugar por conta de uma punição por troca de caixa de câmbio. Não foi mal, mas...

 

Em 6º lugar, um feliz Grosjean com a estreante Haas. Largou em 19º, andou no pelotão intermediário por um bom tempo e por ocasião da bandeira vermelha recebeu os pneus médios (os mais duros disponíveis para o final de semana) para ir até o final sem paradas. Deu certo, e ele e a equipe comemoraram como se fosse uma vitória. Seu companheiro Gutiérrez vinha na mesma estratégia até ser abalroado pelo Alonso e excluído da prova.

 

Em 7º chegou Nico Hülkemberg, em uma pista que historicamente não se adapta muito às características dos carros da Force India, e dando mais uma vez prova do seu enorme talento ao pressionar o Grosjean enquanto era pressionado por outros pilotos que buscavam sua posição. Grande corrida, mais uma vez. Seu companheiro Pérez (13º) largou mal, ficou encaixotado no tráfego e ainda teve problemas de freio no final. Que dia...

 

Fechando a zona de pontuação vieram as duas Toro Rosso, respectivamente Sainz Jr. e Verstappen. Resultado bom para Sainz Jr, e decepcionante para Verstappen, que largou muito bem e chegou a andar entre os ponteiros no começo da corrida. Enfim, o carro mostrou que é bom. Como a equipe usa o motor Ferrari do ano passado, não deve ter evoluções durante o ano, portanto devemos ver como o carro irá se comportar. Ao menos para as primeiras corridas demonstrou grande potencial de resultado.

 

Próxima etapa será no deserto, Bahrein, dia 3 de abril. Espero que seja uma corrida mais consistente em termos de emoções propiciadas ao público. Talvez eu seja um otimista incorrigível.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini