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O Iroman de Tony Kanaan PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 13 October 2015 11:28

Olá fãs do automobilismo,

 

Quando meus queridos leitores estiverem lendo esta coluna, depois do dia 16, eu já devo estar completamente imersa na maratona de um mês que prevejo por conta da passagem do circo da Fórmula 1 pelas Américas, com as corridas aqui dos Estados Unidos, México e Brasil.

 

Inclusive, na semana que vem já estarei em Austin, repetindo o esquema que costumava fazer quando a Fórmula 1 ia para São Paulo e eu montava um consultório por lá, ausentando-me de Cuiabá por quase 10 dias. Este ano, o consultório intinerante vai começar mais cedo.

 

Mas antes dos pilotos da Fórmula 1 chegarem por aqui, temos em reta final do campeonato da NASCAR e com os campeonatos da Fórmula Indy e do norte americano de turismo, o Tudor Sport Cars já terminados, os pilotos locais estão ou buscando algo a mais ou começando um trabalho para 2016.

 

E um destes pilotos que estão buscando algo a mais para este ano de 2016 é um dos pilotos mais queridos não apenas no Brasil, mas também aqui nos Estados Unidos, pelo seu carisma e sua força de vontade em fazer as coisas acontecer, como foi naquela vitória linda nas 500 Milhas de Indianápolis em 2013.

 

Tony veio na última terça-feira, foi a última consulta antes do almoço. Ele tem uns horários muito rígidos... mais rígidos que seus músculos por conta do preparo físico que ele cuida como poucas pessoas que tenho notícia. Ele faz Triathlon, aquele no Havaí, que o atleta “se mata” por quase 10 horas... enquanto eu sofro por uma na academia.

 

Esta é a expressão mais conhecida de Tony Kanaan: o sorriso fácil e franco no rosto!

 

Uma das coisas que mais gosto nas vindas do Tony ao meu consultório é que seu bom humor contagia qualquer ambiente, independente dele estar de bom humor ou não, estar bem ou não. Ele tem este espírito que conquistou a multidão de fãs que ele tem aqui nos Estados Unidos e, certamente, no Brasil.

 

Uma das coisas que um terapeuta precisa perceber é quando o seu paciente cria um “escudo”, uma “armadura” para não expor algo que ele não quer mostrar, não tocar num assunto que o incomoda e que ele tem dificuldades em lidar ou acha que “aquilo não é assunto pra falar com o terapeuta”.

 

Claro que este tipo de “defesa” pode até funcionar (na cabeça do paciente) por algumas sessões, mas invariavelmente acabam caindo. Logicamente que este não é o caso do Tony, muito pelo contrário, mas nas nossas sessões deste segundo semestre eu percebi que há algo incomodando-o e ele, mesmo falando sobre o assunto, eu tenho uma coisa em mim que talvez haja mais a se falar sobre ele do que o que temos conversado.

 

Dividindo as informações e atenções na dupla principal da equipe com Scott Dixon desde 2014.

 

Em termos de carreira como piloto, Tony é um vencedor em tudo! Foi campeão de Kart no Brasil, foi campeão de Fórmula na Europa, na Alfa Boxer, foi campeão da Indy Lights e no seu ano de estreia na Fórmula Indy, foi o “Rookie of the Year”, algo que os norte americanos consideram muito.

 

Bastou ter a chance de andar numa das equipes fortes da categoria, a então Andretti-Green, hoje só Andretti, para ele mostrar que além de ser um piloto rápido e consistente, ele era um vencedor em categorias top, não apenas nas categorias de acesso. Em seu primeiro ano na equipe foi o 4º colocado no campeonato e sagrou-se campeão no ano seguinte, em 2004.

 

Enquanto esteve na equipe da família Andretti, Tony sempre foi um forte candidato ao título, estando sempre os primeiros colocados do campeonato e conquistando vitórias em todos os anos... até perder seu patrocinador principal e ter que dar “um passo atrás”, indo para uma equipe menor, a KV Racing. Contudo, foi com esta equipe que ele conquistou as 500 Milhas de Indianápolis em 2013.

 

Ir para Ganassi em 2014 era a chance mais concreta de conquistar um segundo título da Fórmula Indy.

 

Seu desempenho levou-o de volta a uma equipe de ponta, a Chip Ganassi para a temporada de 2014 e com isso colocá-lo em condições de brigar realmente pelo título. A primeira metade da temporada foi complicada, mas na segunda metade os resultados começaram a aparecer, com 5 pódios em 7 corridas, sendo uma vitória, na corrida de encerramento da temporada, em Fontana. Parecia que a temporada de 2015 estava esperando por Tony.

 

Contudo, o ano de 2015 não foi exatamente como Tony pensou. O ano começou com pé direito... no fundo do acelerador! Com a equipe Ganassi ele e os companheiros de carro conquistaram as 24 horas de Daytona, em Janeiro, com um show de pilotagem e consistência.

 

Jamie McMurray, Kyle Larson, Scott Dixon e Tony Kanaan. O tima vencedor das 24 horas de Daytona em 2015.

 

Na disputa da temporada da Fórmula Indy, além da Penske ter “começado o ano na frente”, depois das três primeiras corridas as corridas foram ficando complicadas e, ao longo da temporada, apesar de dois segundos lugares, nenhuma vitória e o companheiro de equipe sagrou-se campeão!

 

Tony Kanaan está com 40 anos de idade, são praticamente 30 anos de automobilismo se começarmos a pensar que ele está correndo desde os anos de kart. É uma vida e uma vida sob pressão com cobranças externas e internas em um meio extremo como o automobilismo.

 

Pilotos são, via de regra, apaixonados pelo que fazem estando em uma forma física como está Tony Kanaan não pensam em parar de correr enquanto estiverem se sentindo bem e competitivos. 2016 pode ser um ano crítico nas perspectivas de Tony. A busca por resultados certamente vai aumentar e tendo a equipe quatro pilotos como passou a ter este ano, é preciso superar a todos, logo de cara.

 

Sempre focado, sempre consciente, Tony é o verdadeiro atleta do Iroman também quando está no seu carro.

 

A autoconfiança é uma das melhores e maiores qualidades de Tony Kanaan e eu não tenho dúvidas de que ele vai entrar com a força de um novato combinada para experiência do piloto que está indo para sua 18ª temporada na categoria. O “Ironman” continuará forte e, espero, arrancando sorrisos, risadas e mantendo um ambiente positivo em torno de si.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares