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O ano da verdade para Felipe Nasr PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 04 February 2016 14:01

Olá Fãs do automobilismo,

 

O Carnaval do mosquitinho deve ter sido uma loucura aí no Brasil. Por aqui, nos Estados Unidos, aproveitei uns dias para conhecer o carnaval de Nova Orleans, o “Mardi Gras”. Achei bonito, diferente. Como não tenho “samba no pé”, foi uma experiência cultural bem interessante. Agradeço também as dicas gastronômicas do meu chefinho Flavio, que me mandou para todos os restaurantes pitorescos da cidade.

 

Mas antes da viagem para os dias em Nova Orleans, dentro da agenda que já está bem agitada, recebi um dos pilotos da equipe dos pilotos mais lindos do grid da Fórmula 1. Vamos combinar que a Monisha Kaltenborn sabe escolher seus pilotos. Tanto o Marcus Ericsson como o Felipe Nasr são capazes de acelerar os corações das fãs por todo o mundo.

 

Marcus não é meu paciente, mas Felipe faz uso dos meus serviços desde 2014 e sua chegada aqui em San Diego fez a minha secretária suspirar. Porque não basta ser bonito, tem que ser simpático e educado e Felipe é um verdadeiro cavalheiro. Mesmo nas sessões onde estava mais angustiado, sua atitude sempre foi serena e simpática.

 

 

 

Nesta primeira consulta do ano, senti Felipe um pouco apreensivo. Esta segunda temporada na Sauber pode ser decisiva para o futuro de Felipe na categoria e certamente os resultados terão um peso crucial não apenas na condição de encontrar um carro de uma equipe mais estruturada e principalmente na capacidade de manter e/ou conquistar patrocínios.

 

O ano de 2015 começou de uma forma surpreendente. Um carro bem nascido e uma atuação que empolgou a todos na Austrália fez de Felipe o brasileiro com o melhor resultado de estreia entre todos os nossos pilotos que passaram pela Fórmula 1 com um 5º lugar. E não foi só isso: o carro mostrou velocidade e o piloto maturidade e consistência.

 

 

 

Ao volante do carro da Sauber, Felipe se mostrava estar num platamar acima dos outros carros das equipes chamadas ‘médias’, como Lotus, Toro Rosso e Force India, mas tanto ele como a equipe sabiam que os resultados constatados nos testes de inverno e nas primeiras corridas do ano tinham ‘prazo de validade’: com um orçamento curto, a evolução do carro estava comprometida e a concorrência ganharia terreno.

 

Não bastasse isso, Felipe passou a enfrentar problemas com seu carro e uma série de desentendimentos com seu engenheiro sobre acertos e consequências de escolhas conflitantes comprometeram o já comprometido desenvolvimento do carro, que na parte final da temporada, brigava para ficar à frente da McLaren-Honda. Algo frustrante e que tirou o sorriso do rosto de Felipe.

 

 

 

O ano de 2016 é um ano onde, estando no seu segundo ano de contrato e com algumas posições em outras equipes melhor estruturadas serão abertas no final da temporada, fazer corridas consistentes, andar na frente do seu companheiro de equipe e marcar o máximo de pontos possível é mais importante do que nunca. Mas para isso, é preciso estar pronto para enfrentar tudo e estar pronto não só física como psicologicamente.

 

O treinamento mental bem-sucedido demanda - como o próprio nome já diz - o exercício ativo e repetido de certas habilidades. Não se trata de um truque de mágica, e sim de métodos testados e ajustados para cada modalidade esportiva e para cada personalidade. As principais vantagens que o treinamento mental traz começam por atuar no direcionamento da atenção do atleta, na convicção daquilo que ele pode render (o que é chamado de expectativa de capacidade) e na ativação das reservas do corpo. O esforço físico das corridas exigem que o condicionamento físico seja igualmente importante.

 

 

 

Para não sentir medo do fracasso ou tédio, ele tem de saber o que pode exigir de si mesmo. Deve, então, mergulhar na própria sequência de movimentos que está desenvolvendo, e pode fazê-lo, por exemplo, dando – mentalmente – instruções a si mesmo, desde aquele momento de concentração dentro dos boxes, mentalizando o que precisa ser feito a até mesmo dentro da pista, andando no limite.

 

Esse método de mentalização também pode fazer com que os esportistas tirem proveito do poder das imagens mentais, exercitando certos movimentos e ações relevantes. Durante muito tempo, considerou-se que a técnica da visualização era bastante promissora se, ao praticá-la, o atleta decompusesse mentalmente em suas partes constitutivas o desenrolar do movimento, em geral complexo. Visualizando a volta perfeita na cabeça.

 

 

 

Felipe é um atleta de ponta. É muito inteligente e tem grande capacidade de concentração, mas isso não será o suficiente para os desafios que virão pela frente nesta temporada. Ter um carro tão bom no início da temporada como foi o carro do ano passado em relação aos carros das demais equipes seria como ver o raio cair duas vezes no mesmo lugar e Felipe tem plena consciência disso.

 

Aquilo de que nós acreditamos ser capazes determina a nossa real capacidade. Se invertermos essa afirmação, veremos que ela significa também que somente quando acreditamos com firmeza no alcance de determinada meta, sem nos deixar intimidar pelo difícil caminho que conduz até ela, conseguiremos alcançá-la e desde os tempos de kart no Brasil Felipe tem esta força dentro de si.

 

 

 

Derrotas e conquistas são paradoxais. Às vezes, ficar em 10º lugar em uma corrida do campeonato mundial pode significar um bom resultado. Mas conquistar o um lugar no pódio pode ser frustrante para quem, devido à circunstâncias, poderia conquistar a vitória.

 

Felipe sabe que este ano é decisivo para o seu futuro e, apesar desta apreensão de pré-temporada, eu tenho confiança no seu bom desempenho físico e mental. Que o carro deste ano ajude-o a alçar voos mais altos.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares