Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Você aceitaria ser um Cartola? 2ª Parte - Pilotos PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 24 November 2015 00:54

É muito comum lermos e ouvirmos críticas à atuação da Confederação Brasileira de Automobilismo por parte de setores da mídia, de chefes de equipe e pilotos, independente da categoria.

 

Decidimos então perguntar, dentro deste micro universo do automobilismo nacional, quem deles aceitaria um convite para sair candidato à Presidência da CBA, ou ser um dos Vice-Presidentes, ou mesmo assumir uma diretoria. Nesta segunda rodada, os ouvidos foram alguns dos pilotos de diversas categorias.

 

O que eles disseram? Os leitores do Site dos Nobres do Grid saberão logo abaixo:

 

Beto Monteiro – Piloto na Fórmula Truck.

No atual momento da minha vida, com todas as minhas atividades de pista e fora delas, seria muito difícil aceitar um cargo diretivo ou uma candidatura na próxima eleição da CBA. Mas posso dizer que sempre fui uma pessoa interessada e preocupada com os assuntos de gestão do automobilismo.

 

Estar como um membro da diretoria ou numa chapa para as próximas eleições eu não teria como me oferecer ou aceitar um convite, mas estou sempre disposto a discutir, opinar e a ajudar o automobilismo. Para isso, podem contar comigo.

 

O automobilismo precisa de ajuda. Precisa de boas ideias, precisa de uma visão mais realista e profissional para crescer. Eu e muitos outros pilotos temos boas intenções e sugestões para que o automobilismo possa melhorar e não só no que acontece na pista, mas também fora dela.

 

A parte jurídica, a parte de tribunal da CBA andou tomando algumas decisões que eu entendo que não foram corretas e que eles deveriam estar mais próximos do que acontece na pista para que as decisões fossem mais corretas e justas.

 

Constantino de Oliveira Jr. – Piloto da Porsche Cup.

Eu não sou muito chegado em política. Não sei exatamente como é o sistema dentro da CBA, como ele funciona, mas uma coisa que todos nós que estamos dentro do automobilismo, e que somos amantes do automobilismo, sentimos falta é de categorias de base.

 

Sentimos falta de categorias como havia há um tempo atrás como eram a Fórmula Ford e a Fórmula Chevrolet para ser o passo seguinte ao kart e ter como se preparar melhor, se condicionar, ganhar quilometragem antes de tentar uma carreira fora do país. Hoje, por falta deste tipos de categoria aqui no Brasil, os meninos estão indo muito cedo para a Europa.

 

Por não saber como as coisas funcionam, eu acho que não posso criticar, mas que este é um ponto evidente na necessidade para o nosso automobilismo voltar a ganhar espaço internacionalmente. Conseguir com que surjam categorias de base no Brasil, que se possam fazer festivais de velocidade, com várias categorias correndo juntas, com a presença das famílias, dos amigos, com cobertura da imprensa.

 

Como negócio é o caso de se ver o seguinte: se os pilotos daqui saem para correr lá fora e lá fora tem essas categorias, é porque tem como fazer. Seria haver um trabalho conjunto da CBA com investidores locais para viabilizar a estruturação dessas categorias aqui no Brasil.

 

Algumas tentativas neste sentido já foram fitas. O que deu de certo ou de errado eu não sei. Apesar de viver no mundo dos negócios eu nunca olhei o automobilismo sob este aspecto, mas eu acredito que é possível. A Porsche Challenge Cup é uma categoria que não tem divulgação e consegue se manter e é um sucesso há 10 anos. A Mercedes Challenge é outra categoria que tem pouca visibilidade e se mantém, ambas com grid cheio. No sul do país as corridas de turismo alinham 30 carros... é uma questão de se achar o caminho e fazer.

 

Danilo Dirani – Piloto no Campeonato Brasileiro de Turismo.

No momento em que estou vivendo na minha carreira, como piloto, orientador de jovens pilotos e como desportista eu não teria como assumir, mas vejo isso como uma possibilidade, porque não, para o futuro. Mas para isso eu precisaria ter a liberdade de trabalhar com quem eu quisesse e nós termos a liberdade para fazer o que fosse preciso e que nós achássemos ser o ideal.

 

Agora, se não houver condições para trabalhar, ficar impedido por condições que impedissem o desenvolvimento dos nossos projetos, eu não aceitaria. Existe como se fazer a coisa do jeito certo, a coisa dar certo. Um exemplo prático disso é o sucesso do Super Kart Brasil.

 

No SKB tem um grupo de pessoas que trabalha juntas, que conhece de corrida, de organização e de necessidades dos pilotos porque todos foram pilotos de kart por muito tempo aqui no Brasil. O envolvimento de todos é o que faz funcionar. Quando não se está envolvido, é méis fácil se errar por não saber as necessidades dos que estão ali.

 

Alguns pontos precisam ser melhorados na gestão do automobilismo. Calendário é um deles, regulamentos técnico e desportivos também precisam ser revistos e melhorados. Como acho que o envolvimento é importante, ouvir as partes envolvidas seria fundamental para fazer com que as coisas funcionassem. Seria fazer com que o trabalho fosse em conjunto: CBA, promotores, equipes e pilotos para que os resultados fossem positivos para todos.

 

Julio Campos – Piloto da Stock Car.

Eu nunca pensei nisso antes. Acho que ainda estou muito novo e tenho muitos anos de automobilismo na pista, como piloto e hoje este é o meu foto: correr! Mas é lógico que em tudo o que eu puder ajudar e chegar junto ao presidente e fazer propostas para melhoria do nosso automobilismo penso eu não preciso nem estar na CBA.

 

Penso que podemos fazer reuniões com os dirigentes e fazer propostas de melhorias ou que eles cheguem até a gente e perguntem se tem algo que nós gostaríamos de ver ser realizada. Se eu for contar os anos de automobilismo que tenho desde o kart já se vão 25 anos pilotando.

 

Temos vários pilotos correndo hoje no Brasil que tem experiência internacional, mas que nunca são consultados para saber o que nós pensamos, se temos alguma coisa para acrescentar, para melhorar e eu acho que a gente pode ajudar em muita coisa. Talvez precisasse mesmo um de nós ser o presidente da CBA para ver certas coisas acontecerem.

 

Existe essa distância entre os pilotos e os dirigentes da CBA. Aqui, nas corridas, temos chance de conversar com os diretores de prova, com os comissários desportivos, mas com os dirigentes dos cargos mais altos, não. Sobre planejamento e gerenciamento, se um dia eles consultaram algum piloto eu não sei quem foi... a mim nunca consultaram, nunca me perguntaram nada.

 

Vitor Meira – Piloto do Campeonato Brasileiro de Marcas.

Não. Hoje não. Quanto ao futuro, não sei. Não sei como estarão as coisas daqui há cinco anos. Minha vida mudou muito nestes últimos anos. Eu tive que assumir alguns compromissos, voltar para o Brasil... mas eu não quero entrar numa coisa conturbada como a CBA e suas questões políticas.

 

Se for para entrar tem que ser com poderes para mandar e desmandar. Fazer o que for preciso para a melhoria do esporte. Mas a gente sabe que as coisas não funcionam assim, que a CBA é, politicamente, um imbróglio gigantesco e que, para o bem ou para o mal, não funciona.

 

Seria preciso que entrasse não só uma pessoa, mas um grupo de pessoas de bem, com capacidade de entender de onde vem o esforço das pessoas que fazem automobilismo. Pilotos, mecânicos, chefes de equipe e pelo público que vem para os autódromos e eu não vejo isso.

 

Eu gostaria de ver um trabalho para que tivéssemos no Brasil melhores autódromos. Esta é a principal coisa a ser feita hoje no país. Já não temos mais os autódromos do Rio de Janeiro e Brasília. Curitiba está para fechar, Interlagos é um problema para usar... sem autódromo e sem kartódromo onde vai se treinar? Onde vamos competir? Está aí a resposta porque não tem ninguém pra suceder o Tony [Kanaan] e o Helio [Castroneves] na Fórmula Indy, dos Felipes [Massa e Nasr] na Fórmula 1. Tem que ter autódromo e kartódromo, tem que baixar custo para se correr de kart... ainda está muito caro. E isso é pra começar.

 

Marcelo Hahn – Piloto do Mercedes Challenge.

Fico muito feliz em ser consultado nessa enquete. O Brasil vive uma situação econômica e política muito complicada e se isso ainda não está refletindo de uma forma mais direta no nosso automobilismo, que está com seu calendário em andamento, em 2016 terá uma maior influência.

 

Eu vejo que a CBA precisa de mudanças na sua forma de gestão e supervisão. Vejo a necessidade que alguma associação, que pode ser dos pilotos, supervisione as ações da CBA e que a atual forma de administração da CBA não tem agradado nem aos pilotos e nem aos fãs do automobilismo. Esta sistemática precisa ser melhorada.

 

Acredito que através de comissões, consultas públicas aos pilotos, chefes de equipe, na indústria automotiva e mesmo ao público que acompanha o automobilismo para se buscar meios de se modernizar a gestão do automobilismo, melhora o que a CBA faz e o como ela faz.

 

Eu não teria tempo para me comprometer com uma candidatura e uma gestão na CBA. Tenho uma família grande e minha atividade empresarial. Seria injusto da minha parte me candidatar para uma coisa que eu não teria condições de fazer bem feita. E tudo o que eu faço na minha vida, eu gosto de fazer bem feito.

 

É claro que, de tempos em tempos, fazer parte de um conselho consultivo, dedicar duas ou três horas de um dia para me reunir e buscarmos juntos caminhos para melhorar a gestão. O automobilismo brasileiro perdeu categorias, perdeu autódromos e isso é algo que me preocupa muito.

 

Adalberto Jardim – Piloto da Fórmula Truck.

Não! Eu não aceitaria porque eu sou um esportista profissional, não sou político. Quem sabe um piloto que já não esteja mais correndo, que tenha perfil político e que saiba conduzir esse mundo que começou lá trás do jeito errado e é por isso que tanta gente critica a CBA.

 

Crítica é uma coisa que tem que ter sempre, mas elas podem ser positivas, construtivas. O importante seria termos gente que seja realmente do automobilismo, mas que estas pessoas que são do automobilismo e entendem de automobilismo contratassem um gestor, um administrador para cuidar da parte administrativa.

 

Um profissional de administração para cuidar da gestão e a parte esportiva ficar sob os cuidados dos que conhecem do esporte. Pilotos de nome, com anos de experiência que tenha vivido coisas boas e coisas ruins e tenha aprendido as lições do meio na prática, mas que já não esteja em atividade.

 

Veja o exemplo de um condomínio enorme, com várias casas ou vários apartamentos. Não é colocando um morador para ser o Síndico que as coisas vão funcionar. É preciso contratar uma empresa especializada, profissional, com um gestor para administrar aquele condomínio. É a mesma coisa. Ter um gestor profissional para a CBA seria o melhor caminho.

 

Cesar Bonilha – Piloto do Campeonato Brasileiro de Marcas.

Eu aceitaria, sim! Seria uma forma de dar vez aos pilotos, aos chefes de equipes para estes serem ouvidos e tendo um de nós lá, na diretoria, seria uma forma de melhorar o automobilismo como um todo, mostrar o que estar errado, dar sugestões para que se faça a coisa certa, fazer as coisas que faltam e precisam ser feitas.

 

Acho que começa pelo profissionalismo. Já não bastace a crise financeira que estamos passando, o relacionamento entre a CBA e as Federações é uma coisa muito distante. CBA e Federações tinham que estar mais próximas para que os campeonatos estaduais fossem mais prestigiados. Um estadual forte vai levar pilotos a querer disputar os campeonatos nacionais.

 

Se tivéssemos campeonatos estaduais de marcas, com regulamentos unificados, com baixo custo e com apoio, não faltariam carros e nem pilotos para alinhar no grid e daí, incentivar este piloto a dar o passo seguinte que é correr num campeonato nacional. Que ele tenha uma ajuda, um subsídio no primeiro ano para que consiga subir.

 

Já que a CBA dá tanto prêmio para o pessoal do kart, leva piloto para a Europa e investe tanto nesse caminho, também poderia investir os pilotos de turismo para eles terem mais oportunidade, mais visibilidade e eu não vejo nada disso há pelo menos 10 anos.

 

Ricardo Zonta – Piloto da Stock Car.

É muito difícil falar sobre isso hoje com todos os compromissos que tenho como piloto na Stock Car e os negócios da família no qual venho trabalhado já há alguns anos. Isso tiraria meu tempo para, hoje, assumir mais algum compromisso como um cargo na CBA, mas eu vejo outros pilotos que tem não apenas uma disponibilidade de tempo maior, mas que tem capacidade de assumir um compromisso como esse.

 

Temos no Brasil vários pilotos com experiência internacional, com muito conhecimento e que teriam como fazer muito pelo automobilismo brasileiro. Se tem uma coisa que eu não entendo é o fato da sede da CBA ser no Rio de Janeiro, no bairro da Glória, numa região onde tudo é muito caro e poderia estar em outra região, com custos operacionais mais baixos.

 

A gestão da CBA teria que ser vista como a gesta de uma empresa: ter um controle de caixa, de recursos e despesas e gerenciar bem este caixa para poder se fazer projetos e trabalhar, hoje, pensando no futuro do automobilismo.