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Stock: A evolução e a economia. PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 18 November 2015 12:34

Como em toda categoria do automobilismo, a Stock Car tem dentro de seu planejamento estratégico a melhoria constante dos equipamentos que são oferecidos aos pilotos e equipes não apenas da categoria principal, bem como a categoria de acesso, o Campeonato Brasileiro de Turismo.

 

Sem nenhuma identificação, o carro da JL andou em vários autódromo testando novos elementos para a categoria.

 

Em 2014 a JL começou o planejamento para fazer um carro novo para a categoria. Com mais e melhores itens de segurança, que teriam pneus maiores, num trabalho que vinha sendo alvo de estudo e testes em parceria com a Pirelli. Contudo, devido à crise econômica que se abateu sobre a economia brasileira, em 2015 houve uma mudança nos planos e o novo carro que estrearia em 2016 teve a grande modificação postergada e, junto com as equipes, a JL traçou um novo plano: o de introduzir algumas modificações técnicas, mas com um impacto (especialmente financeiro) menor para as equipes. Contudo, até mesmo algumas coisas planejadas podem não acontecer devido à crise econômica no país.

 

Como é nossa praxe, ao invés de falarmos nós sobre o assunto, conversamos com diversas partes envolvidas, tanto da empresa que constrói o carro, do promotor da categoria, dos pilotos que sempre esperam mais em termos de equipamento e da parte dos chefes de equipe, que irão pagar a conta do investimento.

 

Zequinha Giaffone – Diretor Executivo da JL.

Realmente, nós vimos trabalhando num projeto inteiramente novo, mas houve um realinhamento de ideias e nosso planejamento é introduzir, inicialmente, alguns aspectos de segurança e buscando corrigir no atual projeto alguns pequenos de projeto que constatamos no carro atual.

 

Para o ano que vem, nossa proposta está na introdução de um novo tanque de combustível, feito com um material mais resistente e que mesmo estando praticamente na mesma posição, buscamos colocar seu centro de gravidade um pouco mais baixo.

 

Um outro ponto que estamos buscando como melhoria é uma mudança da caixa de direção e também do sistema de refrigeração do motor para melhorar seu rendimento. A ideia também é a introdução da fibra de carbono no assoalho e na parte frontal do carro. Um ponto que já mudamos ainda nesta temporada de 2015 foi a introdução de novos freios.

 

Logicamente uma mudança completa do carro teria um grande impacto financeiro nas equipes e isto não pode ser levado adiante por conta da atual situação da economia brasileira. A mudança dos freios este ano não impactou em custos, uma vês que este é patrocinado, mas quanto ao que vai gerar de custo para as equipes qualquer mudança foi algo muito pensado e que vem sendo conversado com os chefes de equipe.

 

Uma parte dos equipamentos que os nossos carros usam é importado e com valores em dólar. Quando fizemos os primeiros estudos o dólar estava cotado a dois reais e agora está praticamente o dobro. Isso está sendo um fator muito importante que estamos considerando e por isso as mudanças ocorrerão em etapas.

 

Andreas Mattheis – Proprietário da equipe Red Bull Racing e A. Mattheis.

A ideia de se fazer isso, estas alterações, em etapas foi para diminuir o impacto financeiro sobre as equipes. A mudança como havia sido pensada causaria um efeito muito oneroso para todas as equipes. Toda evolução é bem vinda, mas ela não pode ir contra a racionalidade econômica.

 

Mas se antes as coisas já estavam difíceis, o que temos sentido ao longo deste ano é uma piora do cenário econômico e eu vejo que ainda não chegamos ao fundo do poço... as coisas podem piorar ainda mais e não vejo uma perspectiva de melhoria a curto prazo. Serão pelo menos dois ou três anos muito difíceis.

 

Os custos na categoria vem subindo, independente de mudanças no carro, de uma forma astronômica e seria uma temeridade fazer uma grande modificação. Isso poderia levar as equipes a quebrar. A capacidade das equipes obterem patrocínio bateu num teto que não conseguimos superar. Com isso estamos todos com nossos orçamentos espremidos uma vez que a receita não cresce.

 

A ideia de fazer um carro novo, melhor, é boa e certamente interessa a todos. O problema é, se a margem de lucros está pequena ou inexistente, de onde vai sair dinheiro para se comprar este carro novo? Eu sou totalmente a favor de que a categoria evolua, tenha um carro melhor, mas o momento exige prudência com relação aos gastos.

 

Não foi apresentado um valor de quanto custaria trocar o carro de um ano poara o outro, visto que esta ideia foi descartada, mas nos foi apresentado um plano de investimento que iria até 2020 ou 2021 com que modificações seriam feitas e quanto custaria estas modificações e em que anos seriam introduzidas. Eu não lembro dos valores aqui, de memória, mas sei que eles colocariam a corda no pescoço de muitas equipes.

 

Marcos Gomes – Piloto da Equipe Voxx.

Eu acho que nós temos um carro muito moderno e bastante seguro na Stock Car. Não acho que precisamos fazer alterações imediatas no carro e a decisão de fazer alterações aos poucos é uma decisão boa, que vai gerar um custo menor para todas as equipes.

 

Nós temos um carro muito bom, mas tem alguns pontos que temos falado que precisam melhorar e um deles é o sistema de direção. Este ponto nós sabemos que já vai ser mudado para o ano que vem e as outras mudanças vão acontecer com o passar dos próximos anos.

 

Em quesitos de segurança os leitores podem acreditar quando eu digo que nós temos um carro mais seguro do que todos os carros de turismo que correm na Europa. Temos um banco que é excelente, que é como o banco dos carros da NASCAR, um dos poucos que absorvem batidas em “T”.

 

Se formos ver o acidente que aconteceu em Curitiba com o Thiago Camillo e o Felipe Fraga, que tem imagens por vários ângulos da televisão, os dois pilotos sofreram ferimentos leves. Eu corri algumas corridas em carros da GT3 na Europa e os carros de lá não tem a segurança que eu tenho no carro da minha equipe. Todos os avanços que a JL conquistou até agora nos dá uma confiança muito grande.

 

Rosinei Campos (Meinha) – Proprietário da equipe RC Eurofarma e RCM.

Todos nós estamos preocupados com as perspectivas da economia do Brasil para os próximos anos. Hoje a situação está bastante desconfortável e o que estamos esperando para os próximos anos é uma situação econômica ainda mais difícil. Isso pode chegar a dois ou três anos.

 

Não só eu, mas todos os chefes de equipe estão analisando e revendo o que pode ser feito, o que pode ser investido ou não para os próximos anos e estamos deixando esta nossa visão bastante clara com relação aos custos. Tanto para a JL que constrói o carro quanto para a VICAR que promove o campeonato.

 

A situação que temos é esta: tudo que for tecnicamente melhor e for importante para a categoria, tanto na parte técnica como na parte de segurança, precisa ser bem avaliado. Temos um bom carro, seguro, resistente, claro que com pontos a ser melhorados. Todos nós queremos carros melhores, mais rápidos, mais seguros, mas o mais importante é que a categoria seja competitiva, não importando se o carro for dois segundos mais rápido ou mais lento.

 

Portanto, é preciso que avaliemos cada alteração técnica a ser feita e adequando estas mudanças às necessidades da categoria em termos de competitividade e de segurança, mas também analisando a condição econômica das equipes e a economia do país. O plano de fazer as alterações em etapas está sendo conversado entre todos e vamos ver o que podemos fazer. Ter um carro novo seria bom, mas o custo que uma mudança como esta teria seria algo muito difícil de ser absorvido pelas equipes.

 

Allam Khodair – Piloto da equipe Full Time.

O nosso carro atende hoje todas as demandas da categoria. É rápido, resistente, seguro e eu não vejo motivos para que se pense em mudá-lo, especialmente diante da situação econômica que o país atravessa. Seria um capricho querer, neste momento, implementar melhorias.

 

Hoje é muito mais importante que se invista em manter a categoria forte. Nos últimos 10 anos a Stock Car cresceu muito e se não fosse isso estaríamos passando por muito mais dificuldades. Algumas melhorias serem introduzidas é positivo, mas é preciso se investir em manter os pilotos que estão na categoria.

 

Eu não sei exatamente que itens estarão sendo colocados para o ano que vem. Sei que eles estão discutindo. O que não se pode deixar de olhar sempre são as questões de segurança. Nosso esporte é um esporte de risco calculado e tudo que puder ser feito em prol da segurança deve ser feito.

 

Maurício Slaviero – Promotor da Categoria e Diretor Executivo da VICAR.

Realmente, havia este plano, mas o cenário econômico do país está muito difícil e nós estamos analisando todos os aspectos, conversando com todos os que fazem a categoria. Os planos estão sendo detalhados, alguns aspectos revistos, mas alguns pontos já foram definidos e a JL está trabalhando nisso.

 

A nossa prioridade é e sempre vai ser a segurança, este foi o primeiro aspecto que nós fomos buscar se, como e onde seria feita alguma mudança. Este ano mesmo nós já trocamos os freios, visando a segurança. O carro já provou ser muito seguro, o acidente com o Thiago [Camillo] e o Felipe [Fraga] mostrou isso, mas nós queremos sempre melhorar e esta busca não para.

 

A mudança que definimos para o ano que vem vai ser a mudança do tanque de combustível e da caixa de direção. Colocamos junto com a JL um carro na pista e os dois novos componentes foram bastante testados, com um piloto que já conhecia o carro e tinha muita experiência, o Rodrigo Sperafico.

 

Para 2017, vamos continuar observando o cenário econômico para ver se teremos condições de colocar mais alguma modificação, alguma melhoria, em prática.

 

 

 

Last Updated ( Wednesday, 18 November 2015 12:51 )