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Que 2016 seja um ano feliz! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 30 November 2015 03:06

Olá leitores!

 

E chegamos à última etapa do campeonato de F-1 de 2015. Sinceramente? Acabou o sofrimento. Descontando uma ou outra corrida que teve emoção, a temporada foi um excelente substituto para remédios contra insônia. Terrível. Um regulamento técnico que produz corrida chata em Interlagos, evidentemente, possui algo de muito errado com ele. Como um todo, e fazendo uma comparação futebolística, a temporada foi como um jogo entre os dois times com o pior saldo de gols do campeonato. De vez em quando, meio por acaso, acontece uma bola na trave, uma finta bonita, uma jogada que mereça algum destaque... mas no geral, algo digno de se requerer adicional de insalubridade. Enfim, o sofrimento acabou, o paciente morreu, descanse em paz, e fica a torcida para que as outras equipes consigam dar um grande passo à frente para poder tirar a Mercedes dessa zona de conforto em que ela esteve a maior parte da temporada e não possa ficar fazendo os joguinhos que fizeram boa parte da temporada. Acompanho automobilismo desde criança, e a única temporada que me lembro ter sido tão sem graça como essa foi a de 1985, em que quase todas as provas tinham aquele monte de abandonos por pane seca nas últimas 3 voltas. Mesmo assim, os pilotos de uma mesma equipe tinham o direito de disputar posição entre eles, direito esse tolhido pela Mercedes esse ano. 2015 foi uma temporada tão sem graça que poderíamos a chamar de desgraçada. Enfim, já foi tarde. A única coisa pela qual fico grato a essa temporada é que ela aprimorou minha qualidade de escrita: afinal, escrever um bom texto sobre uma boa corrida é fácil, escrever um bom texto sobre uma má corrida é coisa para os fortes...

 

A única pessoa que deve ter gostado efetivamente da prova desse domingo chama-se Nico Rosberg, que teve sua 3º vitória seguida, mas só depois que o campeonato estava decidido a favor do companheiro de equipe. Não, não estou levantando teoria conspiratória alguma, apenas apresentando a frieza dos fatos. Seu companheiro Hamilton (2º) pediu para os coronéis da equipe para mudar de estratégia de pneus para tentar atacar o Nico, mas não foi atendido. Agora, o que irrita MESMO é a conversinha fiada por parte da equipe dizendo que deu “todas as chances para Lewis atacar Nico”. Essa tertúlia flácida para acalentar bovino é uma das coisas que está afastando os fãs do esporte a motor da F-1, juntamente com decisões equivocadas na definição do regulamento técnico. Quais são as categorias que mais crescem em apelo com os jovens? Ralicross e Fórmula E. O primeiro usa carros do WRC com preparação mais forte em um circuito fechado e a segunda tem um nível de interação com o público visto apenas em Monza a mais de 30 anos atrás, antes da F-1 virar um feudo inacessível. E a Dona Mercedes está fazendo o possível para afastar mais ainda o fã do esporte da categoria. Enfim...

 

Em 3º chegou Kimi Räikkönen, mais um que está sendo zombado pelo destino. É público o apreço do rapaz pelos destilados, e ele só foi ao pódio esse ano em locais onde não se comemora com champagne e sim com uma água de rosas gaseificada, por motivos religiosos... que ano, Kimi, que ano... Essa foi uma das poucas provas do ano em que a corrida dele não foi atrapalhada por algum fator externo ou problema mecânico, então pode fazer o que sabe fazer de melhor, acelerar fundo, e consolidou sua 4ª posição no campeonato. Seu companheiro Vettel (4º) fez uma corridaça depois de largar em 15º por conta de erro estratégico da equipe (às vezes penso que a Ferrari deve contratar estrategista nas Forças Armadas Italianas, aquelas cujas últimas vitórias de monta em guerra devem ter sido na época do Império Romano, mas tudo bem), mas apostou em usar os pneus mais moles apenas no final, com pista mais emborrachada e temperatura menor, e deu certo. Agora é torcer para o carro de 2016 já nascer rápido o suficiente para assustar as Mercedes.

 

Em 5º chegou Pérez, comprovando a ótima fase em que se encontra, assim como a equipe, que está em seu melhor momento mesmo com os problemas financeiros todos que enfrenta. Corrida inteligente, retirando do carro o máximo daquilo que ele poderia oferecer. Seu companheiro Hülkemberg (7º) sofreu com o comportamento do carro nas duas primeiras partes da corrida, saindo muito de frente e ficando mais aceitável apenas no trecho final, pelo que podemos considerar esse resultado como muito bom dentro das limitações apresentadas.

 

Em 6º chegou Daniel Ricciardo, outro que fez milagres com a falta de potência do motor Renault nas retas, mas como a pista tem muitas curvas travadas deu para compensar o perdido em linha reta com um bom desempenho no resto da pista. Seu companheiro Kvyat (10º) teve uma primeira metade da corrida bem consistente, mas depois perdeu ritmo por problemas eletrônicos, pelo que esse ponto solitário que marcou deve ser bastante comemorado.

 

Em 8º chegou Massa, mesma posição em que largou. Sinceramente espero que essa queda de rendimento da equipe nas últimas provas signifique que eles estão trabalhando com afinco no carro do ano que vem, pois se não for, será bem complicado... mas ele ao menos teve mais sorte que o companheiro Bottas (13º), que até se envolver no acidente com o Button na troca de pneus não estava fazendo uma má corrida, porém precisou dar uma volta inteira com o bico danificado para depois efetuar a troca, mas enfim, que seja por um bom motivo.

 

Em 9º chegou Grosjean, em sua corrida de despedida da Lotus. Fez uma corrida competente, e mais madura do que a fama dele permite acreditar que ele seja capaz. Seu companheiro Maldonado foi tirado da prova pelo Alonso na primeira curva da corrida. Sim, é isso mesmo: Pastor esteve envolvido em um acidente e não foi o culpado. Tão estranho escrever isso...

 

E com isso a temporada termina. Que 2016 seja mais emocionante, não que precise muito para isso...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini