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A reconstrução de Valentino! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Saturday, 14 November 2015 10:23

Olá fãs do automobilismo,

 

Depois de tudo o que aconteceu nos dois finais de semana em que tivemos as corridas da Fórmula 1 nos Estados Unidos e no México, juntando-se a isso o intervalo de duas semanas até o GP do Brasil, conversando com meus pacientes que atuam na categoria, consegui organizar minha agenda de uma maneira tal que não precisei viajar para o Brasil. Assim, vai ficar mais fácil me organizar para ir no final do ano, junto com meu amado, passar o natal e o réveillon com nossas famílias e amigos.

 

De certa forma, desde a definição do título para Lewis em Austin eu já vinha pensando em fazer isso. A razão disso foi tudo o que aconteceu na etapa da Malásia da Moto GP e os fatos que se sucederam ao que se passou, desde a explosiva entrevista coletiva da quinta-feira até as decisões dos comissários e tribunal da categoria que foram muito mais decisivos do que o talento e a velocidade dos pilotos da categoria.

 

Eu já tinha agendada as sessões de Jorge Lorenzo e Marc Marquez na semana que antecedeu à última etapa do mundial na Espanha e tinha a de Daniel Pedrosa para a terça-feira. Contudo, como por vezes ocorre, tive que criar um horário para um paciente não regular e que pediu um horário para conversarmos.

 

Meu telefone pessoal tocou pouco antes da hora do almoço. Era uma voz feminina que identificou-se como Clara... Clara Rossi. Disse ser irmã de Valentino Rossi e me perguntou se eu poderia conversar com seu irmão, se eu teria um horário disponível, como funcionava meu consultório e disse que “eu era famosa”!

 

Mesmo com toda a imagem de "marketing man", Valentino tem seus momentos de introspecção.

 

Como eu voltei para San Diego depois do da corrida da Fórmula 1 no México, disse que poderia recebê-lo em qualquer dia, desde que nós nos organizássemos. Apenas disse que teria que ser no final do dia, depois das 18 horas devido a agenda estar lotada... a “fama” está se espalhando e estou “invadindo outros esportes”!

 

Por este pedido da Clara Rossi, tive que pedir novamente para os meus chefinhos no Brasil para postergar o envio da coluna uma vez que, diante do que foi este final de campeonato da Moto GP seria um assunto muito relevante, especialmente por eu ter acompanhado todo o processo de perto e por Jorge Lorenzo e Marc Marquez serem meus pacientes.

 

Valentino chegou pouco antes das seis da tarde. Fui recebê-lo na sala de espera com a emoção à flor da pele, mas concentrada em não deixar transparecer o quanto sou sua fã. Afinal, ali eu era a profissional, não a torcedora que grita, pula e vibra diante da televisão como se estivesse na pista e ele pudesse me ouvir.

 

A situação que levou Valentino ao meu consultório foi algo constragedor para ele... mas necessário.

 

Ele estava bem tranquilo, bem relaxado, o que ajudou bastante neste nosso primeiro contato. Ele disse que estava ali porque viu que cometera um erro. Que por ter sido sincero acabou desencadeando uma série de reações que só o prejudicaram na reta final do campeonato. Em suas palavras, desde a corrida da Austrália e que ele se viu prejudicado.

 

Ele tentava buscar uma explicação para si próprio sobre como ele, um piloto tão experiente, se deixou levar pela emoção e “explodiu” da forma como fez na entrevista coletiva onde acusou Marc Marquez de estar trabalhando para atrapalhar sua performance e ajudar Jorge Lorenzo, espanhol como ele na luta entre os pilotos da Yamaha pelo título. As consequências das palavras na coletiva foram para a pista em Sepang e todos viram o resultado... com Marquez no chão e a decisão, depois da prova, sobre a punição a Rossi.

 

A noção de propensão para o desvio é válida para justificar os aspectos inespecíficos do ato em si. Para explicar atos de desvio, usando do estudo da sociologia, o ato desviante é fruto de uma decisão no decurso do qual o autor pode ou não ter ponderado sobre as vantagens e desvantagens do ato de uma forma sumaria,

 

A acusação de estar prejudicando a ele e ajudando a Lorenzo na disputa do campeonato detonou uma enorme crise.

 

Explicar de modo prático as especificidades de sua atitude precisa passar pela identificação do paradigma que motovou a ação sem que uma avaliação apropriada das consequências. A partir do momento que o desvio é cometido a relação entre meio e fim é preciso que este seja assimilado como um ato racional. Tal comportamento será fundamental para o melhor entendimento das consequências do mesmo.

 

Contudo é importante entender que mesmo sendo um ser intelectualmente ativo, ele pode se enganar... e cometer o desvio! A possibilidade de erro sempre deve ser considerada, especialmente porque uma razão que num dado momento pode ser considerada válida nem sempre o é a longo prazo.

 

As disputas enter Rossi e Marquez extrapolaram qualquer limite... tanto do esporte como da ética.

 

A análise da situação na qual se viu Valentino passa por um processo onde se faz necessário inverter-se o percurso seguido pelo estudo seguido para buscar encontrar quais as situações que induziram o ato, o que começa pela corrida de Phillip Island, onde uma disputa entre quatro pilotos aconteceu ao longo de toda a prova e que Marc Marquez venceu, ultrapassando Jorge Lorenzo no final da última volta.

 

Até onde Valentino foi prejudicado com aquela disputa? Porque o cenário do que vinha ocorrendo ao longo do campeonato o induziu a pensar que Marc Marquez estava emprenhado em prejudicá-lo quando, vencendo corridas e impedindo Jorge Lorenzo de atingir o máximo de pontos possível? Para Valentino, ter um Marquez vencendo e “roubando pontos” era vantajoso, uma vez que ele não estava mais na disputa do campeonato...

 

Pior foi o reflexo e a divisão dentro da equipe, uma vez que Lorenzo se beneficiou de tudo o que aconteceu.

 

A postura de Marc Marquez na corrida de Sepang foi uma resposta ao ato cometido na entrevista coletiva e a reação de Valentino, mas a reação do meu paciente foi um desencadeador de consequências ainda mais negativas e ainda durante a corrida Valentino caiu em si sobre o que aquela disputa completamente fora do usual iria gerar.

 

A grandeza do nome e da obra de Valentino Rossi não pode ser jogada na vala comum dos pilotos que usaram de meios pouco ou nada esportivos que temos notícias e enormes discussões que perduram por décadas. A reação do público e das pessoas que estavam na área dos boxes diante da corrida que ele fez é a maior prova disso. Valentino é maior do que todos os seus oponentes, sendo ou não campeão.

 

Que no próximo ano possamos ver você assim, Valentino: sorrindo!

 

O importante agora é ser maior do que tudo o que aconteceu nas últimas semanas, trabalhar mais e mais duro, física, técnica e psicologicamente para que em 2016 ele esteja tão forte ou mais do que esteve este ano. O que todos os seus fãs desejam é ver o Valentino que sorri r faz sorrir!

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares

 

 

 

 

Last Updated ( Saturday, 14 November 2015 10:57 )