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Domingo morno, mas com corridas interessantes! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 28 February 2016 23:54

Olá leitores!

 

Esse começo de ano ainda está morno em relação ao esporte a motor, parece aquelas manhãs em que nos espreguiçamos 50 vezes antes de ter a necessária coragem de deixar o travesseiro de lado e levantar... mas tivemos duas competições interessantes esse final de semana, ao menos.

 

No maravilhoso circuito de Phillip Island, tivemos o começo da temporada da Superbike. Categoria de proposta interessantíssima, afinal em tese os modelos que competem são motos “de rua”, que o cidadão com dinheiro suficiente pode comprar na concessionária e sair pelas estradas (usar uma dessas no trânsito urbano é muita necessidade de ostentar alguma coisa), mas na prática não é bem assim. Em sua 29ª temporada, o regulamento permite alterações na parte de eletrônica e ciclística que aproximam consideravelmente as motos dos protótipos da MotoGP. Uma pena, se o regulamento fosse mais restritivo – como era no início da categoria – eu acredito que teríamos grid com mais de 40 motos disputando vagas para largar. Enfim, infelizmente não tenho cargo na FIM nem na FIA para escrever regulamentos, eles que se virem em sua ânsia de agradar os grandes fabricantes.

 

E a categoria começou estreando novo formato: antes as duas corridas eram no mesmo dia, agora a primeira é no sábado e a segunda no domingo (aposto que foi sugestão das grandes fábricas...), formato que eles lá acreditam que pode revitalizar a competição. No sábado a vitória ficou nas mãos de Jonathan Rea (Kawazaki), atual campeão, que suportou muito bem a pressão do 2º colocado Chaz Davies (Ducati) para começar o ano com o pé direito. Completando o pódio, chegou o holandês Michael van der Mark (Honda). Existia uma grande expectativa para a estreia de Nicky Hayden, ex campeão da MotoGP, pela Honda, mas ele não passou de um 9º lugar, sofrendo com o desgaste dos pneus. Já no domingo a corrida começou morna e foi esquentando, até que chegou a um final que fez o público sentir que valeu a pena pagar o ingresso. A vitória ficou novamente nas mãos de Rea, que herdou a posição após induzir o pole position  Tom Sykes (Kawazaki) ao erro e ao tombo, e no final da corrida suportou bem a pressão de Davies, que não queria repetir o segundo posto da véspera, e não repetiu: caiu na última volta, deixando o segundo lugar cair no colo do van der Mark, e fechando o pódio tivemos Davide Giugliano (Ducati), que resistiu bravamente aos ataques de Nicky Hayden, demonstrando grande habilidade. Davies ainda conseguiu voltar à corrida, mas terminou apenas em 10º lugar.

 

Esse final de semana a NASCAR foi para Atlanta, na Georgia, pista das mais tradicionais da categoria, e que pessoalmente acho das mais chatas. Vamos ver: o novo pacote aerodinâmico da categoria diminuiu o arrasto, fazendo os carros terem mais velocidade e menos aderência. Na teoria, uma solução perfeita para corridas mais emocionantes, certo? Some a essa equação uma pista com asfalto mais antigo, portanto mais abrasivo, aumentando o desgaste dos pneus. Deveríamos ter provas emocionantes, certo? Pois é. Tanto na Xfinity Series como na Sprint Cup, provas decididas na estratégia. Na Xfinity o “rei do sabadão”, como seus detratores o chamam, Kyle Busch dominou a prova sem grandes dificuldades. No domingo ele fez uma bela apresentação, já que largou em último (fez a pole, mas o carro foi desclassificado na vistoria por uma daquelas diferenças milimétricas e perdeu o tempo efetuado) e terminou em 3º lugar. Vitória ficou com Jimmy Johnson, que usou uma estratégia de parar antes dos adversários em uma corrida de pouquíssimas bandeiras amarelas (a prova ficou mais de 100 voltas em bandeira verde, quase inimaginável em se tratando de um oval de uma milha e meia) para alcançar a vitória. Em 2º chegou Dale Jr., que relargou muito bem na prorrogação causada pelo estouro do pneu de Ryan Newman e passou o Buschinho, que mesmo terminando em 3º é o líder do campeonato. Em 4º chegou o Buschão, fazendo o dono da equipe Tony Stewart sorrir durante sua convalescência (aliás, Buschão andou bem o final de semana todo, largou na pole após o irmão ser desclassificado) e fechando o Top 5 veio Carl Edwards, que parece ter se reencontrado dirigindo para a Joe Gibbs Racing, sem aquela apatia dos últimos tempos de Roush. Mas o mais interessante, para mim pelo menos, foi a transmissão da Truck Series pela Fox Sports 2: trouxeram de volta a lenda Edgard Mello Filho para comentar a prova. Além de ter sido um grande piloto de turismo nos anos 70, o Edgard foi um dos comentaristas de F-1 que mais dava gosto de ouvir, com um linguajar todo próprio e excelentes tiradas humorísticas no meio da transmissão. Infelizmente ele sentiu muito a morte do Senna e se afastou das transmissões, e foi um ENORME prazer ouvir novamente “mas olha só o que a usina berra quando o cidadão aponta na reta”, e coisas do gênero. O vencedor da Truck? Ah, foi o John Hunter Nemechek, filho do grande Joe Nemechek, outro que tinha pé direito pesadíssimo. Mas isso não foi importante, o importante foi ter acompanhado novamente uma corrida comentada por um dos meus ídolos no rádio esportivo, o Edgard. Ponto.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini