Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Ferrari piu Forte! PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 20 September 2015 22:38

Olá leitores!

 

Como já disse algumas vezes, eu me esforço, mas não é fácil produzir um bom texto com base em uma corrida ruim. E, exceto para alguns grupos específicos, como os fãs da Ferrari, do Vettel, do Ricciardo e do Kimi, a corrida foi sonolenta. Quem foi dormir tarde por ter saído à noite ou por ter ficado acompanhando o show do Metallica no Rock in Rio (meu caso) teve problemas para acompanhar a corrida. A própria FOM (que é quem gera o sinal de TV) deve ter percebido a falta de emoção, pois com 10 voltas já apareciam as imagens aéreas de Cingapura à noite, com aquele festival de luzes tentando fazer o espectador não dormir. Evidentemente, para o campeonato a corrida foi maravilhosa, com o fracasso das Mercedes adiando um pouquinho a definição do título, que deve mesmo ir parar nas mãos do Hamilton por pura falta de adversário de outra equipe com carro em condições de enfrentar a Mercedes. Por falar em Mercedes, achei bastante interessante: na corrida passada surgiram dúvidas a respeito da legalidade do uso de pressão de pneus divergente daquilo indicado pela Pirelli... por coincidência – ou não – na corrida seguinte o desempenho dos carros foi muito inferior ao que foi padrão até agora. Não levantarei a teoria conspiratória, deixarei por conta de cada um, mas que foi estranho, foi. E a prova serviu também para mostrar o quão ridículo é esse negócio de safety-car virtual, serve apenas para deixar a corrida confusa. A melhor definição seria patético. Assim como patética foi a segurança do evento ao permitir que um espectador invadisse a pista para tirar uma foto. Uma coisa é invadir no trecho da floresta do velho Hockenheim, se esgueirando entre as árvores, outra é fazer isso em uma pista de rua, com cercas para todo o lado. Como disse o Vettel, que ao menos a foto tenha saído boa, com foco...

 

Vitória de ponta a ponta do Sebastian Vettel, que com a 42ª delas se tornou o terceiro maior vencedor da categoria, atrás apenas de Alain Prost (alcançável) e Michael Schumacher (difícil, mas não impossível, com quase 20 corridas por ano). Ele quebrou um jejum de 5 anos da Ferrari sem uma vitória em que não perdesse a liderança nem durante as paradas de boxe. E o desempenho dele na classificação foi fantástico, dominou o Q3 com muita autoridade. Resultado final mais do que merecido para o alemão. Seu companheiro Räikkönen (3º) também teve uma boa apresentação, em que pese nunca ter conseguido disputar seriamente o 2º lugar. Até tentou se aproximar, mas na quente (na hora da largada, 30°C) noite de Cingapura os pneus se desgastaram muito rápido.

 

Em 2º chegou o Ricciardo, que fez uma excelente corrida para um carro com motor Renault. Ficou a nítida impressão que, com um motor mais forte, o resultado da corrida poderia ser diferente. De qualquer maneira, teve a chance e a aproveitou, terminando em um honroso e merecido pódio. Seu companheiro de equipe Kvyat (6º) apresentou desempenho bem consistente, mas teve azar com o safety-car, ficando muito tempo preso no tráfego de carros com ritmo de corrida inferior ao dele.

 

Em 4º chegou Nico Rosberg, em um final de semana que nada deu certo para a equipe, mas que serviu para ele reduzir a diferença que ele possui na classificação do campeonato para o companheiro de equipe – agora está em 41 pontos, faltando 6 corridas para o final, uma importante diferença se levarmos em conta que a vitória dá 25 pontos. Não acredito em uma recuperação do alemão até a última prova para disputar o título, mas é sempre bom adiar um pouco uma definição antecipada de título. Seu companheiro Hamilton (18º) abandonou com problemas de entrega de potência no motor.

 

Em 5º chegou Valtteri Bottas, conseguindo um bom resultado para a Williams em uma pista que, total e definitivamente, não favorece o carro da equipe, que se dá muito melhor em circuitos mais velozes e com menos carga aerodinâmica. Dessa vez a equipe não prejudicou tanto o piloto nas paradas para troca de pneus, e o resultado veio. Seu companheiro Massa (19º) abandonou com problemas de câmbio, mas antes disso tinha se envolvido em um estranho acidente com a Force India de Nico Hülkemberg, quando saía dos boxes na 13ª volta.

 

Em 7º veio o Sérgio Pérez, trazendo mais alguns pontinhos para a Force India em uma pista onde, a exemplo dos Williams, o carro sofre mais que os outros para extrair desempenho. Boa corrida, desempenho sólido. Seu companheiro Nico Hülkemberg (20º) foi o primeiro a abandonar, jogado em direção ao muro pelo Massa. Os comissários acharam que a culpa foi do Nico e o puniram, mas eu confesso que achei que foi acidente de corrida. A saída dos boxes é mal feita, devolvendo o carro bem na freada de uma curva, achei que o Massa forçou um pouco a barra e que o Hülk não deu o espaço que o Massa precisava para fazer a curva. Ele estava embalado, com pneus aquecidos, ao passo que Felipe estava saindo com pneus ainda fora da temperatura ideal, se fosse ultrapassado passaria no máximo em 3 curvas. Todos erraram. Enfim, Hülk perdeu 3 posições na largada para o GP do Japão.

 

Em 8º e 9º vieram os carros da Toro Rosso, respectivamente Max Verstappen e Carlos Sainz Jr. A equipe ficou sob os holofotes no final da corrida, quando deu a ordem para os pilotos inverterem a posição, pois Sainz achava que tinha ritmo para pressionar Pérez, o que Max não conseguia fazer. Só que o jovem Verstappen mostrou muita personalidade, recusou a ordem de equipe e não abriu caminho. Em minha opinião, certíssimo, afinal ele teve problemas na largada, começou a corrida uma volta atrás, e conseguiu se recuperar com uma pilotagem arrojada. De qualquer maneira, Sainz não conseguiu se aproximar o suficiente do “di menor” para fazer valer a sua solicitação de inversão de posição para atacar o Pérez, mesmo com pneus mais novos que o companheiro. O espanholzinho vai ficar com uma tromba monstro até a próxima corrida...

 

Fechando a zona de pontos chegou Felipe Nasr, que batalhou bastante com o carro para conseguir esse suado pontinho (até porquê, mesmo sendo corrida noturna, na hora da largada fazia 30°C, pouco mais que a noite de SP). O carro não esteve ruim, após a primeira intervenção do safety-car chegou a estar em 7º lugar, mas depois perdeu um pouco de rendimento e o resultado acabou sendo justo. Seu companheiro Ericsson terminou logo atrás, em 11º lugar. Chegou a pressionar o Nasr para o ultrapassar, mas não logrou êxito.

 

Próxima corrida já na semana que vem, no Japão, onde espero sinceramente que a direção de prova não cometa os erros do ano passado caso chova, para que não tenhamos que lamentar a morte de mais um piloto. Sim, eu não esqueci que o acidente do Jules Bianchi foi por, digamos assim, irresponsabilidade da direção, que não soltou o safety-car quando deveria. Estaremos de olho.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini