No Velho Continente, a sucessora da F3 espanhola está próxima do seu desfecho. Em Monza, a Euroformula Open realizou sua sétima de oito etapas, com rodadas duplas, e tem brasileiro muito perto do título! Victor Baptista está próximo de conquistar seu segundo título em dois anos no automobilismo.

O paulista de 17 anos venceu a Formula 3 Brasil 2014, na categoria Light, e este ano está na liderança com 32 pontos de vantagem para o espanhol Konstantin Tereschenko, sendo que a etapa derradeira teremos 54 pontos possíveis em jogo. Caberá ao brasileiro somar ao menos 22 pontos para levantar o troféu, algo que na retrospectiva desta temporada coloca o líder em outra vantagem, afinal em sete etapas o mínimo pontuado fora de 28 pontos.

Falando da temporada, que terminou neste domingo dia 1º e Victor Baptista, venceu 6 das 16 corridas disputadas, além de 4 poles e 7 voltas mais rápidas, ambas as últimas rendem bonificação extra. Em Monza, nos dias 3 e 4 de outubro, Baptista venceu a primeira rodada, enquanto seu adversário direto completou o pódio na terceira colocação. Em Barcelona, dias 30/10 e 01/11, conquistou um 3º e um 5º lugar, garantindo o título ainda no sábado. 

Victor Baptista no pódio de Monza, com o rival Tereschenko e Kanamaru – foto: FOTOSPEEDY

Outro brasileiro na disputa, Henrique Baptista chegou em 6°. Apesar do sobrenome, nenhum parentesco entre Henrique e Victor. Na segunda prova, Victor mais uma vez esteve no pódio e abriu a vantagem confortável relatada acima, ao receber a quadriculada em segundo e Tereschenko abandonar a corrida logo no início. Mais uma vez Henrique terminou na zona de pontuação, em 10°, e está em 14° na classificação. A etapa final da temporada 2015 acontecerá em Barcelona, nos dias 30 de Outubro e 01 de Novembro. Fiquem ligados!

E quem já comemorou título foi o veterano Christian Fittipaldi. Aliás, o bicampeonato junto ao gajo João Barbosa, dupla de alto nível e desempenho, como os números e títulos demonstram. Na categoria Protótipos, a principal da United Sports Car, apesar do troféu luso-brasileiro, a vitória não veio sem que houvesse disputas abertas até os momentos finais do campeonato.

Pódio da Prototype, com Fittipaldi/Barbosa/Bourdais no alto do pódio. Foto: Reprodução

Na chegada a Road Atlanta, nada menos do que 6 duplas estavam credenciadas para o título, e a liderança era de Michael Valiante/ Richard Westbrook (279 pontos), seguidos por Dane Cameron/Eric Curran e Christian Fittipaldi/João Barbosa (273), em quarto Joey Hand/Scott Pruett (268, lembram do Pruett na Indy?), quinto para Ricky Taylor/Jordan Taylor (263) e em sexto Oswaldo Negri Jr/John Phew (250).

Na Petit Le Mans tudo poderia acontecer. E aconteceu! Muita chuva, bandeiras amarelas, inversões de papéis entre as categorias, mais chuva e ... corrida terminada antes do tempo, pela direção de prova, com quase 8 horas e previsão de mais chuva. E neste cenário, algo como uma Marussia vencer ocorreu. O Porsche 911 de Nicky Tandy/Patrick Pilet/ Richard Lietz subiu ao degrau mais alto do pódio na geral e deu o título a Pilet na GTLM, que correu a temporada com parceiros diversos no #911.

Muita chuva durante a prova, mas Fittipaldi/Barbosa/Bourdais guiaram com maestria. Foto: Reprodução

No segundo posto outra surpresa, a BMW #24 de John Edwards/Lucas Luhr/Jens Klingmann. E finalmente na terceira posição um representante dos Protótipos: o Corvette DP #5 de Fittipaldi/Barbosa, em companhia de Sébastien Bourdais, conseguiram os pontos necessários para desbancar os adversários e faturar o título. Os então líderes do certame completaram apenas em quinto na classe, enquanto Oswaldo Negri Jr e cia não completaram. Na Prototype Challenge, destaque para o terceiro lugar no campeonato para Bruno Junqueira, em parceria com Chris Cumming, no #11 Oreca FLM09.

Enquanto isso, na Velha Bota, os brasileiros por lá sentaram a bota na última etapa da Formula 4 Italiana, no quintal de casa de Valentino Rossi. A autódromo de Misano recebeu a derradeira rodada tripla da categoria, porém já tendo o estoniano Ralf Aron como campeão antecipado. Giuliano Raucci, em seu primeiro ano no automobilismo, não conseguiu repetir as boas atuações que outrora apresentou nas demais pistas italianas. Porém valeu mais pela experiência no sexto circuito visitado pela categoria, inclusive debaixo de chuva.

João Vieira comemorando sua primeira vitória na temporada regular da F4 italiana. Foto: Reprodução

João Vieira apresentou seu brilho na corrida 2, após terminar em 10° na primeira rodada e ter o direito de larga na pole na prova seguinte, uma vez que o grid invertido entre os top10 é adotado. Durante toda a prova, Vieira e o #50 da pequena Antonelli Motorsport disputaram o primeiro oposto contra o venezuelano Mauricio Baiz, da equipe de Vicenzo Sospiri, e no final o russo Robert Schwartzman se intrometeu na briga. Grande vitória do brasileiro ... mas, nem tudo são flores no automobilismo, e Vieira fora punido após a prova, com o acréscimo de 25 segundos ao tempo de corrida dele, rebaixando da glória para o 11°, o primeiro dos sem pontos...

A controversa decisão acertou em cheio outros 4 competidores, sobre a motivação de que esquentaram os pneus acima do permitido durante a volta de aquecimento. Polêmica a parte, o que vale é que esses graus acima não seriam o suficiente para Vieira ter excelente desempenho, este comprovando o talento do brasileiro e o seu potencial, afinal nosso representante ainda não teve em mãos carro de primeiro escalão, não querendo desmerecer Antonelli, mas é sabedoria coletiva de que um bom piloto precisa de um bom carro para exibir todo o seu potencial. Fica aqui a expectativa e torcida para que João Vieira, 8° no campeonato, esteja em 2016 dentro do cockpit de equipe de ponta em alguma categoria europeia. Giuliano Raucci, 13°, será outro a ter atenção, pois agora passou seu ano de aprendizado inicial dos monopostos, e ano que vem poderá estar entre os ponteiros frequentemente.

Saudações, agora em São Paulo,

Fabiano Esteves