O lendário Rally Dakar chega a sua oitava edição na América do Sul com mais de uma dezena de pilotos em condições de brigar pela vitória neste que é o mais desafiante rally do mundo.

No total 354 veículos e 556 competidores irão largar dia 03 de Janeiro de 2016 em Buenos Aires, capital Argentina, para uma aventura que só conhecerá seus campeões após percorrerem mais de 9000 km, sendo mais de 4500 km contra o relógio.

A chegada está prevista para ocorrer apenas no dia 16 de Janeiro na cidade de Rosário, também na  Argentina.

O Roteiro incluirá ainda uma passagem por terras Bolivianas visto que a organização teve que realizar algumas alterações no percurso inicialmente programado após o Peru desistir de participar do roteiro devido ao temor às alterações ocasionadas pelo fenômeno climático El Niño.

A largada do 'Dakar' sempre foi um espetáculo à parte e que não mudou desde quando era na França.

O maior rally do mundo chegou a América do Sul após o cancelamento da edição de 2008 apenas um dia antes da largada que aconteceria em Lisboa, e terminaria em Dakar, devido às ameaças terroristas por parte a Al Qaeda.

 Na ocasião, além de Argentina e Chile, alguns países da Europa como Hungria e Republica Tcheca, se ofereceram para realizar a prova, mas a promotora da prova, a ASO, acabou optando pela América do Sul.  A escolha acabou sendo acertada, tanto que, ao menos a curto prazo, não há nenhuma intenção de levar a competição novamente a Europa devido principalmente ao fator segurança e ao grande número de aficionados que encontraram na Argentina e países vizinhos.

Em relação a edição 2016, a mesma tem tudo para ser uma das mais sensacionais de todos os tempos devido, principalmente, ao grande numero de pilotos candidatos à vitória. Podemos  tranquilamente listar 10 duplas com chances de vitoria, fora os "azarões", que ficam a espreita, aguardando os erros e quebras dos favoritos para terem  chance de colocar seu nome na historia do automobilismo mundial.

A equipe favorita devido a confiabilidade é a Mini BMW, visto que conquistou a vitória nas quatro ultimas edições após a saída da tricampeã VW em 2011.

Os protótipos buggy da Mini tem sido, nos últimos anos, os carros mais eficientes do 'Dakar'.

Me recordo que em uma das primeiras participações da Mini no Dakar o piloto americano Robby Gordon  colou um adesivo em seu Hummer em que dizia que o Mini era um "carro de meninas".

Mal sabia ele que seria uma das vitimas do domínio dos carros da montadora inglesa nos anos seguintes.

Este ano a esquadra da MIni conta com nomes de peso como o atual campeão da competição, o príncipe do Qatar Nasser Al-Attiyh, o espanhol Nani Roma campeão da edição de 2014, e o argentino Orlando Terranova, além do ex piloto da Ford e Citroen no mundial de rally, o Finlandês Mikko Hirvonen.

Tradicionalíssima na competição, a Peugeot vem para buscar reconquistar a hegemonia perdida.

Para tentar desbancar a favorita Mini, a francesa Peugeot buscou corrigir as falhas e erros cometidos na no ano de estreia e promete um 2008 a altura de sua constelação, a qual contará com nada menos que o espanhol campeão da edição de 2010 e lenda o WRC, Carlos Sainz, o francês multicampeão do Dakar Stéphane Peterhansel (11 conquistas entre carros e motos) e ninguém menos que o maior vencedor da historia do WRC com 9 títulos mundiais, o francês  Sebatien Loeb,  que realizará sua estreia no Dakar pela empresa do grupo PSA, assim como a equipe que defendeu no WRC por mais de 10 anos, a Citroen.

E para completar  o "Barcelona" do Dakar há ainda o também francês Cyril Despres, detentor de 5 títulos do Dakar nas motos e que em 2015 decidiu migrar para a categoria carros.

A única dúvida está em saber se o Peugeot 2008 DKR estará a altura de seus pilotos, visto que na estreia em 2014 o carro decepcionou em relação a sua confiabilidade e desempenho.

Correndo por fora nesta disputa Mini x Peugeot, temos  o  falastrão e homem show do rally, o americano Robby Gordon, que a bordo de seu Gordini , costuma dar espetáculo com seus incontáveis acidentes. Trata-se de um piloto muito rápido, porém inconsistente, que se melhorar neste aspecto (o que duvido muito), pode ser um candidato a vitória.

O americano Robby Gordon aposta no também americano Hummer há anos...mas não tem conseguido sucesso.

E a antítese de Robby Gordon está no sul africano Giniel de Villiers, que a bordo de sua toyota tem feito provas consistentes e mesmo não estando com o melhor carro, nem na melhor equipe, tem grandes chances de brigar pela vitória, repetindo seu feito de 2009, quando venceu a bordo de um VW Touareg.

A Toyota vem tentando abrir espaço e conquistar bons resultados. Este ano,vem com uma nova Hilux.

Outro que corre por fora em busca da consagração é o brasileiro Guilherme Spinelli da equipe Mitsubishi Petrobrás.

Após enfrentar vários problemas nas ultimas edições, com um pouco mais de sorte, poderá surpreender a todos, pois experiência e equipamento para isso ele tem.

 Alguns competidores tem apostado no ASX da Mitsubishi, como o brasileiro Guilherme Spenelli.

Com tantos pilotos de reconhecido talento, e diante de inúmeras variáveis que podem acontecer nesses milhares de quilômetros, fica praticamente impossível apontar um favorito destacado antes da bandeirada final dia 16 de Janeiro em Rosário.

Façam suas apostas!

Abraços e boas festas a todos!

Até 2016!

Marcos Tokarski