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O perigo mora ao lado! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 12 February 2016 23:21

Todo mundo sabe que o grande combustível que move o automobilismo não é gasolina ou etanol e nem mesmo baterias de lítio como os dessa novíssima e assoviante Fórmula E. o que faz todos os carros andarem, todas as rodas girarem e tudo funcionar é o dinheiro envolvido no negócio.

 

Não acredito que ainda tenha alguém romântico o suficiente para achar que o automobilismo se faz com amor e poesia. Nem aqueles desvairados que acham que Interlagos é um parque municipal para eles brincarem de carrinho nos finais de semana esquecem que se não colocar dinheiro nos seus tanques e suas garagens, nada funciona. Nem mesmo sai do lugar.

 

Com a quebradeira geral que o Brasil está passando, as coisas para o lado do automobilismo estão pais pretas que os pneus que calçam os carros e olhando num horizonte de curto prazo, não tem luz no fim deste túnel. Na verdade, a probabilidade desse buraco ficar mais escuro e profundo é enorme!

 

No final do ano passado eu avisei isso aqui na minha coluna... e choveu email me xingando como se a culpa fosse minha e não de quem faz besteira e não sabe promover um espetáculo, não sabe divulgar um evento, quer vender um ingresso por um preço de cambista, só que na bilheteria, e se submete a fazer qualquer negócio para ter um capricho atendido.

 

A Fórmula 1 é um negócio que rende bilhões... para o ‘Bom Velhinho’ e para a CVC, dona do circo. Tem uma dezena de países querendo levar a categoria para correr lá e a maioria destes países consegue ganhar dinheiro com o negócio, alguns perdem e outros, como os Sheiks das Arábias não estão nem aí se vai dar prejuízo e de quanto vai ser. Eles bancam!

 

 

 

Aqui no nosso continente, onde vou emendar tudo, do Alasca até Patagônia, temos desde o ano passado quatro das etapas do campeonato (Canadá, EUA, México e Brasil). No ano passado, o GP dos EUA quase não aconteceu por causa de um furacão que deixou a corrida animadíssima, mas as arquibancadas vazias! E como lá negócio é negócio e negócio tem que dar lucro, a corrida está ameaçada este ano.

 

No México e no Canadá as coisas funcionaram bem. Na volta dos mexicanos então, foi uma festa e tanto. Até o lugar do pódio os caras mudaram, só pra agradar a galera das arquibancadas que inventaram estragando mais uma curva para piloto que tem ‘bagos’: a peraltada. Mas é aqui? Abaixo da linha do equador?

 

 Para o 'Bom Velhinho', história e tradição não valem mais do que o cifrão... e Monza pode até ficar sem F1.

 

Aqui tá patinando no sebo! O promotor local anda churumelando que tá tendo prejuízo e tentando ‘arrancar uns trocados da prefeitura de Sampa. O ‘Bom Velhinho’ quer extorquir dinheiro da televisão (endividada) que transmite as corridas aqui para o país e todo ano inventa umas coisas pra reclamar e ver se coloca medo nos ‘locais’.

 

Enquanto isso, a nossa vizinha Argentina, que há décadas tá se lixando para a Fórmula 1, com seus campeonatos locais arrastando dezenas de milhares de espectadores para os seus autódromos, há algum tempo vem ‘comendo pelas beiradas’ e tornou-se a principal praça de esporte a motor na América do Sul, incluindo-se todas as quantidades de rodas disponíveis!

 

 Os argentinos trabalharam sério e conseguiram fazer um excelente autódromo, mesmo sendo no fim do mundo!

 

Os autódromos argentinos são, de uma forma geral, bem mequetrefes! Se o pessoal aqui no Brasil fala mal de Goiânia, Cascavel, Santa Cruz do Sul, Londrina e outros, precisam ver os que os hermanos usam para seus campeonatos. Estruturas precárias, antigas e penosamente conservadas, mas há algum tempo, eles estão com dois autódromos muito bons.

 

Um fica em San Luiz, que já recebeu algumas etapas do Mundial de FIA GT, que hoje é a Blancpain Sprint Series e que não sai mais do continente europeu. Um circuito bonito, entre lagos e montanhas, com subidas e decidas nas suas curvas para ‘pilotos com bagos’.

 

 O WTCC, que corria em Curitiba, hoje corre na Argentina e o autódromo paranaense vai virar um condomínio...

 

Mas o grande autódromo argentino é, há algum tempo o de Termas de Rio Hondo. Localizado nos Cafundós do Judas, é uma estância termal e é longe até mesmo para os argentinos. O tempo de voo entre Buenos Aires e Termas de Rio Hondo é quase o mesmo da capital argentina para São Paulo!

 

Atualmente, a principal praça do automobilismo na Argentina, que tem graduação FIA 1 desde o ano passado, recebe categorias importantes, como o Mundial de Motovelocidade e também o WTCC, o Mundial de Carros de Turismo. Seus administradores não se cansam de divulgar que tem como pretensão levar a Fórmula 1 para lá e, logicamente, quem já se manifestou interessado em conversar? O ‘Bom Velhinho’, claro!

 

 Há anos a Moto GP corre na Argentina... enquanto isso, o autódromo de Brasília que deveria ter uma etapa, está semi destruído.

 

Com a mudança política pelos lados de lá, onde saiu aquela figura plastificada e esticada como um filme de PVC sobre um vasilhame que vai pra geladeira e entrou um empresário na presidência, o seu Ministro do Turismo, Gustavo Santos, afirmou que o país tem como meta atrair vários grandes eventos, inclusive o Mundial de Fórmula 1, além de uma organização conjunta com o Uruguai para a Copa de 2030.

 

Além do sucesso que tem feito na pista, tanto nas categorias locais como nos eventos internacionais, os argentinos tem por lá uma etapa do Mundial de Rally há muitos e muitos anos e quando o pessoal do Dakar resolveu correr dos terroristas e correr do lado ‘De Cá’, o sucesso foi enorme e a largada promocional em Buenos Aires leva milhares de pessoas para as ruas.

 

 O Dakar, depois que virou "De Cá", para nós no Brasil tem sido "De Lá"... do lado de lá da fronteira!

 

Nas ruas da mesma Buenos Aires também já aconteceram duas etapas da Fórmula E, com seus carros elétricos e pilotos com sobrenomes que levariam um grande público caso tivéssemos uma corrida no Brasil. O Lucas Di Grassi, que já desenhou algumas pistas, fez um projeto para um traçado nas vias do parque do Ibirapuera, mas daí a convencer o prefeito bicicleteiro...

 

Enquanto ficamos estagnados aqui no Brasil, os argentinos estão se mexendo e o cerco está se fechando. Do jeito que o ‘Bom Velhinho’ faz negócios, não há garantia nenhuma nem mesmo de se manter a corrida por aqui até 2020. E não tem essa história de tradição. Monza que é Monza ainda está correndo risco de ficar de fora no próximo ano. Ano passado não teve corrida na Alemanha.

 

 O WRC corre em terras argentinas há anos, aqui, não passam nem por perto.

 

 

Só pra lembrar: sem Fórmula 1, Interlagos vai sumir do mapa!

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva