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Um touro rubro incomoda muita gente... PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 10 November 2015 17:30

Olha, se tem uma coisa que eu tenho mais ódio nesse mundo, mais do que comprador que reclama da comissão do corretor e de torcedor daqui que veste azul, é dessa coisa que chamam hoje de “mimimi”. Especialmente daqueles que reclamam de barriga cheia ou que tem medo de perder a mamata.

 

No final da temporada de 2004, quando a só então patrocinadora de equipes e marca famosa de bebida energética – Red Bull – comprou a equipe Jaguar, duvido que os “latifundiários” do circo pensaram que aqueles austríacos iriam incomodar tanto quanto tem incomodado nos últimos 5 ou 6 anos.

 

Dominadora da categoria por quatro anos, depois de escalar sobre os ombros da lerda concorrência, a Red Bull (que ganhou sua primeira corrida com a “equipe B”, em Monza, 2008 com a Toro Rosso, fruto da compra da Minardi no final da temporada de 2005) mostrou realmente ao que veio em 2009, quando foi a vice-campeã do mundo.

 

Quantos lembram que a equipe principal já usou motores Ferrari? Sim, em 2006, a equipe principal usou os propulsores italianos, que depois passaram a equipar a Toro Rosso quando foi acordado o fornecimento de motores da Renault para a equipe principal, numa parceria que veio desde 2007 até agora.

 

De equipe média, quando foi comprada, em menos de 5 anos a Red Bull tornou-se uma das grandes na F1.

 

Errar nessa vida todo mundo erra. Admitir o erro é que é uma dificuldade e com a mudança da regra dos motores a Renault, que mesmo não tendo o motor mais potente dentre os que haviam em 2013, não ficava muito atrás errou feio! Pensou mal, construiu mal e remendou pior ainda! Logicamente, sem admitir que meteu os pés pelas mãos.

 

O negócio é que o carro da Red Bull é tão bom que, mesmo com um motorzinho de cortador de grama o carro ainda consegue andar bem por ser muito eficiente e isso tem razão, nome e sobrenome: Adrian Newey! Quando ele deixou a McLaren disse que seu grande desafio não era manter uma equipe grande no topo, mas seria levar uma equipe média ao topo, como era o caso da Red Bul... e ele fez! Tornou a Red Bull grande, claro que com a montanha de dinheiro investida, pois sem isso, não tem milagre.

 

Como dizia aquela musiquinha que cantávamos na infância, “um elefante incomoda muita gente”, um touro bravo incomoda muito mais e em menos de 10 anos, a equipe taurina – energeticamente falando – conquistou um status na categoria, e principalmente junto à Bernie Ecclestone, que só era dado há equipes com décadas de grid como a McLaren e a Williams, sem falar na Ferrari.

 

Um time que funciona: Christian Horner, Dietrich Mateschitz e Adrian Newey.          Foto: Motorsport.com

 

O problema é que além de inveja, o sucesso muitas vezes gera um “ranço” e um desejo de vingança que acumula igual a “megasena” e, quando surge a oportunidade de dar o troco (mesmo que por nada), o invejoso e rancoroso não pensa duas vezes e estamos vendo isso acontecer. Basta ler os noticiários que envolvem a Red Bull (e a Toro Rosso por tabela) na mídia.

 

Depois de mais um erro da Renault em atualizar seus motores como fez a Ferrari e seus corpo técnico não reconheceu que tinha feito bobagem e ficou pra trás (a Honda tem motor de GP2 como diz o ‘ Príncipe das Lamúrias’, não conta) e isso ferra com qualquer planejamento que uma equipe tenha. Mesmo assim, em algumas corridas, vimos a Red Bull e seu ‘Renaultzinho’, virando bons tempos e andando perto de Ferraris e Mercedes, graças ao carro bem construído.

 

Desde o ano passado a relação com a Renault desandou e as melhorias deste ano não vieram.

 

Como o clima comercial com a Renault azedou de vez depois de um segundo ano de fracassos e as declarações de insatisfação chegaram a um clima insuportável, o “divórcio” depois de 9 temporadas juntos mostrou-se inevitável. O problema é: Sem os motores da Renault, quem venderia um motor para os touros? E, neste caso todos eles, a Toro Rosso também!

 

Seguindo aquele ditado do “tudo que vai, volta”, a arrogante truculência do “assessor para assuntos aleatórios” Helmut Marko e suas declarações dos tempos em que a Red Bull era a equipe a ser alcançada voltou com juros e correção monetária, com as fabricantes de motores – Ferrari e Mercedes – que tem suas equipes próprias e que vendem motores para outras equipes que não tem condições de alcançá-los na pista ficando com a faca e o queijo na mão.

 

Não foram raros os problemas dos carros da Red Bull com os motores franceses, o que gerou pesadas críticas.

 

Na verdade, se comercialmente, dinheiro por dinheiro, vender motores para equipar quatro carros seria um bom negócio, correr o risco de ser derrotado por outra equipe usando seus motores seria como dar m tiro no pé... e assim, tanto Ferrari quanto a Mercedes criaram todas as dificuldades possíveis para inviabilizar um fechamento de contrato ou, pelo menos, um risco real. A Ferrari ofereceu à Toro Rosso um motor com uma versão anterior a que está em uso nos seus carros, como faz com a Sauber e com a Manor.

 

A Toro Rosso, que tem uma “gerência independente” concordou, mas isso foi cutucar a onça grisalha e octogenária com vara curta! O Bom Velhinho não gostou nada da forma como o acordo foi tratado. Afinal, apesar de todos saberem que os motores das equipes clientes não são iguais aos das equipes dos fabricantes dos mesmos, hipocritamente, tal verdade é tratada como mentira e quem falar o contrário é “apedrejado em praça pública”... o Macarroni que o diga.

 

Um outro viés da confusão que está se dando por conta do rompimento entre Renault e Red Bull é o quanto seria negativo para a categoria se quatro carros deixassem o grid. Mesmo com a chegada da americana Haas, o grid voltaria a ter 20 carros, sendo que dois seriam da novata (uma icógnita) e dois da Manor, a “quase GP2”.

 

Ricas e poderosas, fabricantes de motores e rivais da Red Bull, ironicamente foram procuradas para vender motores.

 

Diante deste risco iminente, o Bom Velhinho tratou de tentar encontrar uma solução – seja com quem fosse – para que a Red Bull e a Toro Rosso tenham motores para o ano que vem. Apesar das pressões que vem fazendo, a Mercedes tem se mostrado uma verdadeira “carne de pescoço”, ao passo que a Ferrari disse ter repensado a estratégia para com a Toro Rosso e cedeu em fornecer motores atualizados (acreditem, pobre inocentes) para a equipe B. Só que o grande problema é a “equipe A” e se uma sair, a outra sai também, mesmo com os termos dos contratos de ambas com a FOM garantindo que estas disputarão o campeonato. Mas como fazer isso sem motor?

 

Cenários:

Com a Ferrari, a Toro Rosso teria os motores da Ferrari, de última geração, garantidos para o próximo ano. A escuderia italiana não vê a segunda equipe da Red Bull como uma ameaça aos seus carros, e por isso não se importaria em entregar a versão mais potente da sua unidade de potência para o time.

 

Diante do passar do tempo e dos riscos para a categoria, Bernie Ecclestone entrou no circuito pra tentar resolver o impasse.

 

Contudo, uma nova “oportunidade de negócios” foi posta na mesa pelo CEO da FIAT – dona da Ferrari – Sergio Marchionne. A Red Bull continuaria a ser uma opção, mas sem receber um motor equivalente ao que é usado pela Ferrari, contudo, seria aberto um caminho para a prestação de serviços como um projeto paralelo, mas desde que não seja o mesmo motor que a Ferrari vai usar nos GPs. A Ferrari forneceria serviços de engenharia e de produção para um motor em um projeto diferente fosse construído para a Red Bull, com os italianos se comprometendo a fornecer tudo o que tem de melhor em termos de engenharia.

 

Pelos lados da Mercedes, Totó Wolff tem sido inflexível com sua opinião contrária a entregar os melhores motores da F1 atual à Red Bull ao ano que vem. Na sua visão, mais vale ter uma equipe forte e competitiva do que um esporte equilibrado. O chefão da Mercedes revelou que solicitou duas condições fundamentais da Red Bull durante as conversações sobre um acordo de fornecimento de motores que teve lugar em julho:

 

Além da Ferrari, Bernie tentou encontrar uma solução na Mercedes.                 Foto: motorsport.com

 

A primeira foi a concordância da Renault, já que ela é uma parceira industrial da Mercedes em projetos conjuntos em alguns países, e nunca faríamos nada contra ela. A segunda – e o temor – estaria na possibilidade de, fornecendo motores para a Red Bull, o risco de perda do próprio sucesso, caso os touros passassem a derrotá-los com seu próprio motor.

 

Mas as coisas ainda podem acontecer pelos lados da Renault. A alternativa seria utilizar um motor Renault, mas sem identificação do mesmo, que receberia um desenvolvimento com o trabalho do engenheiro suíço Mario Illien, o “Il” dos motores Ilmor. A Red Bull fez a ligação entre Illen e a Renault há cerca de um ano para ajudar na melhoria do motor com sistema híbrido, mas os franceses nunca engoliram o “peru de fora” e como se diz que “peru de fora não pia”, as coisas não seguiram os caminhos pensados por Mario Illen.

 

Mario Illen (camisa clara) pode ser a solução para resolver o problema na Red Bull com os motores Renault.

 

O esquema para 2016 seria a Renault fabricar e fornecer motores seus motores para a Red Bull, mas toda a parte híbrida do motor seria co-desenhada por Illien, que trabalharia dentro da fábrica do time na Inglaterra. Tal acordo poderia levar os propulsores a receber o nome de Infinity, marca de veículos do grupo Renault que estampa patrocínio na carenagem dos carros da Red Bull.

 

Seria sensacional se esta última fosse a solução encontrada e a Red Bull voltasse a dominar a categoria... mataria três coelhos com um só golpe da chave de rodas! A Renault, que volta como equipe no lugar da ‘Nega Genii’, a Ferrari e a Mercedes. Vai ser um "mimimi" sem tamanho!

 

Abraços,

 

Maurício Paiva